domingo, 14 de abril de 2013

42. O DEUS VERDADEIRO

       P. A que Deus, afinal, adoram os espíritas?

      R. É muito comum pessoas de variadas denominações religiosas e filosóficas dizerem: - "O meu Deus é o Deus verdadeiro", ou - "Nós adoramos ao Deus Verdadeiro", e, ainda: - "O nosso Deus é Poderoso". E falam isto com a maior convicção.
      Seria algo muito positivo, não fosse o fato negativo de que, ao assim expressarem sua crença, insinuam claramente que o Deus adorado pelas outras pessoas, cujas crenças diferem da sua em alguns aspectos, é Falso. Então, quando se trata de medir o poder, o único Deus poderoso mesmo é o seu Deus. É como se o Deus dos outros não fosse o mesmo Deus da sua religião.
    Não é que as religiões dos outros não pertençam ao mesmo Deus verdadeiro, mas é que o Deus Verdadeiro pertence exclusivamente à sua religião. Aqui é que está o maior equívoco.
       Alguns dirão: - Não, não é bem assim! Mas, na prática, é bem assim, sim. É o que se depreende de tais afirmativas. A entonação da voz e a expressão facial ou corporal (gestual) geralmente o denunciam. Até mesmo quando feitas por escrito, expressões físicas ausentes, percebe-se nessas afirmações um quê de orgulho e de dominação, bem ao estilo dos antigos chefes hebreus, retratado na Bíblia nas palavras dos profetas e dos apóstolos. Interessante é que Jesus, a figura central de todas as religiões cristãs, nunca se refere a um Deus verdadeiro. Ele fala apenas de Deus, dizendo-O o Pai, o Criador, Aquele que o enviou. A sua mensagem é simples e direta. Não ficava lá competindo com os gentios, samaritanos e estrangeiros em geral, nem mesmo com os sacerdotes arraigados às tradições, sobre qual o Deus de maior poder, ou qual o verdadeiro, se O que o enviou, ou qualquer "outro" Deus de então. Aliás, Jesus nunca cogitou, em suas prédicas, da possibilidade sequer de existirem outros deuses, além de Deus. Nem ele mesmo, Jesus, ousou ser igual a Deus, muito menos o próprio Deus, como muitos crentes insistem em pregar com veemência.               Deus é o nosso Criador, e ponto final. Então, pra que isso, minha gente? No Espiritismo não tem nada disso, não. Deus é um só e não é desta ou daquela religião especificamente.
       Na questão nº 1 de O Livro dos Espíritos, Kardec não pergunta e nem os Espíritos respondem "quem é Deus", mas "QUE É DEUS". E a definição é simples e sucinta: "DEUS É A INTELIGÊNCIA SUPREMA, CAUSA PRIMÁRIA DE TODAS AS COISAS".
    O Espiritismo não disputa um Deus diferente do Deus católico, do Deus evangélico, do Deus da Umbanda, do Deus budista, do Deus islâmico, do Deus hinduísta, ou do Deus de qualquer outra denominação. Aliás, os espíritas não "têm" um Deus. Eles simplesmente creem em Deus; melhor dizendo: creem na existência de um Ser Espiritual Suprema, Origem de Tudo o que há no Universo Infinito, a que dão-se vários nomes, sendo o mais popular deles para nós, ocidentais, DEUS. É bom até que se diga que o Centro Espírita não é um templo de adoração a Deus. É um local de estudos. Porque Deus "quer", se é que "quer", ser adorado em espírito e verdade, isto é, com o puro sentimento de amor ao próximo e a toda a Sua criação, com a devida prática nas ações cotidianas. Tudo mais é supérfluo, por tratar-se de mera formalidade, culto exterior, que nada nos acresce.
       Se você é desses que dizem: "O meu Deus é maior... o meu Deus é o Deus verdadeiro", desculpe, caro amigo, mas você ainda não aprendeu nada sobre o nosso Criador, o Criador do Universo, do qual somos um minúsculo grãozinho de areia fina.
     Entenda isto: Deus não é propriedade de ninguém e de nenhum segmento religioso ; nós, sim, sem exceção, somos Sua propriedade, porque somos Suas criaturas, seus filhos amados. Ninguém escapa disto. Ninguém mesmo. ///

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