sábado, 26 de janeiro de 2013

11. PRETENSA SUPERIORIDADE EVOLUTIVA

     P. Os espíritas costumam dizer que o Espiritismo surgiu na Terra no momento propício, em que os homens estavam suficientemente evoluídos para receberem a Terceira Revelação. Citam as palavras de Jesus: "Muito tenho ainda para vos dizer, mas vós não o poderíeis suportar agora [...]", fazendo pressupor que aqueles que estão recebendo de braços abertos o "Espírito da Verdade" são mais evoluídos que os que O não recebem, a saber, os que ainda professam outras crenças milenares, outras culturas religiosas. Terão os espíritas a pretensão de pertencerem todos eles, e somente eles, a uma categoria de espíritos superior às dos demais, mais evoluída, menos "infantil", do ponto de vista espiritual?

     R. Se algum espírita se ache a declarar ou insinuar tal coisa, este denuncia claramente, ao contrário do que supõe, a precária situação evolutiva em que ainda se encontra. Os espíritos mais evoluídos são justamente os que se revestem de humildade sincera e se reconhecem meros aprendizes da Boa Nova, que é a mesma do Cristo, apenas atualizada e mais racionalmente explicada pelos Espíritos, agora, com vistas a ser efetivamente aplicada na prática.
     Quem disse que a Doutrina dos Espíritos só seria apreendida pelos sábios, que certamente pertenceriam a uma classe de almas mais elevadas que as demais? 
    Quem disse que entre os espíritas não há um grande contingente de almas pesadamente endividadas perante as Leis do Universo, e que para o Espiritismo foram atraídas pelos caminhos da lei de Causa e Efeito, exatamente para que melhor pudessem compreender seus comprometimentos e empreender a luta interior pela própria regeneração?
    Quem disse que entre os espíritas não há homens e mulheres de caráter rudimentar, presos ainda ao orgulho, à prepotência, ao egoísmo, a certos caprichos materialistas, a preconceitos sociais tolos e ultrapassados, a uma gama de sentimentos inferiores, afinal, que geram atitudes impróprias à posição falsamente ocupada ou pretensiosamente almejada?
     Quem disse que muitos espíritas não contenham seus impulsos ou instintos perversos e imorais ao custo das incontáveis exortações da Doutrina e dos seus esclarecimentos irrefutáveis, quanto às  futuras consequências desastrosas das ações e palavras irrefletidas, ainda que correspondam a um deslize momentâneo?
     Não são os espíritas, no sentido generalizado, nem mais nem menos evoluídos que ninguém. São apenas adeptos, muitas vezes por indução da dor, do sofrimento, ou de injunções outras que a vida lhes impõe, de uma Doutrina relativamente nova, ou meramente renovada, esta sim, evoluída, a qual lhes facilita e felicita a caminhada terrena, entre as provações e expiações ainda inerentes às atuais condições da quase totalidade dos habitantes deste orbe frente à eternidade.
     Assim sendo, nenhuma diferença há entre um espírita e um seguidor de qualquer outra religião ou filosofia, mesmo não cristãs, a menos que haja notória desigualdade entre a postura moral, ética, espiritual, entre um indivíduo e outro, independente do grupo a que cada qual pertença.
Pode, sim, um católico fervoroso, um evangélico convicto, um umbandista, um esotérico, um islâmico, até mesmo um ateu, dado o seu testemunho real, ser portador de uma alma bem mais elevada que a de um espírita.
      Eis por que o Espiritismo incansavelmente adverte: "Àquele a quem mais foi dado mais será pedido". Ser espírita, portanto, não é nenhum privilégio de classe, muito menos um bônus concedido a espíritos mais elevados. Antes, trata-se de uma valiosa oportunidade de aprendizado, com o ônus de uma redobrada necessidade de trabalho com responsabilidade, concedida àqueles que mais se tornaram devedores no passado, e que, com certeza, ainda têm muitas contas a ajustar no presente e quiçá no futuro com a Justiça infalível das leis eternas do Criador. E quantos há, infelizmente, que saem deste plano com acúmulos de dívida sobre dívida, e que, mais hoje, mais amanhã, terão de pagar com juros sobre juros. ///

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

10. DOUTRINA DE LIVRES PENSADORES

      P. São os espíritas, de fato, livres pensadores? Isto quer dizer que podem inventar e ensinar coisas de sua própria cabeça, de vez que cada um tem o direito e a liberdade de expressar suas ideias de acordo com o seu próprio entendimento?

     R. O Espiritismo, ao mesmo tempo em que veio trazer-nos uma nova visão sobre vários aspectos do Cristianismo - doutrina, este até então totalmente embasado na Bíblia, inclusive nos textos anteriores ao advento do Cristo, por sinal os mais utilizados nas pregações de muitas Igrejas, e quase sempre tomados ao pé da letra, ufana-se de produzir e aumentar a cada dia uma extensa coluna de novos livres pensadores.
Já nas primeiras reuniões do "Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita - ESDE", realizado pelo menos em todos os Centros de grande e médio portes, fica bem claro para os principiantes que todas as informações que estes irão receber ao longo desse estudo só devem ser aceitas como verdades SE e QUANDO couberem na sua capacidade de raciocínio.
    A pessoa ouve as explicações, ou explanações sobre determinado assunto, que geralmente envolvem máximas, preceitos, postulados, ponderações; se em sua mente pairam dúvidas, deve perguntar, especular, solicitar maiores esclarecimentos. Caso ela mesma não se haja convencido quanto ao exposto, não deve simplesmente admitir e selar tal coisa por verdade, mesmo quando o expositor haja sido contundente em suas colocações.
     É-lhe preciso saber, desde logo, que o Espiritismo nada impõe, apenas expõe. Não quer que ninguém a ele se converta, mas espera apenas que cada qual se convença, de si para consigo mesmo, usando sempre os crivos da RAZÃO, da LÓGICA e do BOM SENSO.
    A Doutrina Espírita tem a Ciência como sua aliada, e não como adversária, embora, enquanto acadêmica, esta nem sempre tenha compartilhado as descobertas igualmente científicas atribuídas àquela, conquanto tenham sido comprovadas por fatos repetidos, irrecusáveis, dada a ausência de experimentos técnicos e laboratoriais, restritos pelos cientistas às questões de ordem puramente material, visíveis e palpáveis.
    Das informações e reflexões passadas nos vários níveis do ESDE, pretendem os orientadores do "curso" que cada "aluno" faça a sua análise pessoal e busque, quanto lhe seja possível, o aprofundamento necessário na leitura das obras básicas e/ou subsidiárias, eventualmente indicadas, a fim de melhormente assimilá-las. Às vezes é somente com o tempo, entre exaustivas observações e até algumas experiências pessoais, que a pessoa se convence da veracidade do que lhe foi transmitido e se liberta de todas as dúvidas. Especialmente, quando essa pessoa é imigrante de determinada crença muito arraigada aos seus dogmas insofismáveis, em que certos conceitos não admitiam jamais quaisquer questionamentos, sendo impostos através do medo, até sob pressão e ameaças constantes de excomunhão ou de ser a pobre criatura arremessada ao Inferno de fogo e enxofre.
     Resumindo: os espíritas são e serão sempre livres pensadores. Isto, porém, não os faz tradutores liberais da Doutrina dos Espíritos, cuja pureza deve, sim, ser preservada; porquanto, nunca falta quem tente manipulá-la a seu bel prazer, sob óticas pessoais obtusas, na busca de auto-promoção, o que sempre se reconhece quando se mantenha a lógica e o bom senso por parâmetros indispensáveis.
     Pensar, sim. Aceitar ou não algo como verdade, isto é de foro íntimo e individual. O cidadão pode até expressar sua opinião própria em colóquios informais com seus confrades. Usar a tribuna espírita, ou os meios de comunicação, inclusive através da escrita, para repassar as próprias criações mentais em dissonância com a Doutrina, desde o princípio cuidadosamente edificada sob bases as mais sólidas, isto não.     Manda o próprio bom senso coletivo do Movimento Espírita oficial, que não se lho permita, porque geraria uma confusão e um descrédito tal, que poria por terra todo o trabalho realizado por Espíritos de escol, mensageiros de Jesus, bem como por pessoas cuja seriedade e dignidade se fizeram, por sua conduta exemplar, absolutamente inquestionáveis. ///

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

09. TEMAS DAS PALESTRAS PÚBLICAS

     P. O que os expositores da doutrina costumam pregar nas chamadas palestras públicas que antecedem às sessões de passes, como é de praxe  em quase todos os Centros Espíritas?

    R. Geralmente o quadro de expositores segue um cronograma, que pode sofrer eventuais ajustes, composto de temas pré-estabelecidos, com base nos diversos capítulos e itens de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".
     Excetuando-se a Introdução e o último capítulo (XXVIII) deste livro, todos os demais versam sobre as máximas da moral cristã, atribuídas a Jesus ou a algum dos seus apóstolos, extraídas dos Evangelhos bíblicos, ou das epístolas, seguidas de explicações em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida. Os comentários são feitos ora por Kardec, ora por algum dos Espíritos mentores, que sempre estiveram ao lado do grande professor francês nessa bendita tarefa.
     Para os que consideram o Espiritismo uma Doutrina indigna de ser chamada cristã, por não seguir certos preceitos defendidos por outros vários segmentos como dogmas incontestáveis, fica aqui o convite para que entrem em qualquer Casa Espírita, a título de curiosidade e pesquisa, e assistam às palestras evangélico-doutrinárias ali realizadas, para se certificarem quanto ao teor das mesmas, que, já adianto, é incondicionalmente voltado para a cidadania ética e a moralidade cristã.
    A entrada é gratuita e nenhuma identificação pessoal é solicitada a quem adentre o recinto por primeira vez, assim como nas demais ocasiões, sendo todos recebidos fraternalmente, sem questionamento algum sobre sua crença particular, de onde vem, por que vem, etc.
    A mensagem é transmitida de forma simples, inteligível, guardada sempre a pontualidade absoluta, com uma duração (variável de Centro para Centro) entre 15 e 30 minutos (não mais).
   A menos que a pessoa deseje obter informações mais específicas, ou orientações de cunho pessoal, devendo para isso buscar junto ao recepcionista o Atendimento Fraterno (em algumas Casas chamado de Diálogo Fraterno ou Plantão de Atendimento), a pessoa entrará e sairá sem ser arguida sobre suas reais e secretas intenções. Isto, salvo em alguns Centros menores, onde o responsável pela recepção do público, ao dar as boas vindas aos frequentadores em geral, ache por bem proporcionar aos rostos não conhecidos uma mais afetiva e calorosa acolhida, dirigindo-lhes algumas perguntinhas básicas, evitando, contudo, ser ou parecer indiscreto.
    Reforçando, então, sobre os temas das palestras, que não costumam ser em tom de pregação, no sentido usual deste termo, têm sempre, ou quase sempre como pano de fundo o Evangelho de Jesus, explicado à luz da Doutrina Espírita, que outra não é que a da racionalidade, própria de uma filosofia com base científica, como foi definida pelo próprio seu codificador, Allan Kardec, e pelos Espíritos que o assistiram na luminescente missão, de trazer mais luz para a Humanidade, já um tanto crescida espiritualmente para suportar o que Jesus deixara apenas latente nas sua sábias e eternas palavras, inserido na inesquecível promessa do Novo Consolador, o Espírito da Verdade. ///

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

08. SESSÃO DE DESOBSESSÃO

      P. De acordo com as narrativas bíblicas, Jesus expulsava demônios e os seus apóstolos também o faziam. Como isto ocorre no Espiritismo, uma vez que muitas pessoas obsediadas por espíritos malignos, que são os mesmos demônios, recorrem aos Centros Espíritas e, ao cabo de algum tempo, veem-se libertas de sua atuação?

     R. Os chamados demônios podem ser Espíritos pertencentes a uma de duas ordens diferentes. Há Espírito que realmente quer o mal, a destruição da vida daquela pessoa a quem se dedica a perturbar, a quem ele persegue dia e noite, ou mesmo em momentos esporádicos, mas com visível ódio e sede de vingança. E há espírito que apenas perturba a pessoa a quem assedia inconscientemente e se liga mentalmente, levando-a a crises de tristeza, de depressão, de desordem emocional, até de enfermidade psicossomática, aquela que está mais na mente do que no corpo, refletindo neste, porém, os sintomas gerados naquela, por estímulos incompreensíveis e involuntários.
      O primeiro, na maioria dos casos, trata-se de antigo desafeto, a quem a vítima de hoje teria prejudicado em outra existência anterior. Pode se dar também que nesta mesma existência corpórea, a atual vítima tenha ferido de morte aquele que veio a se transformar em seu perseguidor algum tempo depois.
Isto é comum acontecer em casos de prática abortiva, uma vez que o Espírito a quem foi negado o direito à vida, se for um Espírito ainda atrasado moralmente, enche-se de revolta contra os que deveriam recebê-lo e protegê-lo na nova experiência, mormente a figura da mãe, e não o fizeram; antes disso, o levaram a sofrimento terrível, a que se mantém imantado, desejoso, pois, de vingar-se de seu algoz.
     O segundo, diferentemente, é em geral um Espírito familiar, que não deseja nenhum mal àquele a quem está inconscientemente perturbando com sua presença. Antes disto, ele busca nessa pessoa amada um ponto de referência com a vida, que, nas mais das vezes, deixou de maneira brutal, inesperada, em um acidente ou através de uma doença rápida e fulminante. Por não saber direito o que lhe aconteceu e não ter conhecimento da continuidade da vida após a morte, vê-se profundamente confuso e sofredor. Geralmente, por afinidades de sentimentos, ou por grande aproximação espiritual existente com determinada pessoa da família, ou por laços profundos de amizade, esse Espírito se aconchega ao lado do seu afeto, transmitindo-lhe as suas sensações de dor, de desconforto, de medo, perante a nova condição, para ele inexplicável.
    No Centro Espírita, um e outro Espíritos, uma vez que as pessoas por eles assediadas lá procuram tratamento para a sua sintomática, são encaminhados para as chamadas sessões de desobsessão. Trata-se de um trabalho de alta responsabilidade, em que um grupo de médiuns, dirigidos por um membro conhecedor da Doutrina e que tem pleno domínio desse tipo de situação, irá atuar no sentido de receber suas comunicações, promovendo então a orientação necessária. A um é dado o esclarecimento a respeito de sua nova situação. A outro é feita a exortação para que perdoe e busque ser auxiliado pelos Bons Espíritos que ali estão para acompanhá-lo na nova jornada, uma vez desista do desejo de vingança.
     Esta é uma das modalidades de trabalho que mais exigem de seus participantes dedicação, boa instrução doutrinária, conduta firme e extremamente exemplar, a fim de não sofrerem os reveses por sua missão de ajudar o próximo, pois sempre que alguém tenta impedir a ação dos vingadores, podem estes se voltar contra aquele, por considerá-lo aliado de seu inimigo, ao qual deseja destruir.
   É com muito amor e paciência que os médiuns e o doutrinador conseguem, na maioria dos casos, demover esse Espírito de suas intenções insanas, levando-o a refletir e buscar o seu próprio bem no perdão e no amor. Quando isto ocorre, finalmente, os Espíritos superiores conseguem então ajudá-lo, acolhendo-o amorosamente e conduzindo-o para uma das Colônias espirituais, onde receberá conforto e instrução adequada, para uma nova futura experiência no plano material das existências terrenas. ///

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

07. SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS

       P. Como o Espiritismo vê e explica as figuras bíblicas de Satanás, o Diabo, e dos demônios, seus auxiliares, os quais,em inúmeras ocasiões, foram expelidos por Jesus e por seus discípulos, conforme as narrativas dos evangelistas?

       R.Não há efeito sem causa, já nos assevera a Lei da Natureza. Por isto, dizer simplesmente que o Diabo e os demônios não existem seria um tanto presunçoso e precipitado por parte de alguém, ou de uma Instituição, que defenda uma postura ideológica filosófica, se não pudesse sugerir a alternativa viável para as ocorrências que de certa forma justificam tal crença.
      Na tradição comercialista, a data em que a cristandade comemora o Natal de Jesus, o Salvador da Humanidade, também se apresenta como o dia em que se devem distribuir presentes para a garotada, em nome de uma figura lendária, conhecida de todos: o "bom velhinho" - Papai Noel.
     Certa vez, quando menino, indaguei de meu pai: - Por que o Papai Noel não dá a todas as crianças brinquedos de igual valor (ou seja: brinquedos de valor comercial equivalente)? Era visível a nós, meninos cujos pais tinham pouco poder aquisitivo, que, enquanto um garoto da mesma rua ganhava uma bicicleta toda traquejada, outros, como nós mesmos, ganhávamos carrinhos de plástico, ou uma bola de futebol de qualidade duvidosa. E meu pai ficou sem palavras, acabrunhado, dando explicações pouco convincentes.            Algum tempo depois, já próximo de outro natal, um amigo um pouco mais velho me alertou: - "Cai na real, guri; Papai Noel não existe". Após breve susto seguido de discussão, a questão passou a ser: - Se Papai Noel não existe, quem é que nos traz os presentes, então? Aí ele explicou: - "Quem coloca os presentes nos sapatos, debaixo da árvore (que não possuíamos), ou ao lado da cama, é o próprio pai, ou a mãe, tios, padrinhos, etc. Por isto, cada um dá o que pode, de acordo com o seu salário, aposentadoria, etc." Entre a surpresa, a dúvida e o desapontamento, prevaleceu, enfim, a verdade. E esta, sem dúvida, é mais coerente do que a história inventada para embalar os sonhos (de consumo inconsciente) infantis.
       Satanás e os demônios são acusados de causarem mal a muitas pessoas boas, provocando doenças, acidentes, brigas, insucessos, perdas, tristezas, etc. São eles, segundo a crença geral, que induzem as pessoas ao erro, ao roubo, à desonestidade, ao desânimo, à falsidade, à irresponsabilidade, ao crime, à perversidade, etc.
       No entanto, pensando com lógica, tanto o Diabo quanto Deus, cada qual a seu turno, estariam agindo de forma totalmente injusta, sempre que o Primeiro escolhe a esmo suas vítimas e determina o tipo de ação maligna que aplicará a cada uma delas, sendo que a cada ação impõe uma intensidade diferente. Da mesma forma, sempre que o Segundo reage a essas ações, protegendo e defendendo algumas dessas vítimas, em detrimento de outras, relegadas à própria sorte, ou às próprias forças.
       Se os males atribuídos a essas Entidades Espirituais são visíveis, mas elas não existem, como então se explica a incidência desses males?
       Segundo o Espiritismo, Satanás é a personificação do nosso egoismo, configurado na nossa ignorância e em todas as atitudes daí derivadas, que causam mal aos outros e a nós mesmos.
Já os demônios, criaturas invisíveis que costumam assediar de fato as pessoas, provocando-lhes as mais diversas reações e sensações incômodas, dolorosas, sofridas, ou induzindo-as às mais disparatadas condutas, nada mais são que Espíritos desencarnados, com os quais geralmente temos algum grau de comprometimento moral. Eles agem sobre o nosso psiquismo, mediante técnica de transmissão de pensamento (telepatia), motivados por desejos de vingança, ou por afinidade de sentimentos.
       O assunto, dada a sua amplitude e um grande elenco de particularidades a serem exploradas, requer longos e mais aprofundados estudos, ficando este texto apenas como uma breve introdução. Os interessados podem buscar mais esclarecimentos na vasta literatura espírita que trata especificamente sobre o assunto. ///


06. VISÃO ESPÍRITA DA BÍBLIA

       P. Os espíritas costumam moldar sua conduta de acordo com as orientações contidas nas chamadas Obras Básicas do Espiritismo, a saber, os livros que trazem a assinatura de Allan Kardec como autor, justificando isto por ser ele o codificador da Doutrina. De mais, adotam os livros ditados pelos Espíritos aos chamados médiuns psicógrafos (Exemplos: Chico Xavier, Divaldo Franco, Raul Teixeira, entre outros) como auxiliares das obras kardequianas, entre as quais estão "O Livro dos Espíritos" e "O Evangelho Segundo o Espiritismo". Poucos, e muito pouco, leem a Bíblia, à qual não consideram, como os demais cristãos em geral, como sendo a "Palavra de Deus". Assim sendo, negam o seu caráter eminentemente divino. Qual, pois, a visão dos espíritas com relação à Bíblia?

       R. Deixando de lado questões que já são de domínio geral, como a quantidade de livros e autores que compõem a Bíblia, já que não consiste em um somente, mas em vários livros condensados num só volume, assim como as épocas a que correspondem esses escritos, parto logo para o que representa a Bíblia em termos de transformação comportamental para o homem, em especial no que tange à sua conduta moral.
      Dividida em duas partes, os chamados Antigo e Novo Testamentos, ou Antigas e Novas Escrituras, a Bíblia constitui um documento histórico notável, que conta a trajetória dos hebreus, a partir das ações do seu primeiro líder político e espiritual, pós libertação do jugo egípcio, o grande profeta Moisés.
Para os Espíritas, todos os autores bíblicos foram, sim, pessoas inspiradas, sempre que se dedicaram a conduzir o povo pelo caminho, ou, para o caminho do bem.
       Em boa parte dessa história, constata-se a necessidade de uma condução firme, com mão de ferro e leis exageradamente rígidas, de conformidade com a aridez e rispidez das almas então encarnadas nesse meio. À medida, porém, que os próprios judeus e a Humanidade se aprimoravam em termos de civilidade, fazia-se premente uma intervenção mais contundente da Espiritualidade Superior, a fim de que a Terra sofresse um grande impacto transformador.
      Foi isto o que se deu com o advento do Cristo, na pessoa de Jesus de Nazaré, que veio cercado de vários Espíritos auxiliares reencarnados, para que a Sua grande missão obtivesse o êxito desejado e previsto. Sua Doutrina é, sem dúvida, a mais moralizante e digna de ser anunciada como a verdadeira Palavra de Deus dirigida aos homens de todos os tempos e de todas as nações.
      Assim posto, levando-se ainda em consideração as interpretações feitas pelos escritores que registraram e propagaram os ensinamentos do Mestre, há que se ter, de resto, certa cautela e um raciocínio lógico apurado, para que não se venha a cometer exageros ou precipitações no trato com esses sublimes ensinamentos.
      É o que o Espiritismo vem fazendo, diferentemente dos demais segmentos cristãos, evitando os dogmas, que mais têm a ver com preceitos humanos do que com a verdadeira Instrução divina.
     Para os adeptos da Terceira Revelação (eu diria até: Novíssima Escritura), esta composta pelas obras contemporâneas de escritores inspirados, tanto deste mundo como do mundo dos Espíritos, a Bíblia tem inegável importância. É, sim, uma grande obra basilar para a Humanidade, mormente para a comunidade cristã, da qual também os espíritas fazem parte, quer os outros queiram, quer não.
   No entanto, o valor maior deve ser creditado, e o é pelos espíritas, aos quatro livros chamados Evangelhos, sem desmerecimento nenhum às célebres e inspiradíssimas cartas dos apóstolos Paulo, João e Tiago, entre os demais livros de toda essa fantástica biblioteca.
     Nos evangelhos constam a história pessoal de Jesus e os Seus ensinamentos. Desses quatro livros, que na verdade são um só, em quatro versões minimamente diferenciadas entre si, a parte mais importante, mais notável, inegavelmente, é a que se refere ao Sermão do Monte, a que o Espiritismo atribui como a essência da Doutrina do Cristo, onde está resumido todo o código moral deixado por Ele para os seus verdadeiros seguidores. E é esta, exatamente, a base de toda a moralidade da Doutrina Espírita, que se resume numa palavra: CARIDADE. Tudo mais torna-se mero efeito, ou simples desdobramento. ///

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

05. DAS RECEITAS FINANCEIRAS

       P. Como fazem os Centros Espíritas para arrecadarem o dinheiro necessário ao cumprimento dos seus deveres financeiros, como pagamentos de contas de água, luz, aluguel (quando não possui sede própria), compra de materiais e acessórios, manutenção e ampliação da sede, etc.?

     R. Como é sabido, no Espiritismo não há cobrança de dízimo nem coleta de ofertas, a pretexto de qualquer modalidade de reunião realizada nas dependências das Sociedades Espíritas ou Instituições afins.
É igualmente de conhecimento público que os médiuns, dirigentes e trabalhadores em geral das Casas Espíritas nenhum tipo de remuneração percebem pelas atividades que exercem nesses recintos, dado que o ambiente é absolutamente devotado à prática da caridade e da fraternidade universais. Cada um desses membros atuantes tem seus próprios meios de sustento no trabalho profissional a que se dedica, fora do âmbito espírita, ofertando de boa vontade uma parcela do seu tempo aos compromissos assumidos voluntariamente com a Entidade, a que se filiou também por afinidade.
   Dito isto, resta saber que às diretorias das Sociedades Espíritas e das entidades unificadoras do Movimento Espírita (Federações, Uniões regionais, Ligas, etc.) cabe a difícil tarefa de promover a sustentabilidade econômica de suas sedes, a fim de fazerem frente às despesas funcionais correspondentes.
    Uma das formas mais comuns de arrecadação dessas provisões é a composição de um quadro de associados, que se comprometem a contribuir mensalmente, mediante emissão de um carnê, ou confecção de uma ficha cadastral que permanece arquivada na tesouraria. O valor da contribuição é estipulado pelo próprio associado, de acordo com a sua consciência, o seu desejo de ajudar a Casa que bem o acolhe, e a sua disponibilidade financeira particular, jamais vindo esta a ser questionada.
     Não há a menor coação ou indução, nem se fazem campanhas públicas, sequer nas reuniões de estudos preparatórios para os candidatos a futuros trabalhadores da Casa.
     Em a maioria dos Centros, é mantida uma biblioteca, da qual os associados podem emprestar livros, CDs e DVDs, comprometendo-se a devolvê-los em prazo previamente fixado. Há também, em algumas Casas, uma livraria com venda desses produtos (novos), a título de captação de renda a ser revertida exclusivamente para as despesas previstas.
    De tempos em tempos, pode-se ainda promover almoços ou jantares, com venda de ingressos ou convites, sendo organizado, nessas ocasiões ou à parte delas, um bazar, geralmente a partir de objetos, tais como artesanatos, roupas e utilidades em geral, doados pela própria comunidade.
    Estes são os meios mais utilizados no Movimento Espírita para a angariação de fundos para a sua funcionalidade.
    Que fique ainda muito claro que no Espiritismo nada se impõe a quem quer que seja, frequentador ou trabalhador da seara, mesmo quando diga respeito aos aspectos puramente materiais, tal como ocorre nos aspectos   doutrinários, em que todos são convidados a refletir com a razão, a lógica e o bom senso.

domingo, 20 de janeiro de 2013

04. MEDIUNIDADE: PROMESSAS E COBRANÇAS

     P. São bastante comuns, principalmente nas grandes cidades, anúncios de "médiuns espíritas" que prometem soluções rápidas e garantidas para problemas de variada ordem. Qual a relação do Espiritismo, enquanto Movimento Doutrinário, com este tipo de negócio, já que na maioria das vezes é realizado de maneira autônoma, ou seja, desvinculado de qualquer Centro Espírita?

     R. A mediunidade é uma condição física inata naqueles que a possuem, em maior ou menor grau de sensibilidade. Ela pode aflorar no indivíduo em qualquer idade, embora o mais comum seja isto acontecer na fase da mocidade.
    Constitui ferramenta essencial à tarefa de intercâmbio entre o mundo espiritual (etéreo, invisível) e o mundo físico, este, cuja materialidade agride ordinariamente os cinco sentidos de que é dotado o nosso corpo carnal.
   Através da faculdade mediúnica de um indivíduo, Espíritos desencarnados se comunicam com os encarnados, do mesmo modo que através de um equipamento tecnológico apropriado as pessoas de um lugar qualquer podem estabelecer contatos com outras que estão em lugar bem distante, ouvindo e sendo ouvidas, vendo e sendo vistas, como se bem próximas estivessem entre si. Nesse intercâmbio há doadores e receptores, podendo se posicionarem ambos tanto de um lado como de outro, alternadamente.
     Nas atividades mediúnicas que ocorrem sob a orientação espírita, a primeira recomendação dada pelo Espiritismo é a da gratuidade e espontaneidade de qualquer serviço prestado, visando unicamente o bem do próximo. Digo espontaneidade porque não se deve forjar o intercâmbio. Isto é, o Espiritismo não recomenda a prática da evocação dos Espíritos. Eles se manifestam espontaneamente.
    De acordo ainda com os princípios da Doutrina Espírita, não se pode afiançar nenhum resultado milagroso, muito menos em caráter imediato. Assim sendo, se um determinado médium costuma prometer soluções fantásticas e infalíveis e, além disso, cobra honorários por suas intervenções mediúnicas, fazendo de sua capacidade sensitiva uma atividade profissional, com certeza espírita ele não é.
      Se o referido médium se declara atuante de alguma outra corrente religiosa, que não o Espiritismo, este nada tem a ver com aquele, eximindo-se automaticamente de qualquer responsabilidade sobre os atos de tal indivíduo. Mas, se aquele se diz "médium espírita" e mesmo assim usa dessa prática, cumpre aos espíritas sinceros alertarem as pessoas incautas quanto à falsidade desse tal sujeito, porquanto nenhum médium espírita está autorizado a comercializar quaisquer benefícios que eventualmente provenham de seus atributos medianímicos.
    Qualquer médium espírita sabe que recebeu de graça, para que de graça compartilhasse com seus semelhantes, essa abençoada ferramenta de trabalho, a ele fornecida pela Misericórdia Divina para o seu próprio aprimoramento íntimo, moral, espiritual.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

03. SOBRE CURAS ESPÍRITAS

     P. Assim como se propala em algumas Igrejas Cristãs, sobre os feitos de grandes milagres e curas divinas, ocorrerão também tais prodígios nos Centros Espíritas?

      R. Em todo o território brasileiro, poucos são os Centros que contam com a presença de um médium realmente dotado da capacidade especial de cura, isto é, de intervir direta e efetivamente na organização física dos indivíduos, ao ponto de converter um organismo doente a um estado saudável, de um momento para outro.
       Muitas enfermidades são decorrentes de longos processos mentais e/ou sentimentais que redundam em desequilíbrio emocional, provocando os distúrbios funcionais característicos. São as chamadas doenças psicossomáticas. 
     Ao receber o auxílio energético, através do passe magnético e da instrução evangélica, o próprio paciente promove a alteração necessária em seus níveis de pensamento, concorrendo assim decisivamente para o seu próprio reequilíbrio orgânico.
    Nesses casos, o trabalho do médium resume-se em fazer uma "limpeza" energética, removendo do paciente as vibrações negativas que ele acumulava em seu psiquismo e infundindo-lhe a fé na Providência e na misericórdia divinas, fazendo com que ele próprio consiga assimilar e ao mesmo tempo gerar vibrações positivas, eliminando então as causas do seu estado doentio.
      Aquele médium especial, quando se apresenta à tarefa com Jesus, conta com o auxílio de médicos do Espaço, Espíritos que aqui na terra, em sua última encarnação, pelo menos, dedicaram-se à medicina com amor, e que, em retornando à Pátria Espiritual, continuam  atuando como devotados servidores do bem, em favor do próximo.
     Há, porém, doenças cármicas, que obedecem à grande Lei de Causa e Efeito, cujos sintomas podem por vezes apenas ser minimizados. Essas doenças aparecem como um meio de expurgação das toxinas geradas pelo próprio indivíduo, noutra época, em sua reencarnação passada, e que agora se demoram em seu instrumento físico para o seu próprio benefício espiritual. No momento não nos cabe aprofundar a questão, o que poderemos fazer em ocasião mais apropriada. Nesses casos, há que se levar em conta a complexidade das causas, sua gravidade, o merecimento pessoal, o tempo prescrito e os objetivos da dor, que variam de caso a caso, e que, em geral, permanecem ocultos, em favor da criatura mesma que passa pela provação necessária ao seu refazimento moral e seu adiantamento espiritual.
    Também se há de deparar com perturbações físicas causadas por abusos ou negligências, cometidos pelas pessoas, em seus ritmos de vida, e que só com mudanças de postura, alidadas a certos medicamentos recomendados pela Ciência Médica é que poderão ser sanadas satisfatoriamente, nada tendo aí de espiritual.
     Há, por fim, os sintomas de doenças que são meramente efeitos da presença de um Espírito obsessor, ou de um ente perturbado, que transmite ao paciente as sensações que carrega consigo mesmo no plano em que se encontra. Nesse caso, o tratamento de desobsessão se faz plenamente eficaz.
  Como se vê, a maioria  dos Centros Espíritas tem por principal objetivo a exposição evangélico/doutrinária, visando despertar as pessoas para as atitudes positivas perante a vida, a sociedade, o próximo, em concordância absoluta com as recomendações do Cristo.
    Esses Centros promovem, sim, a cura de muitas mazelas da alma humana; porém, evitam fazer promessas de curas milagrosas, mesmo que parciais, em se tratando das enfermidades do corpo, uma vez que essas curas podem vir a ser produto de uma simples mudança de conduta, como podem não acontecer, por motivos mais profundos, e que fogem ao controle e ao poder de ação de qualquer qualificação mediúnica.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

02. UMA RELIGIÃO SEM IGREJAS

       P. Sendo o Espiritismo considerado por seus adeptos uma religião, ou uma filosofia cristã com aspecto religioso, por qual motivo não se erguem igrejas espíritas, no lugar dessas casas chamadas centros espíritas, que em nada se parecem com os templos, mesmo os mais modestos, que a maioria dos segmentos do Cristianismo constroem e exibem com orgulho?

       R. Centro espírita é o nome popular atribuído ao espaço físico onde funciona uma Sociedade Espírita, grupo formado por pessoas afins com o objetivo de estudar e praticar os postulados da Doutrina Espírita.
Sendo esta uma doutrina eminentemente cristã, procuram os seus seguidores guardar o máximo de semelhança com os grupos primitivos de estudiosos das recomendações deixadas pelo Cristo, os quais se reuniam em recintos singelos, desprovidos de quaisquer paramentos ou ritualismos, centrados unicamente no envolvimento total e na prática real do bem, assim como nas comunicações com a Espiritualidade superior, como se depreende dos livros ou cartas dos apóstolos que integram o Novo Testamento bíblico, embora muitos contestem tais constatações.
    O "igrejismo", adotado pelos cristãos do terceiro século pós advento da Boa Nova, deveu-se a intervenção da cúpula templária romana, que, depois de aceitar a figura de Jesus como sendo a do Messias prometido aos judeus, adequou deste os ensinamentos aos seus cultos ritualísticos e suas hierarquias sacerdotais em vigência.
      O Movimento Espírita, desde os seus primórdios, em meado do século dezenove, tem buscado resgatar e preservar a simplicidade do Movimento Cristão daquelas primeiras e difíceis horas de sua consolidação, quando o Mestre deixara ao encargo dos seus discípulos a árdua tarefa de transpor todos os obstáculos impostos pela religiosidade tradicional dominante, que ostentava a sua suntuosidade em templos magníficos como forma de demonstração e glorificação do poder divino, inversamente ao que Jesus viera pregar na Terra.
     Nos Centros Espíritas não se promovem ritos, mas se produzem reuniões de estudos, de divulgação doutrinária e de atendimento fraterno aos que necessitam de consolação e esclarecimento, tudo dentro dos princípios fundamentais da caridade pura, exaustivamente recomendados pelos Espíritos. Assim ocorre desde a codificação de Allan Kardec até os dias atuais, em que os Espíritos de luz se manifestam incessantemente, através das obras complementares de Chico Xavier, Divaldo Franco, Raul Teixeira e tantos outros médiuns de escol.
      Para tais práticas nada mais se necessita do que um ambiente apropriado, sóbrio, harmonioso, sereno e sem luxo, conquanto confortável. Qualquer pessoa que entre em um Centro Espírita por primeira vez constatará isto, desde o primeiro olhar até a última passada de vista. Caso assim não o seja, desconfie.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

01. OBJETIVO E TÍTULO DESTE BLOG

P. Qual o objetivo deste blog e por que este título?

R. O blog BASTIDORES DO ESPIRITISMO ( mesmo título do meu livro - ainda não publicado) tem por objetivo informar aos leigos, às pessoas que sentem curiosidade de saber tudo o que se faz, o que se passa e o que se deixa de fazer dentro de um Centro Espírita, ou no Movimento Espírita, assim também aos espíritas principiantes, que ainda tateiam em seus primeiros estudos sobre a Doutrina, seus postulados e suas práticas, cheios de interrogações e incertezas.
Usando a forma simples de perguntas e respostas, proponho-me esclarecer dúvidas e dissipar equívocos que pairam sobre vários pontos em que o Espiritismo, no seu aspecto religioso, se difere completamente dos demais segmentos cristãos, sendo, por isto, apontado por líderes e adeptos de diversas agremiações religiosas ou filosóficas como falsa doutrina, falsa religião, religião de demônios, etc.
Esta iniciativa é absolutamente independente e tem por finalidade ir, ao longo do tempo, devassando o Espiritismo, a fim de que os interessados saibam realmente o que os espíritas creem e praticam.
Mas,  desde já, fique esclarecido que não tenho, através deste trabalho, assim como do livro que escrevi, nenhuma intenção de converter ninguém ao Espiritismo, pois a própria Doutrina Espírita já recomenda não se fazer proselitismo.
 A única finalidade é mesmo diluir as dúvidas e os equívocos, tão comuns às pessoas que nunca se envolveram, ou que tiveram alguma experiência breve e superficial com a Doutrina ou com o Movimento Espírita, especialmente no que concerne às práticas mediúnicas e terapêuticas, ou mesmo com seus conceitos e teorias, tão diferentes das outras linhas de conduta e pensamento cristãos.