domingo, 20 de janeiro de 2013

04. MEDIUNIDADE: PROMESSAS E COBRANÇAS

     P. São bastante comuns, principalmente nas grandes cidades, anúncios de "médiuns espíritas" que prometem soluções rápidas e garantidas para problemas de variada ordem. Qual a relação do Espiritismo, enquanto Movimento Doutrinário, com este tipo de negócio, já que na maioria das vezes é realizado de maneira autônoma, ou seja, desvinculado de qualquer Centro Espírita?

     R. A mediunidade é uma condição física inata naqueles que a possuem, em maior ou menor grau de sensibilidade. Ela pode aflorar no indivíduo em qualquer idade, embora o mais comum seja isto acontecer na fase da mocidade.
    Constitui ferramenta essencial à tarefa de intercâmbio entre o mundo espiritual (etéreo, invisível) e o mundo físico, este, cuja materialidade agride ordinariamente os cinco sentidos de que é dotado o nosso corpo carnal.
   Através da faculdade mediúnica de um indivíduo, Espíritos desencarnados se comunicam com os encarnados, do mesmo modo que através de um equipamento tecnológico apropriado as pessoas de um lugar qualquer podem estabelecer contatos com outras que estão em lugar bem distante, ouvindo e sendo ouvidas, vendo e sendo vistas, como se bem próximas estivessem entre si. Nesse intercâmbio há doadores e receptores, podendo se posicionarem ambos tanto de um lado como de outro, alternadamente.
     Nas atividades mediúnicas que ocorrem sob a orientação espírita, a primeira recomendação dada pelo Espiritismo é a da gratuidade e espontaneidade de qualquer serviço prestado, visando unicamente o bem do próximo. Digo espontaneidade porque não se deve forjar o intercâmbio. Isto é, o Espiritismo não recomenda a prática da evocação dos Espíritos. Eles se manifestam espontaneamente.
    De acordo ainda com os princípios da Doutrina Espírita, não se pode afiançar nenhum resultado milagroso, muito menos em caráter imediato. Assim sendo, se um determinado médium costuma prometer soluções fantásticas e infalíveis e, além disso, cobra honorários por suas intervenções mediúnicas, fazendo de sua capacidade sensitiva uma atividade profissional, com certeza espírita ele não é.
      Se o referido médium se declara atuante de alguma outra corrente religiosa, que não o Espiritismo, este nada tem a ver com aquele, eximindo-se automaticamente de qualquer responsabilidade sobre os atos de tal indivíduo. Mas, se aquele se diz "médium espírita" e mesmo assim usa dessa prática, cumpre aos espíritas sinceros alertarem as pessoas incautas quanto à falsidade desse tal sujeito, porquanto nenhum médium espírita está autorizado a comercializar quaisquer benefícios que eventualmente provenham de seus atributos medianímicos.
    Qualquer médium espírita sabe que recebeu de graça, para que de graça compartilhasse com seus semelhantes, essa abençoada ferramenta de trabalho, a ele fornecida pela Misericórdia Divina para o seu próprio aprimoramento íntimo, moral, espiritual.

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