sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

10. DOUTRINA DE LIVRES PENSADORES

      P. São os espíritas, de fato, livres pensadores? Isto quer dizer que podem inventar e ensinar coisas de sua própria cabeça, de vez que cada um tem o direito e a liberdade de expressar suas ideias de acordo com o seu próprio entendimento?

     R. O Espiritismo, ao mesmo tempo em que veio trazer-nos uma nova visão sobre vários aspectos do Cristianismo - doutrina, este até então totalmente embasado na Bíblia, inclusive nos textos anteriores ao advento do Cristo, por sinal os mais utilizados nas pregações de muitas Igrejas, e quase sempre tomados ao pé da letra, ufana-se de produzir e aumentar a cada dia uma extensa coluna de novos livres pensadores.
Já nas primeiras reuniões do "Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita - ESDE", realizado pelo menos em todos os Centros de grande e médio portes, fica bem claro para os principiantes que todas as informações que estes irão receber ao longo desse estudo só devem ser aceitas como verdades SE e QUANDO couberem na sua capacidade de raciocínio.
    A pessoa ouve as explicações, ou explanações sobre determinado assunto, que geralmente envolvem máximas, preceitos, postulados, ponderações; se em sua mente pairam dúvidas, deve perguntar, especular, solicitar maiores esclarecimentos. Caso ela mesma não se haja convencido quanto ao exposto, não deve simplesmente admitir e selar tal coisa por verdade, mesmo quando o expositor haja sido contundente em suas colocações.
     É-lhe preciso saber, desde logo, que o Espiritismo nada impõe, apenas expõe. Não quer que ninguém a ele se converta, mas espera apenas que cada qual se convença, de si para consigo mesmo, usando sempre os crivos da RAZÃO, da LÓGICA e do BOM SENSO.
    A Doutrina Espírita tem a Ciência como sua aliada, e não como adversária, embora, enquanto acadêmica, esta nem sempre tenha compartilhado as descobertas igualmente científicas atribuídas àquela, conquanto tenham sido comprovadas por fatos repetidos, irrecusáveis, dada a ausência de experimentos técnicos e laboratoriais, restritos pelos cientistas às questões de ordem puramente material, visíveis e palpáveis.
    Das informações e reflexões passadas nos vários níveis do ESDE, pretendem os orientadores do "curso" que cada "aluno" faça a sua análise pessoal e busque, quanto lhe seja possível, o aprofundamento necessário na leitura das obras básicas e/ou subsidiárias, eventualmente indicadas, a fim de melhormente assimilá-las. Às vezes é somente com o tempo, entre exaustivas observações e até algumas experiências pessoais, que a pessoa se convence da veracidade do que lhe foi transmitido e se liberta de todas as dúvidas. Especialmente, quando essa pessoa é imigrante de determinada crença muito arraigada aos seus dogmas insofismáveis, em que certos conceitos não admitiam jamais quaisquer questionamentos, sendo impostos através do medo, até sob pressão e ameaças constantes de excomunhão ou de ser a pobre criatura arremessada ao Inferno de fogo e enxofre.
     Resumindo: os espíritas são e serão sempre livres pensadores. Isto, porém, não os faz tradutores liberais da Doutrina dos Espíritos, cuja pureza deve, sim, ser preservada; porquanto, nunca falta quem tente manipulá-la a seu bel prazer, sob óticas pessoais obtusas, na busca de auto-promoção, o que sempre se reconhece quando se mantenha a lógica e o bom senso por parâmetros indispensáveis.
     Pensar, sim. Aceitar ou não algo como verdade, isto é de foro íntimo e individual. O cidadão pode até expressar sua opinião própria em colóquios informais com seus confrades. Usar a tribuna espírita, ou os meios de comunicação, inclusive através da escrita, para repassar as próprias criações mentais em dissonância com a Doutrina, desde o princípio cuidadosamente edificada sob bases as mais sólidas, isto não.     Manda o próprio bom senso coletivo do Movimento Espírita oficial, que não se lho permita, porque geraria uma confusão e um descrédito tal, que poria por terra todo o trabalho realizado por Espíritos de escol, mensageiros de Jesus, bem como por pessoas cuja seriedade e dignidade se fizeram, por sua conduta exemplar, absolutamente inquestionáveis. ///

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