sábado, 23 de maio de 2015

08. OPINIÃO SOBRE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

      
 P. Que orientação é dada pelo Espiritismo aos seus adeptos com relação a doação de órgãos, que constitui hoje uma das mais entusiásticas campanhas das grandes mídias, em prol de milhares de pessoas que compõem extensa fila à espera da feliz oportunidade de retorno a uma vida mais saudável, digna e feliz?

       R. Sendo o Espiritismo uma Doutrina que dá aos seus adeptos certa liberdade de escolhas e de pensamentos, ao mesmo tempo em que os esclarece acerca do "após morte", sempre que se faça oportuno, refere-se às facilidades e/ou dificuldades que os espíritos desencarnantes encontram, amiúde, em se desligarem do corpo físico no momento em que este perece para a vida que lhe é própria.
        De acordo com tais esclarecimentos, uns conseguem ver-se livres do sistema biológico falido quase que imediatamente, sendo logo recebidos por Entidades espirituais amigas e benfeitoras, que os conduzem, em breve tempo, a páramos reconfortantes, relativamente felizes, especialmente quando hão enfrentado com galhardia grandes e vitoriosas provas no educandário terreno, ou quando hajam concluído com êxito suas missões, grandes ou pequenas, na sociedade ou nos grupos a que tenham pertencido. Outros, porém, à vista de seus endividamentos pessoais para com a Lei Universal, ou por guardarem exagerado apego às coisas da materialidade, permanecem ainda, por um tempo indefinido e indeterminado, agregados aos despojos orgânicos, em muitos casos, sentindo-lhes a natural decomposição, o que se lhes apresenta como dolorosa penitência aos desregramentos e aos males que hajam perpetrado na experiência terrena recém concluída. 
        Como o assunto "doação de órgãos" é relativamente novo, e como os Espíritos não costumam determinar o que devemos ou não fazer dos nossos pertences biológicos, tanto em vida como na morte, já que temos o livre arbítrio, com o qual, aliás, devemos aprender a lidar, fica a nossa decisão restrita à nossa própria consciência. 
       Embora sejamos sempre admoestados quanto à prática da caridade (amor ao próximo - doação), alguns companheiros espíritas têm-se manifestado contrários ao que pede esta campanha, por guardarem justo receio quanto à probabilidade de não se desatrelarem de pronto da indumentária carnal, podendo assim virem a sofrer os reflexos da ação do bisturi e da própria retirada dos órgãos do seu corpo, uma vez que poderão estar ainda lúcidos, a tudo assistindo, ligados ainda ao sistema orgânico, sem poderem voltar atrás da decisão tomada em vida.
       Como doador em potencial, declarado, quero aqui deixar a minha opinião pessoal e o meu protesto em favor do bem do próximo, dando vivas à campanha pró doação de órgãos, que a cada dia vem ganhando força midiática, conquistando  adeptos, independentemente de suas crenças ou preferências religiosas.
       Gente, a coisa mais certa é que, ao perecer de suas funções o nosso organismo físico, fatalmente este se achará em imediato e contínuo trabalho de decomposição, por desagregação das células e pela ação natural da invisível mas real multidão de vermes que entra em atividade, no cumprimento da missão que a Natureza mesma lhes determinou desde o princípio.
       De acordo com a orientação segura da nossa Doutrina, o que levamos para o mundo espiritual é a bagagem moral, que compomos com as virtudes que houvermos amealhado ao longo da existência corporal, na nossa vida de relação, e mais nada.
       Segundo, ainda, o que dela apreendemos, o nosso perispírito (corpo fluídico ou astral) seguirá conosco ileso e plenamente vigoroso, seja o que for que aconteça ao corpo físico aqui deixado. O simples fato de alguém declarar-se como doador já lhe demonstra o desapego em relação à matéria, o que realmente é o mais importante.
       Pensemos mais sobre isto. ///


NOTA:    CONFORME REZA A LEGISLAÇÃO ATUAL, NÃO BASTA A DECISÃO PESSOAL DE SER UM DOADOR. É PRECISO QUE A FAMÍLIA SAIBA E TENHA PLENA CONSCIÊNCIA DA NOSSA INTENÇÃO, PARA QUE TOME AS PROVIDÊNCIAS CABÍVEIS E COM A URGÊNCIA NECESSÁRIA, PARA QUE ESTA DE FATO SE CONSUMA, UMA VEZ QUE SOMENTE COM A AUTORIZAÇÃO OFICIAL DE UM FAMILIAR ADULTO E BEM PRÓXIMO DO FALECIDO É QUE OS ÓRGÃOS PODERÃO SER REMOVIDOS.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

07. O RELACIONAMENTO DOS ESPÍRITAS COM JESUS


       P. Qual o tipo de relacionamento que os espíritas têm com Jesus, já que estes se dizem cristãos, tanto quanto os evangélicos e os católicos?

       R. Muitos imaginam que os Centros Espíritas são lugares onde só o que se faz é entrar em franca comunicação com os Espíritos e tomar passes. Equivocam-se, completamente. A comunicação com os Espíritos é reservada a um grupo pequeno de médiuns bem preparados, cônscios de sua imensa responsabilidade ante o intercâmbio com os irmãos da outra Dimensão, tanto sofredores, quanto orientadores, eventualmente manifestantes. Mas este não é o momento de tratarmos desta particularidade.
          Antes de cada sessão de passe, em número variável de 4 a 7 por semana, de modo geral e conforme as disponibilidades de cada Casa, acontece sempre uma palestra evangélico-doutrinária, na qual se abordam diversos aspectos do Evangelho de Jesus, dando-se ênfase à necessidade sempre premente de colocá-los em prática no cotidiano e a cada oportunidade surgida, ao invés de apenas guardá-los como conhecimento teórico adquirido.
       Temos também as reuniões de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE), que não apenas abordam os aspectos científico e filosófico, como, sobremaneira, o aspecto religioso da Doutrina, que outro não é senão o estudo do Evangelho de Jesus. 
       Há, ainda, na maioria dos Centros, hoje em dia, grupos específicos de estudo conduzido de O Evangelho Segundo o Espiritismo, uma das obras básicas da codificação, de Allan Kardec.
       Afora isto, tanto no Atendimento Fraterno, como em algumas palestras e na Introdução do ESDE, a recomendação e orientação para a prática de reuniões do "Evangelho no Lar" é dada com regular frequência e com exaustiva insistência a todos os seus frequentadores.
       A pergunta que alguns leitores, não afeitos ao assunto, certamente hão de fazer-nos é, então, a seguinte: "Em que consiste e como se faz essa reunião de estudo do "Evangelho no Lar"?
       Começa-se com a combinação, entre os membros da família (e agregados), de um determinado dia e horário, para que semanalmente se reúnam todos em torno de uma mesa, munidos de pelo menos um ou dois exemplares do Evangelho (seja o "Novo Testamento", seja "O Evangelho Segundo o Espiritismo") e/ou algum outro livro de mensagens de caráter moralmente edificante.
       Profere-se uma prece inicial, em voz alta, mas em tom discreto, sucinta e objetiva, em que se pode pedir o amparo e a assistência espirituais, em nome de Jesus. Em seguida, passa-se à leitura de um dos livros (pode-se ler um trecho ou um texto completo, se este não for muito extenso), podendo-se tecer considerações acerca do tema abordado, para edificação geral. Depois, faz-se a leitura do outro livro, no caso de se estipularem duas obras distintas. As considerações deverão ser breves, evitando-se o caráter discursivo e, mais ainda, os tons de discussão em caso de qualquer divergência de opinião entre os presentes.
    Concluído o estudo propriamente dito, faz-se a prece de encerramento, agradecendo aos Benfeitores, prepostos de Jesus, ali presentes, pela assistência e as vibrações eivadas de paz e de fraternidade dispensadas por estes a cada um dos participantes e seus familiares e amigos, mesmo os que se achem distantes, por eles lembrados durante o estudo e as preces.
       Costuma-se colocar um recipiente com água, a fim de ser a mesma energizada (fluidificada), sem a necessidade de imposição de mãos sobre o mesmo, água esta a ser sorvida pelos participantes logo após o término da reunião.
       O estudo do Evangelho no Lar é uma maneira de nos mantermos em contato, em nossas próprias casas, com os ensinamentos vivificantes do Mestre, que constituem a grande Verdade e o único Caminho, se postos em prática, para a conquista da felicidade a que todos nós almejamos, de fato.
       Eis, pois, uma ligeira ideia de como nós, espíritas, nos relacionamos com Jesus. ///


NOTA:
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