quarta-feira, 30 de outubro de 2013

77. ORIENTAÇÃO ESPIRITUAL EQUIVOCADA (???)

       P. Diante de uma diversificação tão grande de religiões, propondo doutrinas e cultos tão diferentes, que às vezes se colidem frontalmente, mas todas elas louvando ao mesmo Deus, pregando o mesmo Evangelho e tendo por principal objetivo tornar melhor o homem, como o Espiritismo poderia explicar a suposta ação dos Espíritos mensageiros atuantes nessas  diversas frentes, uma vez que a verdade deve ser única também para os que estão do lado de lá, e, sendo assim, estariam sendo permissivos, contemporizando com todas essas mentiras, ou, senão, com todos esses equívocos, sem nada fazerem efetivamente para tirar desta brutal confusão os cristãos sinceros e guiá-los pelo que enfim eles mesmos consideram o caminho certo?
     
      R. A pergunta é procedente, embora pareça a alguns um tanto impertinente, porquanto os Espíritos garantem que tanto católicos quanto evangélicos, espíritas como umbandistas, budistas como muçulmanos, etc., todos, sem exceção, uma vez praticantes do bem, da caridade, do amor ao próximo, são acolhidos e amparados pelos benfeitores, ao desencarnarem, nada obstante as suas crenças pessoais e os rituais a que se tenham submetido em toda a sua trajetória terrena. 
       De outra parte, todos os líderes religiosos são considerados médiuns, muitos destes verdadeiros missionários, enviados por Deus, ou, melhor dizendo, pela Espiritualidade Superior, e reencarnados no seio de suas respectivas comunidades para fazê-las avançar, sendo assistidos por seus respectivos mentores espirituais durante o cumprimento dessa missão, desde que denotem a condição de espíritos evoluídos e realmente comprometidos com a tarefa que lhes foi confiada.
       Mas por que, então, perguntar-se-á, não vêm eles predispostos a dissipar a presumida ignorância destas comunidades, antes ratificando os seus dogmas e os equívocos de suas crenças, por vezes milenares? Posto que, embora se esqueçam do que sabiam antes de reencarnar, recebam continuadamente da Espiritualidade renovadas orientações, não dariam conta essas orientações dos enganos em que incorrem tais líderes por conta das doutrinas ultrapassadas a que se apegam obstinadamente?
       De fato, desde os tempos mais remotos até aos dias atuais, a Humanidade terrena multiplica suas crenças acerca da Divindade (ou, das divindades) e as formas de cultuá-la(s). E, como há uma transmigração constante dos Espíritos entre os planos visível e invisível do nosso mundo, considerando-se que ao retornar à chamada Erraticidade o Espírito pode ver melhor, e deparar-se-á, então, com a realidade, muitas vezes bem diferente do que a supunha enquanto limitado à materialidade, dadas as limitações impostas pela crença aqui abraçada, é de perguntar-se mesmo se os Instrutores da Humanidade não poderiam intervir diretamente nos núcleos religiosos, pela mediunidade de seus líderes, a fim de esclarecê-los, fazendo-os porta-vozes das mudanças que adviriam positivamente dos novos conceitos. Ao invés disso, constata-se que as grandes lideranças, por mais que se achem imbuídas de boa-vontade, refutam as novas revelações provenientes do Além, isto porque nada lhes é revelado diretamente e se sentem mesmo apoiados em suas convicções pela suposta intervenção do que costumam chamar "o Espírito Santo", ou "o Espírito de Deus".
     Ocorre que a multidão de almas que compõe a Humanidade da Terra é extremamente heterogênea. Há Espíritos, tanto encarnados como desencarnados, em todos os graus de evolução e de entendimento. Segundo alguns autores espirituais, no mundo invisível os Espíritos se reúnem em grupos afins, cultivando, por vezes, exatamente os mesmos ideais que abraçaram durante a última excursão no mundo material. Alguns até guardam conceitos ainda bastantes nebulosos sobre a vida nesses dois estágios diferentes, que os impedem de perceber com clareza a situação em que se encontram, desde que se veem vivos e conscientes fora do corpo físico, como se nele ainda permanecessem.
       Alguns desses Espíritos que aqui exerceram certa liderança continuam a exercê-la da mesma maneira, influenciando seus sucessores deste plano, para que estes se mantenham na linha de raciocínio sustentada por eles quando aqui estiveram em "atividade missionária".
       Por exemplo: Se o fundador de uma organização religiosa foi um anti-reencarnacionista convicto, depois de desencarnado seguirá defendendo esta posição, muito embora tenha-se certificado da continuidade da vida em outra dimensão e mesmo da comunicabilidade entre os chamados mortos (mais vivos do que nunca) e os considerados vivos (menos senhores de si do que imaginam), seja pela técnica da telepatia (transmissão de pensamento mente-a-mente), seja pelas vias mediúnicas propriamente ditas.
       Os Espíritos Superiores, a par disto, não interferem no equívoco, porquanto este faz parte do grau de adiantamento em que se encontram tais companheiros, ligados ainda mais às coisas da matéria, cá de baixo, do que às coisas lá do Alto, da verdadeira espiritualidade.
       Há que se convir que muitos daqueles que fundaram novos segmentos doutrinários, interpretando as letras sagradas a seu bel prazer ou conforme seu próprio entendimento, assim o fizeram movidos mais pelos sentimentos de vaidade, de orgulho, de egoísmo, de ambição ou de presunção, do que por nobreza de alma. Daí por que muitas dessas religiões têm visível caráter comercial e seus pregadores demonstrem, às mais das vezes, um profissionalismo de convencimento a fazer inveja a qualquer comerciante bem sucedido no mundo dos negócios propriamente dito. De volta aos arraiais do Além, não querem perder o que se lhes configura uma conquista pessoal, influenciando seus continuadores para que mantenham acesa a chama da organização que lhes é motivo de orgulho e de que ainda se consideram líderes absolutos, uma vez que podem determinar sobre a mente dos que agora se acham à frente da obra.
       Quanto às revelações que vêm dos Planos Mais Altos e têm invadido a Terra, a despeito de todos os entraves que se lhes tentam impor, são para aqueles que têm ouvidos para ouvir e olhos para ver. Não dependem de uma rotulação religiosa ou filosófica específica. A codificação de uma Doutrina que pudesse reunir todas as informações novas, advindas dos Espíritos mensageiros da Nova Era, só se fez necessária porque as religiões tradicionais as refutaram sistematicamente. A então denominada Doutrina dos Espíritos (ou, Espiritismo) veio cumprir esta missão como uma Filosofia, a que deram o valor de uma nova religião, até hoje combatida por sua clareza e objetividade, dispensando os dogmas e as alegorias a que ainda se prende a maioria.
       Entenda quem puder: O Espiritismo, depois do próprio Cristianismo, a que ele se reporta, é a primeira, senão única, Doutrina (se quiserem, religião) não fundada pelo homem, mas por um exército de Entidades Espirituais voluntárias e atuantes, totalmente desprovidas de quaisquer interesses mundanos. 
       Quem quiser que o pesquise, e constatará esta grande e inegável verdade. ///


domingo, 27 de outubro de 2013

76. UM JEITO DIFERENTE DE VER O CRIADOR

     P. Diferentemente dos católicos e dos evangélicos, os espíritas não acreditam num Deus que faz milagres, que promove a salvação das almas pela Sua graça e que preza pela nossa adoração a Ele com sacrifícios e louvores, não podendo faltar o batismo, como condição primordial (sendo que para alguns segmentos importante mesmo é o batismo com, ou no, ou pelo Espírito Santo). Em não crendo nesse Deus, qual, então, a visão do Criador para os espíritas?

     R. Antes de responder a esta indagação, devo fazer uma observação que considero bastante pertinente: O Cristianismo hoje, notoriamente, não está mais dividido em meia dúzia, ou mesmo em duas ou três dezenas de cultos e linhas filosóficas diferentes, como há algumas décadas ou séculos passados. Lamentavelmente, vê-se hoje o Cristianismo como se fosse uma imensa colcha de retalhos. Já se somam milhares de fachadas e rótulos, defendendo cada qual um ponto de vista singular sobre uma infinidade de questões que envolvem crenças e cultos. Nada obstante, em quase todos esses segmentos, pelo menos os ditos bíblicos, isto é, aqueles que tem por seu livro básico, sagrado, inviolável, insubstituível, a Bíblia, a visão do nosso Criador é mais ou menos a mesma: de um Deus que chama alguns de Seus filhos diletos para o Seu ministério, que escolhe uns poucos para o gozo da salvação, condenando milhares de milhões das suas criaturas aos suplícios infernais eternos, por não andarem conforme os "Seus" critérios, os quais variam de acordo com as determinações de cada uma dessas bandeiras levantadas em o seu santo Nome. É a visão de um Deus que tem na Terra, este pequenino planeta perdido em um canto qualquer do Universo infinito, o Seu modelo único de criatura dotada de inteligência, da razão e do livre-arbítrio; e que dá a esta criatura uma única e breve chance de viver, conviver, agir e reagir, selando para sempre o seu destino, bom ou mau, de felicidade ou de desgraça eterna, sem nenhuma outra oportunidade, depois da morte física, para que possa recuperar-se dos enganos cometidos na curta existência a que fez jus.
     "Confrontemos agora estas concepções com as revelações que nos chegam pelas vozes do Além, na palavra consoladora dos Espíritos mensageiros de Jesus, que vêm nos dar da Divindade Universal uma nova e mais ampla visão, conquanto ainda acanhada, dada a falta de parâmetros adequados com que a possamos traduzir e explicar convenientemente.
     (...) Deus é a grande alma do Universo, de que toda alma humana é uma centelha, uma irradiação. Cada um de nós possui, em estado latente, essa força que emana do divino Foco e pode desenvolvê-la, unindo-se estreitamente à Causa da qual é efeito, mediante a elevação dos pensamentos para Deus, por meio da prece (oração) que brota das profundezas do ser e liga a criatura ao Criador.
     (...) Deus, em sua pura essência, é qual Oceano em chamas. Deus não tem forma, mas pode revestir uma para manifestar-se às almas elevadas. (...) Porém, a Sua majestade é de tal ordem, que os Espíritos mais puros mal Lhe podem suportar o brilho. Têm eles o privilégio, por seu merecimentos, após existências inúmeras de grandes dedicações e renúncias, de contemplar, sem véu, a Divindade Suprema, e declaram que as linguagens humanas são paupérrimas para lhes permitirem um descrição, pálida que seja, desse Foco luminoso, resplandecente.
     (...) Deus tudo vê e tudo conhece, até os mais secretos pensamentos. Assim como o espírito humano está em todo o corpo por ele animado, Deus está em todo o Universo, em relação com todos os elementos da Criação. Seu amor abrange e enlaça todos os seres, dos quais Ele fez, chamando-os à vida, co-artífices da Sua obra eterna. (...) Assim, pois, não há, entre os homens, nem eleitos, nem réprobos. A Humanidade não está dividida em dois grupos: os que se salvam e os que se perdem para sempre. O caminho da salvação (ou da santificação; ou, ainda, da purificação) pelo progresso é franqueado a todos. Todos o percorrem, de estância em estância, de experiência em experiência, de vida em vida, ascendendo para a paz e a felicidade, mediante o aprendizado incessante, a provação necessária e o trabalho renovador. Todas as almas são perfectíveis e deverão chegar, ao fim da longa caminhada, à plenitude do conhecimento, da virtude e da sabedoria. Não são todas igualmente adiantadas ou atrasadas, mas hão de subir todas, cedo ou tarde, as árduas encostas que levam às radiosas eminências da espiritualidade banhadas de eterna luz.
     Eis que o Pensamento divino preside a essa obra tão majestosa quão minuciosa, de que fazemos tenuíssima ideia. 
     (...) As forças e os seres, os mundos e as humanidades, tudo é governado pela Inteligência Suprema. A ordem, a harmonia, a justiça, a liberdade, o amor, tudo repousa em Leis eternas. E não há lei eterna sem uma Razão superior. Esta mesma, que é a fonte de todas as leis que regem o Universo e a vida, é, noutra palavra, a Causa primeira de todas as coisas, a que chamamos, simplificadamente: DEUS". ///

Nota deste autor: Toda a parte deste texto que se encontra entre aspas foi extraída, com algumas alterações feitas por nossa conta e responsabilidade, guardada a essência, do livro "Cristianismo e Espiritismo", de Léon Denis, 6ª.edição, de 1971, publicado pela Federação Espírita Brasileira (FEB), com trechos pinçados das páginas 230 a 234.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

75. POR QUE OS ESPÍRITAS SÃO CONTRA O ABORTO?

     P. Por que razões todo espírita é irredutivelmente contrário à prática do aborto?
    
   R. Primeiro, há que se questionar: como pode alguém dizer-se cristão e ser a favor de um crime premeditado e hediondo contra a vida, ainda mais quando a vítima é uma criancinha totalmente indefesa, que será expulsa com violência do ventre materno, onde deveria estar bem protegida até o momento certo de poder respirar este ar saturado que respiramos todos nós, por graça do nosso Criador e da Natureza presidida por Ele?  Acaso consegue essa criatura dirigir o seu pensamento a Deus e agradecer pela bênção da própria vida, quando é favorável, se não o próprio agente, do cerceio dessa mesma bênção para outra criatura, que teria um corpo exatamente igual ao seu e que estava já em formação de acordo com as leis naturais que regem a existência humana neste planeta?
     Cientistas e estudiosos do assunto afirmam que com apenas quinze dias o coração, órgão que determina a existência da vida em um organismo animal e humano, já bate no feto em desenvolvimento, o que significa, por dedução, que o sangue já está circulando pelos demais órgãos vitais. Portanto já se configura ali uma vida.
     Equipamentos modernos já permitem observar, sem contar as experiências do próprio aborto e a existência de um mercado criminoso que dele resulta, de órgãos, como o cérebro, utilizado na indústria de cosméticos, em países em que a prática está legalizada, que com onze semanas (menos de 3 meses) o corpo já está completamente formado, podendo-se dizer que já se trata de uma criança, em sua fase de desenvolvimento intrauterina.
     Segundo, mesmo não tendo estes conhecimentos científicos, por vezes, os espíritas sabem, pelas informações recebidas do Além, dos Espíritos mensageiros de Jesus e orientadores da Humanidade, que o ser espiritual que vem ao mundo animar um corpo carnal não tem a sua vida começada sequer no momento da concepção desse corpo, mas preexiste a ele e subsistirá à sua perda.
     Entendem os espíritas que, antes de ligar-se ao corpo que logo se irá formar e que lhe dará ensejo a uma nova experiência para a sua evolução individual, o Espírito já passou por outras tantas existências corpóreas, necessitando ainda, depois desta, de muitas outras mais, em sua jornada ascendente para a perfeição e a pureza angelicais a que está fatalmente destinado.
     Interromper este processo natural, que envolve todo um trabalho preparatório, tanto do candidato à reencarnação, quanto das várias Entidades missionárias que o acompanham nessa empresa, nem sempre tão simples quanto possamos imaginar, é ir de encontro com as leis divinas do amor, da liberdade e do progresso, que agem em favor de todos nós, frustrando e comprometendo, quem sabe, uma existência útil e promissora, que talvez viesse a ser o nosso próprio arrimo ou de uma comunidade inteira, cuja falta iremos sentir e pelo que haveremos de prestar contas mais tarde.
     O espírita estudioso e consciente aprende isto e não se esquece nunca mais, tornando-se incapaz de laborar contra os desígnios de Deus, pois sabe que responderá, logo mais, por suas más decisões, mormente aquelas em que já possui franco conhecimento de causa.
     Certamente, há muitas pessoas que se achegam ao Espiritismo, por razões e em circunstâncias variadas, tendo já praticado um ou mais abortos, ou participado direta ou indiretamente da sua execução. Acolhidas e posteriormente instruídas, essas pessoas jamais serão alvos de crítica ou condenação por parte de seus tutores espirituais e dos novos companheiros de ideal religioso. Porque somos todos aprendizes, cheios de imperfeições, cada qual tentando vencer as suas próprias fraquezas e quedas morais de outrora, só temos é que dar as mãos aos que se juntem ao nosso grupo, a fim de nos auxiliarmos mutuamente e crescermos na fé e no conhecimento do bem e da justiça, em favor da paz, que só virá através do amor, conforme nos ensina Jesus, claramente, no Roteiro de luz que nos deixou, o seu Evangelho.
     Aprendemos, por outro lado, que o perdão divino nos é concedido mediante a reparação dos nossos erros. Por isto nos esforçamos na prática da caridade, do verdadeiro amor ao próximo, com ações voluntárias e sentimentos altruístas.
     Tão logo nos vemos devidamente instruídos, somos chamados a cooperar em alguma das diversas frentes de trabalho, todas voltadas para o bem coletivo e desinteressado. Caso não possamos atender a esse chamamento, que ao menos ponhamos em prática nos nossos convívios cotidianos os ensinamentos recebidos, o que já é de grande efeito.
     Quanto a nós mesmos, individualmente, a maior providência que somos induzidos ou incentivados a tomar é a da nossa reforma íntima, pessoal e intransferível, em função da qual faz-se extremamente valioso cada mínimo esforço dispendido. E nela está inserida, sem dúvida, uma profunda reavaliação e consequente valorização da vida.
       Por tudo isto, nós, espíritas brasileiros, somos, sim, irredutíveis, com relação à infeliz ideia de se legalizar a prática do aborto no nosso país. Nos países onde este crime já foi legalizado, os espíritas nem por isto o praticam, pois estão conscientes de que acima das leis humanas está a Lei divina, esta infalível e imutável. ///
     


     

      

domingo, 13 de outubro de 2013

74. AMIZADE X CASAMENTO: SINAL DE PERIGO

     P. Haverá algum problema em se manter uma estreita amizade com pessoa do sexo oposto, no âmbito das atividades espíritas, sendo uma das partes ou ambas comprometidas com a vida conjugal fora ou dentro desse mesmo ambiente?

     R. Quero aqui parabenizar o Articulista anônimo (assim o anuncio por não constar sua assinatura) que escreveu sobre o importante e delicado assunto na revista "Despertai!" de outubro de 2013, revista esta de publicação mensal da Associação Torre de Vigia, órgão de difusão doutrinária das Testemunhas de Jeová, na seção "Ajuda para a Família", dando ao artigo o sugestivo título "Quando uma amizade se torna íntima demais", do qual extrairei os melhores argumentos e uma boa dose de inspiração para compor a resposta à pergunta acima formulada.
     O articulista começa aludindo a uma situação bastante recorrente em que uma pessoa, homem ou mulher, casada, considera outra, com quem compartilha sua mesma crença, seu ideal religioso, suas ideias e até uma atividade em comum, ou congênere, como sendo apenas uma grande amizade. Não obstante as circunstâncias, essa amizade, se demasiado estreita ou excessivamente íntima, constitui um sinal de perigo iminente.
     Primeiro, convém analisar: Se o marido (ou esposa) ouvisse as conversações demoradas entretidas pela dupla de amigos, será que entenderia tratar-se realmente de uma relação de amizade sincera e pura, nada além disto?
     Algumas questões devem ser levantadas para que se identifique o grau de comprometimento de uma amizade, quando esta se ache no limite em que se pode transformar num caso amoroso, numa aventura de sedução, no início veladamente, mas que depois passa a uma atitude, por vezes inescrupulosa, de infidelidade conjugal.
     Por que isto acontece? Pela falta de atenção por parte do cônjuge, talvez?
     Saber-se valorizado pelo marido (ou pela esposa) faz um grande bem para a autoestima. Quando essa valorização provém de um amigo (uma amiga), aí nos faz sentir atraentes, admirados, e isto mexe com o mais profundo do nosso ego. Ocorre que depois de algum tempo de relacionamento matrimonial é bastante comum, tanto para o homem, quanto para a mulher, advir um sentimento de carência afetiva, devido à falta de elogios, antes frequentes, por parte da companheira (ou companheiro) do lar. E são esses elogios que agora ele (ou ela) recebe da amiga (ou amigo), feitos a princípio talvez desinteressadamente, ou, quem sabe, já com alguma intenção dissimulada, o que estimula um sentimento até então inexistente ou não identificado. Daí em diante cresce a afeição pelo outro (outra) e começa-se a comparar os seus pontos positivos com os pontos negativos do cônjuge. Já a comunicação com este último torna-se cada vez mais deficitária e o casamento, dia após dia, menos prazeroso, mais infeliz, até que chegue ao limite da inapetência e da intolerância, unilateral ou mútua, não raro insuperável e irreversível, exceto com muito esforço e decisão.
     Um sinal claro de que uma amizade pode descambar para este desfecho é quando um ou ambos os envolvidos começam a confidenciar suas frustrações no âmbito do relacionamento conjugal.
     É preciso reconhecer o perigo e recuar o quanto antes. Urge, então, buscar no marido (ou na esposa) aquelas características positivas que tanto empolgaram no início da vida a dois, que podem apenas estar adormecidas por falta de comunicação e estímulo.
     Na maioria dos casos, o cônjuge infiel comete injustiça em relação ao seu par oficial, uma vez que das pequenas e naturais divergências constrói argumentos pesados em favor do seu desvio de caminho, justificando-o perante si mesmo e perante a eventual opinião alheia.
     Convém ainda observar que em muitos desses casos um dos envolvidos é o agente iniciador ou proponente da nova situação, enquanto o outro é apenas um reagente, que às vezes faz todo o possível para resistir à investida sensual do amigo (ou amiga), até que acabe cedendo aos elogios recebidos deste e à sua sedução.
     Para evitar que isto aconteça, já aos primeiros indícios, vejamos o que recomenda o articulista da "Despertai!":
     "As pessoas instalam alarme contra roubo em sua casa ou carro. É possível fazer algo parecido em seu casamento. (...) Deixe bem evidente que é casada (casado). Estabeleça limites do que é apropriado ou inapropriado quando você está com uma pessoa do outro sexo, que não é o seu marido (sua esposa). Por exemplo: é claro que não seria adequado conversar com um amigo (amiga) sobre problemas no seu casamento, ou sair para beber com um colega de trabalho" (mesmo que seja um refrigerante ou suco e que o tal colega o seja de alguma atividade espiritual).
     O excelente artigo apresenta ainda alguns questionamentos importantíssimos a que se deve submeter qualquer pessoa que queira saber se está vivenciando de fato uma boa amizade, apenas, ou algo mais do que isto:
     "Pergunte-se, então:
     a) Falo sobre problemas do meu casamento com meu amigo (minha amiga)?
     b) Crio oportunidades para estar com ele (ela)?
     c) Escondo do meu marido (da minha esposa) essa amizade?
   d) Eu ficaria constrangida (constrangido) se meu marido (minha esposa) estivesse presente quando conversamos?
     e) Meu marido (minha esposa) ficaria desconfiado (desconfiada) ou se sentiria traído (traída) se ouvisse nossas conversas?"
     Ficam, portanto, estes sinais de alerta, diante do perigo, os quais servem para todos, e, muito especialmente, para os que mantêm afinidades no campo dos ideais e do labor espiritualistas, onde equívocos dessa natureza podem causar danos da mais grave monta.
     Para os espíritas conscientes, acrescente-se ainda que o comprometimento que se estabelece nesses casos, com possíveis reflexos em suas vidas futuras, é de ser levado muitíssimo em consideração, uma vez que pesa sobre eles o conhecimento de uma máxima crística que assevera: "Ao que mais foi dado mais será pedido".

     Nota explicativa deste autor:
     O presente texto não tem por objetivo condenar o ato em si de separação ou divórcio, já consumado ou em vias de processo, tão comum em nossos dias e praticado sob as mais variadas motivações. Não nos cabe julgar ou criticar as decisões de quem quer que seja e pelo que quer que faça no uso do seu livre-arbítrio. O alerta deste artigo refere-se ao perigo que representa uma amizade mal conduzida, mal interpretada, quando deixa de ser um convívio fraterno, saudável, para tornar-se um relacionamento extra-conjugal mais íntimo, portanto escuso, em que a infidelidade e o adultério, estes sim reprováveis em quaisquer circunstâncias, venham a manchar a moral, tanto da mulher quanto do homem, que a eles se entregue. Além disto, há o aspecto ético, quando se trate de companheiros de atividades na Casa Espírita, assim como em qualquer outra Instituição de cunho religioso, a ser preservada por seus membros, tanto quanto estes se entendam por responsáveis e o desejem ser considerados por seus pares. ///
      

terça-feira, 8 de outubro de 2013

73. A TENTAÇÃO DE JESUS

     P. Sendo cristãos os espíritas, como costumam se auto afirmar, por que não aceitam como legítima e verdadeira a Tentação de Jesus sob a ação direta de Satanás?

     R. Dos quatro apóstolos evangelistas apenas dois, Mateus e Lucas, relatam o curioso episódio, com ênfase a três detalhes importantes, dignos de serem analisados e comentados por qualquer estudioso da Bíblia e do Cristianismo. 
     O apóstolo João não faz nenhuma menção aos fatos, o que é de se estranhar, enquanto o evangelista Marcos resume-os em dois lacônicos versículos (Mc. 1: 12, 13), contra os onze versos de Mateus (Mt.4: 1 - 11) e treze de Lucas (Lc. 4: 1 - 13).
     Lucas diz que Jesus foi guiado pelo Espírito Santo ao deserto, e que lá ficou jejuando por quarenta dias e quarenta noites, sendo tentado pelo diabo. Isto nos remete à ideia de que durante esta quarentena o diabo o tentou várias vezes, culminando com as três tentações a que o submeteu ao final do jejum, conforme descreve em seu evangelho. Já Mateus informa que Jesus, logo após o batismo de João nas águas do Jordão, foi levado ao deserto para ser tentado pelo diabo. Nesse caso subentende-se que o próprio Espírito Santo foi quem entregou Jesus nas mãos de Satanás para que este o submetesse às tentações, provavelmente com o intuito de provar sua fidelidade a Deus, tal como Deus um dia permitira fosse feito com Jó, na Antiguidade, segundo as Escrituras.
     Ao fim do jejum absoluto, Jesus sentiu fome, como narram Mateus e Lucas. "Disse-lhe, então, o diabo: Se és Filho de Deus manda que estas pedras se transformem em pães".
     Cabe aqui anotar que a doutrina que proclama ser Jesus o próprio Deus feito homem comete um grande contra-senso, pois ninguém mais do que Lúcifer (lembram-se dele?), agora Satanás, saberia deste pormenor e então teria dito, mais corretamente: "Pois que és Deus, transforma estas pedras em pães". No entanto, quando o diabo o coloca sobre o pináculo do templo em Jerusalém, novamente alude à sua filiação, dizendo: "Se és filho de Deus atira-te daqui abaixo"...
     Se a estas duas tentativas satânicas de demover Jesus da sua missão salvadora na Terra se houvera restrito o texto em pauta, dadas as respostas convictas e cheias de sabedoria do Cristo, extrair-lhe-íamos valiosíssima lição, deixando a interpretação literal na conta de uma alegoria salutar, como tantas outras assim nos parecem ao percorremos os mais diversos ensinamentos bíblicos, que incluem várias parábolas contadas pelo próprio Mestre.
     Entretanto, segue a narrativa, complicando um pouco mais o raciocínio que se queira fazer mediante a lógica e o bom-senso:
     "Levou-o também o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles, e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares", segundo Mateus.
     "Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser", acrescenta Lucas.
     Ora, segundo a Escritura antiga, Satanás, que dantes fora a luminosa criatura espiritual mais próxima de Deus, chamada Lúcifer, foi expulso do Céu sem direito a nada. Como agora viria ele dizer a Jesus, seu conhecido de todos os tempos, ou, pior, ao próprio Deus, sendo ele assim considerado, que toda a autoridade e a glória dos reinos da Terra lhe foram entregues, cabendo-lhe o direito de dá-los a quem ele quisesse?
     Pois bem, os espíritas, apelando para a lógica e para o mais apurado bom-senso, além de contarem com as instruções dos Espíritos superiores, já não conseguem aceitar essa personalização do diabo, a não ser como uma figura alegórica que personifique a nossa própria ignorância e o mal que desta advém, como irão levar a sério uma descrição tão contraditória quanto esta, ainda mais quando faça parte integrante do que dizem ser a "Palavra de Deus", a qual jamais se exporia a erro tão primário?
     Diante do que se acaba de conferir, se se continuar afirmando que Jesus é Deus, ter-se-á que admitir que o diabo ousou propor ao próprio Deus adorá-lo, mediante o que lhe promete dar tudo o que sempre Lhe pertenceu, pois que é tudo isto fruto da Sua própria Criação. Ora, segundo os mesmos livros sagrados, o diabo teme e treme na presença de Jesus, que o expulsa de suas atormentadas vítimas, em várias oportunidades.
     Sob a ótica do Espiritismo, É um fato aceitável, isto sim, que Jesus teria se retirado para o deserto, intuído de que sua missão não seria nada fácil e amparado por uma falange de Espíritos Benfeitores, seus auxiliares invisíveis, a fim de meditar profundamente na tarefa que lhe exigiria logo mais o máximo de esforço, concentração e renúncia.
     Nesse caso, a figura de Satanás com suas propostas tentadoras, pode aí ser substituída pela configuração dos pensamentos que talvez lhe assaltassem a mente, sobre a possibilidade de recuar, levado pelo comodismo e pelas glórias terrenas, que a todos acenam, mas que somente aos fracos seduzem. 
     Ele mesmo vai dizer mais tarde que o seu reino não é deste mundo.
     Diante deste raciocínio, revela-se a grandeza desse Espírito maravilhoso e altamente iluminado, que imergiu da mais alta esfera evolutiva, e que enfrentou o desconforto da indumentária física humana, própria de espíritos atrasados quanto ainda o somos, submetendo-se aos escárnios da nossa total ignorância, tudo em prol da nossa evolução moral e espiritual, que já se fazia e ainda se faz absolutamente tardia. ///


      

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

72. CARTA DE KARDEC AOS LIONESES

     Tendo em vista as comemorações que se estabelecem em todo o Movimento Espírita por ocasião da passagem de mais um aniversário de nascimento do insigne codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec (03 de outubro de 1804), achei de bom gosto reverenciá-lo, neste blog, transcrevendo a carta por ele enviada, de Paris, aos seus conterrâneos adeptos do Espiritismo, quando este contava menos de uma década de existência, e em cujas palavras podemos avaliar de seu prestígio, seus propósitos e suas lutas de então.
     Esta carta faz parte da biografia de Kardec escrita por Henri Sausse, e foi extraída do livro "O Que é o Espiritismo", onde a mesma foi inserida (ver edição da FEB de 2006), seguindo-se na integra:
       
      "Meus caros irmãos e amigos de Lyon:
      A manifestação coletiva que tivestes a bondade de transmitir-me, por ocasião do ano novo, produziu-me vivíssima satisfação, provando-me que conservastes de mim uma boa recordação; mas, o que me causou maior prazer, nesse ato espontâneo de vossa parte, foi encontrar, entre as numerosas assinaturas que nele figuram, representantes de quase todos os grupos, porque é um sinal da harmonia que reina entre eles. Sou feliz por ver que compreendestes perfeitamente o fim desta organização, cujos resultados desde já podeis apreciar, porque deve ser agora evidente para vós que uma sociedade única seria quase impossível.
      Agradeço, meus bons amigos, os votos que fazeis por mim; eles me são tanto mais agradáveis quanto sei que partem do coração, e são os que Deus atende. Ficai, pois, satisfeitos, porque Ele os ouve todos os dias, proporcionando-me a extraordinária satisfação no estabelecimento de uma nova doutrina, de ver aquela a que me tenho dedicado engrandecer e prosperar, em minha vida, com uma rapidez maravilhosa; considero um grande favor do Céu ser testemunha do bem que ela já produz.
      Esta certeza, de que recebo diariamente os mais tocantes testemunhos, paga-me com usura todos os meus sofrimentos, todas as minhas fadigas; não peço a Deus senão uma graça, e é a de dar-me a força física necessária para ir até ao fim da minha tarefa, que longe se encontra de estar concluída; mas como quer que suceda, possuirei sempre a maior consolação, pela certeza de que a semente das ideias novas, espalhada agora por toda parte, é imperecível; mais feliz que muitos outros que não trabalharam senão para o futuro, é-me permitido contemplar os primeiros frutos.
      Se alguma coisa lamento, é que a exiguidade dos meus recursos pessoais me não permita pôr em execução os planos que concebi para um avanço ainda mais rápido; se Deus, porém, em Sua sabedoria, entendeu dispor de modo diferente, legarei esses planos aos nossos sucessores, que, sem dúvida, serão mais felizes. A despeito da escassez de recursos materiais, o movimento que se opera na opinião ultrapassou toda a expectativa; crede, meus irmãos, que nisso o vosso exemplo não terá sido sem influência. Recebei, portanto, as nossas felicitações pela maneira por que sabeis compreender e praticar a Doutrina.
      No ponto a que hoje chegaram as coisas, e tendo em vista a marcha do Espiritismo através dos obstáculos semeados em seu caminho, pode dizer-se que as principais dificuldades estão superadas; ele conquistou o seu lugar e está assente sobre bases que de ora em diante desafiam os esforços dos seus adversários.
      Perguntam como uma doutrina, que torna feliz e melhor o homem, pode ter inimigos; é natural; o estabelecimento das melhores coisas choca sempre interesses, de começo. Não tem acontecido assim com todas as invenções e descobertas que têm revolucionado a indústria? As que hoje são consideradas como benefícios, sem as quais não se poderia mais passar, não tiveram inimigos obstinados? Toda lei que reprime um abuso não tem contra si todos os que vivem dos abusos? Como quereríeis que uma doutrina que conduz ao reino da caridade efetiva não fosse combatida por todos os que vivem no egoísmo? E sabeis que são eles numerosos na Terra!
      No começo contaram sepultá-la com a zombaria; hoje veem que essa arma é impotente e que, sob o fogo dos sarcasmos, ela prosseguiu o seu caminho sem tropeçar. Não acrediteis que se confessem vencidos; não, o interesse material é tenaz. Reconhecendo que é uma potência com que é necessário de hoje em diante contar, vão dirigir-lhe assaltos mais sérios, mas que só servirão para melhor atestar a fraqueza deles. Uns a atacarão diretamente por palavras e atos, e a perseguirão até na pessoa de seus adeptos, que eles se esforçarão por desalentar a poder de embaraços, enquanto que outros, secretamente e por caminhos disfarçados, procurarão miná-la surdamente.
     Ficai prevenidos de que a luta não está terminada; fui avisado de que eles vão tentar um supremo esforço. Não tenhais, porém, receio; o penhor da vitória está nesta divisa, que é a de todos os verdadeiros espíritas: Fora da caridade não há salvação. Arvorai-a bem alto, porque ela é a cabeça de Medusa para os egoístas.
      A tática, posta já em prática pelos inimigos dos espíritas, mas que eles vão empregar com novo ardor, é tentar dividi-los criando sistemas divergentes e suscitando entre eles a desconfiança e o ciúme. Não vos deixeis cair no laço, e tende como certo que quem quer que procure um meio, qualquer que seja, para quebrar a harmonia, não pode estar dotado de boa intenção. É por isso que vos recomendo useis da maior circunspeção na formação dos vossos grupos, não só para a vossa tranquilidade, como no próprio interesse dos vossos labores.
      A natureza dos trabalhos espíritas exige calma e recolhimento. Ora, não há recolhimento possível se se está preocupado com discussões e com a manifestação de sentimentos malévolos. Não haverá sentimentos malévolos se houver fraternidade; não pode, porém, haver fraternidade em egoístas, ambiciosos e orgulhosos. Entre orgulhosos, que se suscetibilizam e se ofendem por tudo, ambiciosos que se sentirão mortificados se não tiverem a supremacia, egoístas que não pensam senão em si mesmos, a cizânia não pode tardar a introduzir-se, e com ela a dissolução. É o que desejariam os nossos inimigos, e é o que eles procuram fazer.
      Se um grupo quer estar em condições de ordem, de tranquilidade e de estabilidade, é preciso que nele reine o sentimento fraternal. Todo grupo ou sociedade que se formar, sem ter caridade efetiva por base, não terá vitalidade; enquanto que aqueles que forem fundados de acordo com o verdadeiro espírito da Doutrina olhar-se-ão como membros de uma mesma família, que, não sendo possível habitarem todos sob o mesmo teto, moram em lugares diferentes. A rivalidade entre eles seria um contra-senso; ela não poderia existir onde reina a verdadeira caridade, porque a caridade não se pode entender de duas maneiras.
      Reconhecei, pois, o verdadeiro espírita na prática da caridade por pensamentos, palavras e obras, e persuadi-vos de quem quer que nutra em sua alma sentimentos de animosidade, de rancor, de ódio, de inveja ou de ciúme, mente a si próprio se tem a pretensão de compreender e praticar o Espiritismo.
     O orgulho e o egoísmo matam as sociedades particulares, como matam os povos e a sociedade em geral..."

      Eis, pois, as palavras do próprio codificador da Doutrina dirigidas aos membros dos primeiros Grupos Espíritas que se formaram em Lyon, sua terra natal, e que ecoam até aos nossos dias, cabendo ainda os mesmos conselhos e advertências a todas as Sociedades atuais, para que não percam de vista as suas origens, conquanto distantes no tempo e no espaço.
     Aos que ainda não tiveram oportunidade de ler, recomendo os textos editados no mês de agosto e em sequência numérica neste blog, de 65 a 70, inclusos, todos os quais fazem parte da belíssima biografia do mestre lionês, codificador do Espiritismo.
     A todos, o meu mais carinhoso e fraterno abraço. ///