quarta-feira, 30 de julho de 2014

NOTA EXPLICATIVA SOBRE ESTE BLOG

       Este Blog - BASTIDORES DO ESPIRITISMO - está temporariamente desativado no que se refere a publicações novas de textos.
    Novos textos sobre as temáticas da Doutrina Espírita estão sendo publicados no novo Blog - COMPARATIVO ESPÍRITA - criado em julho de 2014, com um novo formato de abordagem.
       Todavia, este blog ainda continua à disposição dos leitores que queiram acessá-lo e ler ou reler os textos, cuja validade é imperecível.

       Para ler qualquer desses textos, siga estes passos:

1 - Veja na coluna à direita desta nota, "ARQUIVO DO BLOG". Inicialmente você vai encontrar os anos (2013) e (2014). Neste último, você verá a lista dos meses (abril, maio, junho e julho).

2. Se você quiser ver os textos de 2014, no mês de julho estará esta nota somente. No mês de junho você encontrará o "Índice Geral - Parte 3", contendo os títulos dos textos de abril e maio. 

3. Se quiser ler um desses 10 textos, é só clicar no mês e depois no título do texto desejado.

4. Se quiser ver os textos de todo o ano de 2013, basta clicar no ano (2013), primeiramente.

5. No mês de dezembro, que vai aparecer já com alguns título, você vai encontrar o "Índice Geral - Parte 1 e Parte 2".  Você pode utilizá-los para verificar os títulos de todos os textos do ano, facilitando-lhe a procura, de acordo com o seu interesse pessoal por algum assunto em particular.

6. Visto isto, é só clicar no mês correspondente e depois no texto do seu interesse.

     Este Blog é para mim, o seu autor, como um livro que escrevi, apenas com um formato não convencional.
      É imensamente gratificante para mim cada vez que constato o número sempre crescente de visualizações, pois com isto vejo que o meu trabalho e toda a dedicação com que o executei não foram em vão. Este é, aliás, o objetivo e a expectativa de qualquer autor, em qualquer gênero literário.
       Por isto, agradeço a cada visualizador, a cada leitor, pela sua atenção, sempre esperando que a leitura feita tenha sido proveitosa de fato.

       Para eventuais contatos, deixo aqui meus endereços:

Facebook: Evoti Leal  (Solicite amizade e envie-me mensagem)
E-mail: evoti.leal@hotmail.com
Celular: (41) 9946-7122 (Tim).

Muita Paz com Jesus. ///
       

sábado, 28 de junho de 2014

2014 - ÍNDICE GERAL - PARTE 3:


ABRIL:
91. "PÉROLAS" DOS DETRATORES DO ESPIRITISMO (1)  -  SOBRE OS ESPÍRITAS NADA CONTRIBUÍREM EM PROL DA SOCIEDADE.

92. IDEM (2) - SOBRE O FUTURO DE QUEM ESTIVER CERTO E DE QUEM ESTIVER ENGANADO.

93. IDEM (3)  -  SOBRE O ESPÍRITA SER OU NÃO SER UM CRISTÃO.

94. IDEM (4)  -  SOBRE NÃO CRER NA EXISTÊNCIA DOS DEMÔNIOS E FAZER CONTATOS COM ELES.

95. IDEM (5)  -  SOBRE O "PROFETA" ALLAN KARDEC E OS VERDADEIROS PROFETAS DO ESPIRITISMO.

96. IDEM (6) - SOBRE OS VERDADEIROS ESPÍRITAS E OS CHAMADOS ESPÍRITAS ORTODOXOS.

MAIO:
 97. IDEM (7)  -  SOBRE O DEUS DO ESPIRITISMO E O PANTEÍSMO. 

 98. IDEM (8)  -  SOBRE A ORDEM BÍBLICA DE NÃO SE DIRIGIREM AOS ESPÍRITAS.

 99. IDEM (9)  -  SOBRE O ENVOLVIMENTO POR LONGO TEMPO COM O ESPIRITISMO.

JUNHO:
100. IDEM (10) - SOBRE O ESPIRITISMO MERECER SER CHAMADO DE FÁBRICA DE LOUCOS.


NOTA EXPLICATIVA: O leitor verá na barra à direita, sob o título "Arquivo do Blog", os anos 2013 e 2014. A este último seguem-se os meses "Abril, Maio e Junho".  Para ler os textos escolhidos neste índice (ÍNDICE GERAL - PARTE 3), basta clicar primeiro sobre o mês e depois sobre o título desejado. Se o texto que você deseja ler for do ano 2013, clicar primeiro no ano correspondente, pois só então a barra liberará os meses relativos às postagens desse ano. No mês de dezembro constarão, além de alguns títulos, os dois índices correspondentes, sob a denominação "ÍNDICE GERAL - PARTE 1" e "ÍNDICE GERAL - PARTE 2". Clicando sobre um e outro, você obterá uma visão mais ampla dos títulos e respectivos meses de publicação, o que facilitará na escolha. ///

sábado, 3 de maio de 2014

100. "PÉROLAS" DOS DETRATORES DO ESPIRITISMO ( 10 )

            Sub-título: SOBRE O ESPIRITISMO MERECER SER CHAMADO DE FÁBRICA DE LOUCOS


       Um título apropriado para o espiritismo seria SATANISMO, ou DIABOLISMO, ou ainda DEMONISMO. O que acontece no espiritismo, na verdade, justificaria chamá-lo de fábrica de loucos. Engano, desequilíbrio mental e nervoso, crime, loucura, possessão e opressão demoníaca, prostituição, pederastia, homossexualismo, idolatria, etc.
       Autoridades médicas, psiquiatras e psicólogos são unânimes ao considerar os grandes perigos dessa falsa religião. Entre os doentes mentais que, diariamente, dão entrada nos hospícios e nas clínicas psiquiátricas, a maioria é oriunda dos centros espíritas ou já esteve envolvida com uma ou outra forma de espiritismo.   (R. R. Soares - ESPIRITISMO, A MAGIA DO ENGANO - 2002, página 20).

       Se o companheiro de plantão houvera publicado sua tese rancorosa e cheia de veneno lá pelos idos de 1942, portanto uns 60 anos antes da edição de seu livro (um tratado contra o Espiritismo), até que seria compreensível, dada a ignorância então predominante acerca da jovem Doutrina, que, especialmente no Brasil, ainda suscitava muitas dúvidas e ostensivas discriminações.
      Recordo-me, ainda menino, em meio aos meus primeiros passos rumo a um maior conhecimento doutrinário, que minha saudosa mãe comentava sobre o acontecido com o seu médico de confiança, Dr. Antoninho, à presença do qual conduziu-me certa feita para uma consulta pediátrica. Segundo ela, o bondoso e eficiente clínico lhe havia confidenciado a crença espírita, rogando-lhe a mais absoluta discrição, uma vez que jé tivera seu diploma acadêmico ameaçado de cassação, tendo sido forçado a abjurar, a fim de evitar a sua perda sumária.
       Por essa época, realmente, um espírita confesso era muito mal visto. Quando candidato a certos cargos ou funções em determinadas empresas ou órgão públicos, melhor declarar-se católico, para não ser barrado de chegada, ou humilhado e até demitido depois. Se profissional liberal, autônomo ou comerciante, podia por a perder a clientela, se se dissesse espírita. Da mesma forma, ao ingressar em uma escola pública, o filho de pais espíritas, ao preencher o quesito "religião" em sua ficha de matrícula, não podia ser senão católico, inclusive preferencialmente a evangélico, evitando assim transtornos para seus genitores ou possíveis retaliações por ocasião das avaliações curriculares, que poderiam incidir em notas mais baixas e vexatórias em seu boletim.
       Já nas últimas quatro décadas do século findo a situação era menos grave, mudando, ao longo das mesmas, como da água para o vinho. Os centros espíritas não só se multiplicavam como se enchiam cada vez mais de frequentadores assíduos, ao passo que os adeptos da nova Doutrina ganhavam o respeito e até a admiração de seus pares nas comunidades a que pertenciam, como moradores, profissionais, trabalhadores, etc. Todos já podiam falar, em alto e bom som: "Sou espírita".
       Hoje, na própria comunidade acadêmica, médicos, psicólogos, psiquiatras e outros profissionais com doutorado e pós-doutorado, declaram-se espíritas, abertamente e sem nenhum receio, muitas vezes com certo orgulho até. Há, inclusive, de algum tempo para cá, uma entidade organizada que agrega membros da categoria, chamada "Associação Médico Espírita - AME", com uma sede nacional e sedes estaduais e municipais, gozando ampla difusão nos meios de comunicação em geral.
       Dito isto, não vou nem perder tempo tentando rebater as acusações desmedidas e truculentas feitas pelo cidadão que se diz missionário de Deus e que, além do mais, peca pela absoluta impropriedade do momento escolhido para desferir sua raiva gratuita e injustificável contra quem ou o que nenhum mal lhe há feito e sequer desejado.
       Só me resta a dizer é que mentiras tão grotescas, partindo de um "homem de Deus", um líder cristão, só podem acabar redundando em descrédito para ele mesmo, num momento em que é tão visível a realidade contrária, fazendo com que transpareça ainda mais o seu espírito de maledicência e de calúnia, nada condizente com o apostolado exercido.
       Que Pena!
       Vindas do senhor, missionário R. R. Soares, pelo que sua pessoa representa no contexto nacional atual, em razão da grande Igreja que o senhor mesmo fundou e dirige e do imenso público que lhe é fiel aos ensinamentos transmitidos com base na Palavra de Deus, suas afirmações contidas no trecho aqui transcrito de seu livro, por intempestivas e despropositadas, tornam-se ainda mais lamentáveis.
       Isto é tudo o que tenho a dizer, dando assim por concluída esta séria de textos, com os quais apresentei aos leitores deste blog algumas verdadeiras "pérolas", dentre tantas outras "arremessadas" contra o Espiritismo pelos seus detratores de plantão, mas cujos efeitos, tão desejados, quão esperados, nem sempre hão sido logrados a contento, porquanto o denominado "inimigo" cresce e resplandece a cada dia, a despeito dos esforços conjuntos para impedi-lo.
       Como dizem alguns pensadores,  a Verdade acaba aparecendo, em algum momento, e o Bem acaba vencendo, sempre. ///
       

sexta-feira, 2 de maio de 2014

99. "PÉROLAS" DOS DETRATORES DO ESPIRITISMO ( 9 )

                  Sub-título: SOBRE O ENVOLVIMENTO POR LONGO TEMPO COM O ESPIRITISMO


       O espiritismo sempre foi e sempre será uma grande fraude. O engano e a mentira fazem parte indispensável do seu currículo. Muitas pessoas percebem o engano logo de início e conseguem libertar-se sem sofrer por muito tempo os danos que ele causa; outras, na maioria das vezes bem intencionadas, chegam a viver envolvidas 20, 30 e 40 anos, até se convencerem totalmente do engano que cometeram e, arrependidas, encontram os braços amorosos de Jesus, que as ampara e liberta. A mentira permeia toda a história do espiritismo (...).   (R. R. Soares - ESPIRITISMO, A MAGIA DO ENGANO - 2002, página 21).
     
       Eu, a exemplo de outras tantas pessoas que conheço, já estou "envolvido" com o Espiritismo a nada menos de 55 anos, havendo começado esse envolvimento aos 10 anos de idade, após obter algumas informações sobre essa Doutrina de meu próprio genitor e, numa sequência imediata, a leitura completa do livro "A GÊNESE SEGUNDO O ESPIRITISMO" de Allan Kardec.
     Ainda menino, li vários tópicos de "O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO", também de Kardec, e o livro "OBREIROS DA VIDA ETERNA", de André Luiz, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier. Por ser desde cedo muito dado à leitura, somaram-se logo à bibliografia responsável pela minha iniciação muitas outras obras de autores diversos, o que talvez tenha contribuído de maneira efetiva para que eu nunca percebesse "o engano e a mentira" que o missionário Soares diz fazer parte indispensável no currículo fraudulento do Espiritismo. Bem ao contrário disso, quanto mais críticas à Doutrina e à prática espíritas eu ouvia e lia, já àquela época e no curso dos anos de minha juventude, bem como quanto mais livros e palestras espíritas eu ouvia e lia simultaneamente, mais me convencia de estar no caminho certo, onde não se admitem mentiras e falsidades. 
       Tanto é assim, que, já nos primeiros encontros da primeira fase do "Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita - ESDE", do qual já fiz parte também como coordenador, e em que são recebidos muitos principiantes no aprendizado dos postulados do Espiritismo, recomenda-se aos participantes não aceitarem como verdade, de tudo aquilo que lhes será transmitido, nada que não caiba em seu raciocínio lógico, ou que fira de algum modo o mínimo do bom senso exigido para que possa realmente dar crédito ao que lhes for ensinado.
       As primeiras regras passadas aos aprendizes do Espiritismo, de forma clara e definida, são: 1) Em se tratando de conceitos espíritas, nada se impõe, apenas se expõe;  2) É preferível refutar 99 verdades, do que aceitar uma única mentira;  3) O Espiritismo não busca converter ninguém, mas tão somente fornecer dados de modo a que cada pessoa se convença a si mesma, mediante o uso do trinômio "razão, lógica e bom senso".
       Com estas três regrinhas simples e clássicas, os espíritas com maior tempo de vivência e mais amplo cabedal de conhecimentos doutrinários ficam impedidos, naturalmente, de se arvorarem em donos da verdade, por inadmissível o dogmatismo, tão comum em outros segmentos religiosos. Fica também entendido, particularmente para aqueles mais entusiastas ante os novos conceitos assimilados, que não lhes cumpre, como de resto a nenhum adepto do Espiritismo, a tarefa de sair por aí fazendo proselitismo. E nessa orientação inclui-se o dever e o cuidado de não criticar, menosprezar ou pressionar a quem quer que seja por conta de sua preferência religiosa; nem mesmo a quem porventura se ache sob as suas expensas econômicas, sob o seu comando profissional, ou sob a sua ascendência moral, entre outros casos.
       Eis, pois, um quadro, ainda bem singelo, da seriedade e da honestidade que cercam o estudo e a prática do Espiritismo, onde quer que ele se ache difundido de forma organizada e correta.
       Ninguém pense, no entanto, que eu nunca haja questionado sobre os pontos polêmicos da Doutrina e que nunca os haja comparado com as versões contrárias, buscando certificar-me de não estar cometendo equívocos deveras comprometedores. Muitas vezes o fiz, inclusive bem longe de quaisquer influências externas, mormente de seguidores convictos e veteranos, uma vez que penso ser a nossa escolha final, analisadas as opções existentes e as argumentações precisas, uma questão de foro íntimo, ou seja, da nossa própria consciência. ///


quinta-feira, 1 de maio de 2014

98. "PÉROLAS" DOS DETRATORES DO ESPIRITISMO ( 8 )

                  Sub-título: SOBRE A ORDEM BÍBLICA DE NÃO SE DIRIGIREM AOS ESPÍRITAS

       (...) Sabemos que o demônio pode se fazer presente nesses ambientes, já que a Igreja nos garante que nenhum espírito dos mortos anda perambulando pelo mundo e, muito menos, "baixando" em lugar algum. Os espíritos que baixam nesses "centros", se baixam, se não é fraude ou fenômeno paranormal, podem ser espíritos malignos.
       Repete a Palavra de Deus, pelo livro do Levítico (20:6): "Se alguém se dirigir aos espíritas e aos adivinhos para fornicar com eles, voltarei o meu rosto contra esse homem".
      (...) O espiritismo implica frequentemente práticas de adivinhação e magia.  (Prof. Felipe Aquino - FALSAS DOUTRINAS, SEITAS E RELIGIÕES - 2004 - PÁGINAS 138 E 141).
  
      O professor e escritor católico, autor das palavras acima transcritas, parece estar plenamente concorde com as testemunhas de Jeová, o adventistas do sétimo dia e os pastores de várias outras denominações evangélicas que hão manifestado as suas opiniões em relação ao mesmo assunto, em livros, revistas, sites e blogs, por escrito ou em palestras de viva voz.
       No entanto, há entre eles divergências em alguns pontos específicos, embora todos baseados na mesma Palavra de Deus. Por exemplo: a pastora e co-fundadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Hellen G. White, lembra, em seu livro "O Grande Conflito" (2004, página 314), que: "a Bíblia declara que os mortos nada sabem, que todos os seus pensamentos perecem; já não possuem parte nas alegrias ou tristezas dos que estão na Terra".
      Do mesmo modo, as Testemunhas de Jeová, no seu livro de estudos básicos "O Que A Bíblia Realmente Ensina?" (2005 - página 64), dizem: "Como vimos, os mortos não sofrem dor nem angústia. (...) Eles não precisam de nossa ajuda, nem podem nos ajudar. (...) Muitos líderes religiosos afirmam falsamente que podem ajudar os mortos, e as pessoas que acreditam nesses líderes os pagam para que façam isso".  Estarão se referindo às missas mandadas rezar em favor dos familiares ou grandes amigos mortos, uma prática muito comum entre os profitentes do Catolicismo? Bem, pode que estejam  falando também das sessões de desobsessão ou de atendimento fraterno aos sofredores da Espiritualidade, realizadas nos centros espíritas. Ambas as práticas têm por fim ajudar os Espíritos que ainda se acham perturbados nas regiões inferiores do plano invisível da crosta terrestre a se reencontrarem e acharem o caminho certo para saírem das trevas para a luz, espiritualmente falando.
       Diz ainda o mesmo livro das TJ (página 65): "Satanás também usa algumas religiões para ensinar que, após a morte, as pessoas se transformam em espíritos que os vivos precisam respeitar e honrar (alusão aos santos? - pergunto eu). De acordo com esse ensino, os espíritos dos mortos podem tornar-se amigos poderosos ou inimigos terríveis (alusão às assombrações? - pergunto eu novamente). Eles têm medo dos mortos e prestam-lhes honra e adoração. Em contraste com isso, a Bíblia ensina que os mortos estão dormindo e que devemos adorar somente o Deus verdadeiro, Jeová".
       Temos até aqui, portanto, pontos em comum entre católicos e evangélicos, como entre católicos e espíritas. Há-os, também, divergentes entre uns e outros, como bem se pode observar.
       Mas diz o texto inicial sob nossa análise, citando o livro do Levítico: "Não vos dirijais aos espíritas e aos adivinhos", complementando com a sugestão autoral que "o espiritismo implica frequentemente práticas de adivinhação".
       Ora, nem o Espiritismo implica prática de adivinhação, de modo algum, e só quem não o conhece pode afirmar um absurdo dessa natureza, nem o texto do Levítico, no original e nas traduções mais antigas para o português e outros idiomas, manda que os hebreus não se dirijam ao espíritas, isto porque a palavra "espírita", assim também a palavra "espiritismo", sequer existiam nos tempos desses escritos, porquanto foi Kardec quem as criou, em meados do século XIX. E então como poderiam aparecer grafadas em textos escritos há mais de dois mil anos atrás, ou em suas traduções de muitos séculos antes da era kardequiana?
       Quanto à inconsciência dos mortos, parece haver discordância entre os vários grupos ou segmentos cristãos apaixonados pela Bíblia Sagrada, pois, segundo alguns autores evangélicos, os espíritos dos homens são conduzidos, ou induzidos, logo após a morte física, ao Céu, ou ao Inferno, mantendo-se plenamente conscientes dos seus respectivos destinos, assim como dos destinos de seus entes queridos, especialmente os que os precederam na viagem definitiva e sem volta.
       Nisto, aliás, há algo de relevante e colidente com a razão e o bom senso, a cujos crivos o Espiritismo nos incita sempre submetermos todas as nossas crenças: é quanto à situação hipotética em que um pai ou uma mãe, um filho ou uma filha, irmão ou irmã, seria colocado, ao ser encaminhado ao Céu, onde passaria a gozar de felicidade e paz eternas, sendo, sabedor, porém, da eterna desgraça a que foi ou fatalmente será condenada a alma querida de sua alma (seu filho, sua filha, seu pai, sua mãe, seu irmão, sua irmã), jogada em um tenebroso depósito de fétido enxofre e de fogo ardente, inconsumível, para nunca mais dele sair. Como, pois, ser feliz, numa situação dessas? Aliás, pelo menos num aspecto, as Testemunhas de Jeová concordam com os espíritas, ao dizerem que "(...) Esse ensino desonra a Deus, pois Jeová é um Deus de amor e jamais faria com que as pessoas sofressem desse jeito" (mesmo livro, página 64 - referindo-se ao "lugar de tormento eterno" - o Inferno).
       Um outro ponto importante para a nossa reflexão é este: "(...) A Igreja nos garante que nenhum espírito dos mortos anda perambulando pelo mundo e, muito menos, "baixando" em lugar algum". A Igreja (católica) garante, sem o aval das demais Igrejas (evangélicas), que os espíritos dos mortos, quando não vão direto para o céu ou para o inferno, ficam reunidos em um determinado lugar, que seria como uma espécie de "campo de refugiados de guerra", a que ela dá o nome de Purgatório, com o objetivo de se redimirem de seus pecados, isto é, purgarem suas faltas, quando não tão graves assim. E é em favor dessas almas confinadas no Purgatório que se enviam orações e se rezam missas memoriais.
       Tudo leva a crer, aos bons observadores das coincidências apresentadas, que o Purgatório da Igreja Católica seja o mesmo Umbral do Espiritismo, descrito detalhadamente por André Luiz - Espírito, através da mediunidade de Chico Xavier (vide "Nosso Lar" - livro e filme).
       Segundo o próprio Espiritismo, porém, os Espíritos não ficam, de fato, "baixando em lugar algum", isto porque eles não estão vivendo, na sua generalidade, em uma região mais elevada do que nós, os encarnados, vivemos. Eles apenas se manifestam, pois que ladeiam conosco o tempo todo, só necessitando de um elo de sintonia para assim o fazerem. Esse elo chama-se mediunidade. 
       E são eles mesmos, os Espíritos comunicantes, que nos dizem de suas angústias e sofrimentos, dúvidas e incertezas, revoltas e desejos de vingança, ao serem-lhes dada a oportunidade de manifestação em uma reunião específica com a finalidade de lhes estendermos mãos amigas e palavras orientadoras, sob a égide do amor-caridade ensinado e estimulado pelo Divino Benfeitor da Humanidade, o Mestre Jesus, e sob a diretriz dos seus Mensageiros, os Espíritos do bem, que em Seu Nome nos conduzem nessa sublime tarefa de auxílio aos irmãos menos felizes.
       Ainda haveria muito que reflexionarmos sobre tais questões, tão palpitantes, que em outras oportunidades talvez sejam mais bem esclarecidas. 
       Por agora, só o que nós, espíritas, pedimos, e o fazemos insistentemente, aos senhores "donos exclusivos da verdade", é que, como bem se costuma dizer, "não fiquem colocando chifres em cabeça de cavalo". Noutra palavra: não falem daquilo que não conhecem. Tenham suas próprias crenças e as divulguem, como bem quiserem, mas deixem-nos ter as nossas. Não fiquem inventando absurdos, disparates, coisas irreais e impossíveis, com o fim de combatê-las, ou de combater-nos, seja lá por que motivo for. Nenhum mal lhes queremos por isso, mas é muito ruim sabermos-nos vítimas de um jogo sujo e desonesto, quanto o que temos visto nessas manifestações de hostilidade gratuita, tanto mais vindas daqueles que têm obrigação de seguir as recomendações e o exemplo do Mestre Maior, Jesus, evocado por todos. ///


       


       

     

quarta-feira, 23 de abril de 2014

97. "PÉROLAS" DOS DETRATORES DO ESPIRITISMO ( 7 )

                            Sub-título: SOBRE O DEUS DO ESPIRITISMO E O PANTEÍSMO

       O deus do espiritismo não é o mesmo da Bíblia. O espiritismo é panteísta, ou seja, prega que Deus é tudo em todos, que Ele e o mundo formam uma unidade, são a mesma coisa, constituindo-se um todo indivisível. Deus não é transcendente ao mundo, dele não se distingue nem se separa; é-lhe imanente, confunde-Se com o mundo, dissolve-Se nele, manifesta-Se nele e realiza-Se como uma só realidade, substancial.  (R. R. Soares - ESPIRITISMO, A MAGIA DO ENGANO - 2002 - página 95).

     Estou tentando descobrir de onde o missionário Soares tirou as informações para dizer tamanho absurdo em tom de veracidade. De "O Livro dos Espíritos", obra básica primeira do Espiritismo não foi, com certeza. Em "A Gênese Segundo o Espiritismo", obra igualmente assinada pelo codificador, em estilo mais pessoal e dissertativo, também não encontrei um trecho, por menor que fosse, que subsidiasse as afirmativas acima transcritas.
     Interessante notar-se que o mesmo missionário que já mencionou o fato de o Espiritismo não aceitar a trina unidade divina como uma manifestação anticristã, uma vez que para os espíritas, Deus é Deus e Jesus é Jesus, assim como o Espírito Santo também não se constitui uma terceira personalidade de Deus, como o entendem os cristãos em geral, agora vem dizer que o mesmo Espiritismo prega em sua doutrina que Deus e o mundo formam uma unidade. Isto seria uma das mais disparatadas contradições a que uma crença se entregaria. 
     Mas vamos ver como Kardec define Deus em seu livro que trata exatamente da gênese, tanto do Universo material, quanto do universo espiritual, em que não pode faltar a figura do Criador. Nesse livro, o autor dedica o capítulo segundo inteiramente ao tema em discussão: Deus. Divide-o em quatro partes, com os seguintes sub-títulos: Existência de Deus - Da natureza divina - A Providência - A visão de Deus.
      Na tradução de Salvador Gentile, de 1992, edição de 1994, publicada pelo Instituto de Difusão Espírita - IDE, este capítulo percorre um espaço de 12 páginas, entre as de números 47 e 59. Não há, pois como transcrever todos os conceitos ali deixados pelo mestre lionês em um texto que me exige o máximo possível de sintetização. Sendo assim, deixando as costumeiras considerações pessoais de lado, passo de pronto a garimpar e reproduzir aqui algumas expressões do próprio Kardec, que, advirto, irão dar ao leitor apenas uma incompleta ideia da doutrina esposada pelo Espiritismo, já que o capítulo inteiro reserva muita coisa que aqui não caberá abarcar pela exiguidade do espaço.

      Sendo Deus a causa primeira de todas as coisas, o ponto de partida de tudo, o eixo sobre o qual repousa o edifício da criação, é o ponto que importa considerar antes de tudo. É princípio elementar que se julgue uma causa por seus efeitos, mesmo quando não se vê essa causa.
      (...) Pois bem, lançando os olhos ao redor de si, sobre as obras da Natureza, observando a providência, a sabedoria, a harmonia que a tudo presidem, reconhece-se que não há nenhuma delas que não sobrepasse o mais alto alcance da inteligência humana. Desde que o homem não pode produzi-las, é porque são produtos de uma Inteligência superior, a menos que se diga que há efeitos sem causa.
     (...) Deus não se mostra, mas se afirma pelas Suas obras. A existência de Deus é, pois, um fato adquirido, inconteste, não somente pela revelação, mas pela evidência material dos fatos. Os povos primitivos, selvagens, não tiveram revelação e, não obstante, creem, instintivamente, na existência de um poder sobre-humano.
      (...) Sem o conhecimento dos atributos de Deus seria impossível compreender a obra da criação; é o ponto de partida de todas as crenças religiosas; e foi pela falta de se referirem a eles, como farol que poderia dirigi-las, que a maioria das religiões errou em seus dogmas. As que não atribuíram a Deus a Onipotência, imaginaram vários deuses; já as que não lhe atribuíram a soberana bondade, dele fizeram um deus ciumento, colérico, parcial e vingativo.
      a) Deus é a suprema e soberana inteligência: - A inteligência do homem é limitada, uma vez que não pode fazer e nem compreender tudo o que existe; a de Deus é infinita (...).
      b) Deus é eterno: - Não teve começo e nem terá fim. Se houvesse tido um começo, teria saído do nada; ora, o nada não sendo nada, nada pode produzir; e se houvesse sido criado por um ser anterior, então esse ser é que seria Deus (...).
      c) Deus é imutável: - Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade (...).
      d) Deus é imaterial: - Não tem forma apreciável pelos nossos sentidos. (...) O homem, não conhecendo senão a si mesmo, toma-se por termo de comparação de tudo o que não compreende.  (...) Essas imagens onde se representa Deus sob a figura de um ancião de longas barbas, coberto com um manto, são ridículas; têm o inconveniente de rebaixarem o Ser Supremo às mesquinhas proporções humanas; daí a emprestar-lhe as paixões próprias do homem e dele fazer um Deus colérico e ciumento é apenas um passo, e que muitas vezes já tem sido dado.
      e) Deus é todo-poderoso: - Se não tivesse o supremo poder, poder-se-ia conceber outro ser mais poderoso, e, assim, sucessivamente, até que se encontrasse o ser a que nenhum outro poderia superar em poder, e este é que seria Deus (...).
      f) Deus é soberanamente justo e bom: - A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas pequenas como nas grandes coisas, e essa sabedoria não permite duvidar nem da sua justiça, nem da sua bondade (...).
      g) Deus é infinitamente perfeito: - É impossível conceber Deus sem o infinito das perfeições, ou já não seria Deus. (...) Para que nenhum ser possa superá-lo, é preciso que seja infinito em tudo. Se se tirasse a menor parcela de um único de seus atributos, não se teria mais Deus, uma vez que poderia existir outro ser mais perfeito que Ele.
      h) Deus é único: - A unicidade de Deus é a consequência mesma do infinito de suas perfeições.
      (...) Em resumo, Deus não pode ser Deus senão mediante a condição de não ser superado, em nada, por nenhum outro ser. (...) Deus é, pois, a suprema e soberana Inteligência; o Único, eterno, imutável, imaterial, Todo-Poderoso, justo, bom, infinito em toda a Perfeição, e não há como ser de outro modo. (Allan Kardec - A GÊNESE SEGUNDO O ESPIRITISMO - 1994 - páginas 47/52).
     
      Espero, com estas pinceladas, haver desfeito o tremendo engano cometido pelo mal informado escritor, que passa aos seus leitores e seguidores uma imagem distorcida da crença espírita acerca do Ser Supremo Criador do Universo e da vida - Deus.
      Posso afirmar, conclusivamente, com base em todos os livros espíritas que já li, e de modo especial nessas considerações do codificador do Espiritismo, que não há a menor chance de um espírita ser panteísta. ///

      
     

domingo, 20 de abril de 2014

96. "PÉROLAS" DOS DETRATORES DO ESPIRITISMO ( 6 )

                         Sub-título: SOBRE OS VERDADEIROS ESPÍRITAS E OS ORTODOXOS


      (...) Seus praticantes (referindo-se aos praticantes do espiritismo kardecista) costumam dizer que são os verdadeiros espíritas, sendo os demais "espiritistas" e "mediunistas".
      O Espiritismo Kardecista brasileiro está dividido em várias correntes. Os ortodoxos ficam apenas com os ensinamentos de Kardec, enquanto que as demais correntes assimilam também ensinamentos de diversos espíritas, como Pastorino, Chico Xavier e outros.  (R. R. Soares - OS PROFETAS DAS GRANDES RELIGIÕES - sem ano de publicação - página 73).

      Há, nessas afirmações, não só um equívoco de interpretação, como também uma invencionice descabida, bem própria de quem não tem o mínimo de conhecimento acerca do objeto de seu julgamento e de sua crítica impertinente.
      Inicialmente, o que nós, espíritas, costumamos dizer, e tão somente em tom explicativo, para esclarecimento dos leigos, diante da grande confusão que se gerou, mormente aqui no Brasil, em torno da doutrina legada à Humanidade pelos Espíritos e codificada por Allan Kardec, é que, uma vez que foi ele, o codificador, quem criou os vocábulos "espiritismo" e "espírita", para diferenciá-la e aos seus seguidores de outras correntes espiritualistas então existentes, literalmente falando, é espírita, de fato, aquele que segue essa doutrina, a saber o Espiritismo, também denominada Doutrina Espírita.
      Ora, todas as religiões que têm por base a crença na existência do espírito (alma humana), assim como o Budismo, o Hinduísmo e o próprio Cristianismo, as diversas religiões orientais e africanas, tanto quanto os segmentos católicos e evangélicos, são, evidentemente, espiritualistas. A Umbanda e o Candomblé, assim como as correntes esotéricas são do mesmo modo espiritualistas. Espírita, dada a origem da própria palavra, só o é o segmento kardecista.
      Isto, porém, não impediu que os nossos irmãos umbandistas e praticantes de outros cultos afro-brasileiros se auto-designassem espíritas, por conta da similaridade existente em alguns aspectos importantes, como a crença e a prática da comunicabilidade com os Espíritos via mediunidade, especialmente a psicofônica.
     Já os termos "espiritistas" e "mediunistas", mencionados na citação acima, não são proferidos pelos espíritas, principalmente o segundo, sendo o primeiro considerado apenas como uma variação do vocábulo "espírita", preferido no lugar daquele. O que se diz, mais uma vez a título de esclarecimento, é que os praticantes da Umbanda e do Candomblé, por exemplo, podem ser, isto sim, médiuns e não espíritas, no sentido correto da palavra.
      Com referência aos ditos ortodoxos, convém salientar-se que a palavra "ortodoxo", segundo os dicionários, diz daquele ou daquilo que está conforme com uma doutrina religiosa específica e bem definida, ou que segue à risca uma regra implantada. Por estas definições, trata-se de um religioso ortodoxo aquele que não se desvia dos preceitos sobre os quais se estabeleceram a doutrina, os ritos e os dogmas de sua religião em particular. Nesse sentido, todo espírita kardecista é ortodoxo, porquanto segue o que está definido nas obras basilares da Doutrina.
      Chico Xavier não foi um reformador do Espiritismo, como dá a entender o autor do livro em pauta, para que tivesse seguidores exclusivos. Antes, pode até ser considerado como um dos espíritas mais ortodoxos de que se teve notícia no curso do século passado, em que atuou brilhantemente com sua mediunidade totalmente a serviço do bem e do próprio Espiritismo. Assim também Pastorino, igualmente citado. Para quem não tem muita afinidade com esta nome, Carlos Juliano Torres Pastorino, autor do livro de cabeceira "Minutos de Sabedoria" (um best-seller do gênero) e de outras quase três dezenas de obras, foi, além de escritor, poeta, jornalista, historiador, músico, filósofo, PHD em Teologia, ex-católico, havendo-se tornado espírita no ano de 1950, aos 40 anos de idade, assim permanecendo até a sua desencarnação em 1980. Foi fundador do Grupo Espírita da Boa Vontade e co-fundador do Lar Fabiano de Cristo, da CAPEMI  e do SEI - Serviço Espírita de Informações.
     Fica assim bem entendido que não há seguidores de Chico Xavier, nem de Pastorino, de Divaldo Franco, de Raul Teixeira, de Bezerra de Menezes, de Léon Denis ou mesmo de Allan Kardec, mas, simplesmente, do Espiritismo. Todos estes nomes pertencem tão somente a grandes divulgadores, disseminadores e expoentes da Doutrina em questão, cada qual buscando salientá-la, acima de qualquer interesse de ordem pessoal.
     Recomenda-se, aqui, uma vez mais, que se estude o assunto com seriedade, antes de se sair por aí dizendo ou escrevendo bobagens. É preciso lembrar-se de que toda informação falsa acaba sendo naturalmente desfeita, repercutindo negativamente para aquele que a transmitiu ou que a espalhou desinformadamente. A despeito de todas as críticas e acusações recebidas, porquanto infundadas, o Espiritismo vem amealhando cada vez mais, não só novos adeptos, como muitos simpatizantes, entre os profitentes sinceros de outros credos, tão somente pela conduta exemplar da maioria de seus seguidores. ///

sábado, 19 de abril de 2014

95. "PÉROLAS" DOS DETRATORES DO ESPIRITISMO ( 5 )

            Sub-título: SOBRE O "PROFETA" ALLAN KARDEC E OS VERDADEIROS PROFETAS DO ESPIRITISMO

      No Brasil, o espiritismo kardecista está apoiado nas doutrinas básicas de seu profeta, Allan Kardec.  (R. R. Soares - OS PROFETAS DAS GRANDES RELIGIÕES  - sem ano de publicação - página 73).

      O autor, já nosso conhecido, demonstra, em tão curta sentença, o seu desconhecimento tremendo acerca do objeto central de suas críticas, o Espiritismo. Para início de conversa, Allan Kardec nunca se declarou, nem se demonstrou, e jamais um espírita o apontou, nem sequer o considerou um profeta. 
     Muitas religiões foram fundadas a partir de um suposto evento profético, em que seu fundador diz ter recebido a missão de revelar ao mundo uma nova ordem, ou novo conceito religioso, uma nova crença, mais correta do que a que lhe deu origem, ou seja, do que aquela a que esse revelador teria pertencido anteriormente. Não é este o caso do Espiritismo ou do próprio Allan Kardec.
     Para nós, espíritas, é muito nítida a co-relação entre os significados devidos às palavras "profeta" e "médium". Ambas referem-se àquele que possui ostensivamente a capacidade natural de intermediar comunicações entre os chamados mortos (Espíritos desencarnados) e os chamados vivos (encarnados, ou seja, investidos de indumentária carnal, ou corpo físico).
     Kardec, emérito professor e cientista francês, católico, cético com relação à existência de um mundo invisível atuante e paralelo ao mundo em que seus pés pisavam, somente depois de muita insistência por parte de alguns amigos, a fim de que participasse de um evento, então muito em moda nas rodas sociais parisienses, a que estes chamavam de "brincadeira da mesa girante, ou falante", acabou concordando em acompanhá-los, muito mais com o intuito de convencê-los da impossibilidade do tal acontecimento ser verídico, do que mesmo por curiosidade ou outro qualquer motivo.
     Depois de presenciar o fato, em que a mesa realmente girava, levitava e até corria de um lado para outro, aparentemente independente da vontade dos que a rodeavam e tocavam-lhe, muito de leve, com as palmas das mãos à superfície do tampo de madeira em formato circular, e em que, fato bem mais impactante, a mesa em questão produzia respostas às perguntas formuladas pelos participantes da diversão, por meio de batidas com um dos pés sobre o assoalho, ainda assim, Kardec não se daria por convencido de nada, achando que tudo não passava de um truque bem arquitetado e realizado com grande destreza por algum dos circunstantes.
     Somente após reiteradas oportunidades, sempre antecedidas por grande resistência aos insistentes convites, foi que ele passou a ver no fenômeno algo digno de estudo e passível de uma análise mais aprofundada. Muniu-se, então, de algumas perguntas de maior complexidade, formuladas de modo a exigirem  respostas mais concisas, completas, inteligentes. Para sua surpresa, recebeu-as, por sinal, cercadas de esclarecimentos que muitas vezes superaram à expectativa. 
     Allan Kardec não possuía nenhum dote mediúnico propriamente dito. Algum tempo depois de iniciadas as primeiras pesquisas sobre a fenomenologia ainda intrigante das mesas que lhe respondiam a questões nada simples, ele, que já fazia também pesquisas científicas sobre magnetismo, passou a entrevistar alguns médiuns, que atuavam sob a ação magnetizadora de experientes profissionais e estudiosos do ramo. Na sequência de seus estudos sobre o fenômeno, agora melhor desenhado ao seu nível de intelecto, da possível comunicabilidade com o Mundo Invisível, passou então a contatar vários médiuns, na sua maioria psicógrafos (escreventes), sendo que uns sequer sabiam da existência dos outros, ou sequer tinham como se comunicarem entre si. E encaminhava a todos, simultaneamente, perguntas iguais, que, após reunidas para a sua análise pessoal, davam-lhe ideia de pensamentos combinados, tal o número de coincidências nas respostas obtidas.
     A grande tarefa cujo mérito coube realmente a Kardec, pelo seu brilhante desempenho, face às dificuldades materiais enfrentadas com paciência e destemor, consistiu na codificação, ou seja, na organização, nos ajustes necessários e na redação final das informações, orientações e explicações dadas pelos Espíritos,  através desses médiuns (os verdadeiros profetas), além de complementá-las, muitas vezes, com apontamentos oportunos e elucidativos, por conta de sua capacidade de discernimento, através de comentários pessoais, inseridos nas cinco obras básicas da Doutrina Espírita, que podem ser ditas de sua co-autoria com Espíritos diversos.
     Assim, pois, torna-se completamente infundada e indevida a sentença em pauta, na qual o senhor Missionário R. R. Soares classifica Allan Kardec como o profeta em cujas doutrinas básicas está apoiado o "Espiritismo Kardecista".
      Seria de melhor alvitre que o respeitável escritor se dedicasse um pouco mais ao conhecimento do assunto por ele discorrido, a fim de não cometer equívoco tão visível, risível até, perante qualquer leitor que já possua um mínimo de intimidade com o mesmo. ///

sexta-feira, 18 de abril de 2014

94. "PÉROLAS" DOS DETRATORES DO ESPIRITISMO ( 4 )

             
              Sub-título: SOBRE NÃO CRER NA EXISTÊNCIA DOS DEMÔNIOS E FAZER CONTATOS COM ELES

      Para desencaminhar as pessoas, os demônios usam o espiritismo. A prática do espiritismo envolve contato com os demônios, tanto de modo direto como por meio de um médium, ou intermediário, humano. (Testemunhas de Jeová - O QUE A BÍBLIA REALMENTE ENSINA? - Associação Torre de Vigia - Cesário Lange SP. - 2005 - página 100).

     Uma das maiores estratégias do diabo e seus anjos (demônios) é a de procurar fazer com que os homens não acreditem neles.  (R. R. Soares - ESPIRITISMO, A MAGIA DO ENGANO - Graça Editorial - Rio de Janeiro RJ. - 2002 - página 76).

     Primeiramente, é bom saber que a Organização denominada Testemunhas de Jeová, que, como vemos acima, condena o Espiritismo, apontando-o como uma prática que envolve contatos com os demônios, é uma das ramificações do Cristianismo, portanto uma organização doutrinária baseada na Bíblia, que, concordemente com a Doutrina Espírita, desmistifica a originalidade divina de Jesus, esclarecendo, com a própria Bíblia, que Ele, o Cristo, é o Filho enviado de Deus e não o próprio Deus. Nesse ponto, então, essa Instituição, que "bate" no Espiritismo, "bate" com o Espiritismo. Talvez por isso ela também seja apontada pelos demais segmentos cristãos como uma seita demoníaca (Ver as seguintes obras: "Os Profetas das Grandes Religiões" - de R. R. Soares; "Falsas Doutrinas, Seitas e Religiões" - do Professor Felipe Aquino; e "Religiões, Seitas e Heresias - de J. Cabral). E assim temos aí o mais forte exemplo de "um reino dividido contra si mesmo", isto é, de "Satanás lutando contra Satanás".
     Diz o livro de leitura básica das Testemunhas de Jeová, acima citado, que "a prática do espiritismo envolve contato com os demônios, tanto de modo direto como por meio de um médium". Devo esclarecer que a comunicação com um espírito de modo direto só pode se dar se a pessoa com a qual o Espírito se comunica for, ela mesma, portadora de faculdade mediúnica específica (nesse caso, de vidência, auditiva, ou de ambas combinadas).
     Hoje, para os cristãos bíblicos tradicionais, qualquer Espírito que se manifeste a quem quer que seja, mesmo que para orientá-lo no caminho do bem, trata-se de um demônio. Outrora, porém, não foi assim e não é assim que o entendem, respeito às evidentes manifestações dos Espíritos, de que a Bíblia nos dá conta numa infinidade de entrevistas dos então chamados profetas (hoje por nós chamamos médiuns) com os então chamados anjos (a que hoje denominamos Espíritos benfeitores, Espíritos de Luz, Espíritos amigos, Espíritos superiores, Mentores espirituais, etc.).
      Analisemos, agora, a sentença do missionário R. R. Soares: "Uma das estratégias do diabo e seus anjos é a de procurar fazer com que os homens não acreditem neles".
     A princípio, acho que deve ficar bem claro que a expressão usada "que não acreditem neles" significa "que não acreditem em sua existência".
     Ele mesmo irá explicar que, em não acreditando na existência do diabo e dos demônios, os espíritas se tornam presas fáceis de suas manobras e engodo. Só que o posicionamento dos espíritas está longe de ser o de ingênuos e pacatos cidadãos que não acreditam na existência de Espíritos maus, que podem influenciar, e que efetivamente influenciam as criaturas humanas, inclusive liderados por entidades espirituais perversas, terrivelmente vingativas, amantes do sofrimento alheio, que agem, nas mais das vezes, valendo-se das mentes desajustadas e dos sentimentos menos dignos dessas mesmas criaturas, que, encarnadas para tratamento de mazelas morais seculares e evolução espiritual, deixam-se desorganizar mentalmente por paixões e vícios que ainda persistem em cultivar, oferecendo a tais Espíritos o terreno propício, a terra fértil, para as suas maléficas atuações. E é contra essa influenciação dos maus espíritos, justamente, que os Espíritos bons nos advertem em suas intervenções, seja intuindo os oradores em suas exposições evangélico-doutrinárias; seja agindo sobre a mente dos escritores, através da faculdade denominada no meio espírita de psicografia, às vezes exercida de forma direta ou mecânica, isto é, sem a interferência intelectual do médium. E nós, espíritas, só aceitamos as suas orientações quando perfeitamente identificadas pela ponderação lógica e pela razoabilidade de seus conteúdos.
     Na visão dos adversários gratuitos do Espiritismo, os espíritas comporiam um elenco de marionetes, sem vontade própria, articulados pelas inteligências invisíveis, que seriam os demônios, exclusivamente a serviço do mal. Visão falha esta, desde que essas inteligências vêm, quase sempre, trazer-nos bons conselhos, avivar em nós a prática do bem, do amor ao próximo, dos preceitos evangélicos, afinal. Vejam que o próprio Mestre já esclarecia, em uma de suas imortais falas, ser impossível a uma árvore má produzir bons frutos.
     De que há Espíritos maus e enganadores, não resta aos espíritas nenhuma mínima dúvida; e de que os deve evitar, igualmente estão todos bem conscientizados. O que não aceitam, em realidade, é a história escrita por Moisés, senão como uma alegoria, muito apropriada à infância da Humanidade, sobre um Ser quase divino, muitíssimo luminoso, chamado Lúcifer, que, antes mesmo de iniciado o povoamento da Terra pelo homem, rebelou-se contra o seu Criador, transformando-se no poderosíssimo Inimigo de Deus, e a quem, inexplicavelmente, Deus prefere entregar os seus filhos amados, por simples desobediência destes às suas ordens e caprichos, para serem atormentados, por toda a eternidade, nas mãos do Seu arqui-rival, sem chances de poder resgatá-los, mesmo mediante seu arrependimento, depois que hajam deixado seus corpos físicos em situação de equívoco. Isto, sim, é totalmente incompatível com a racionalidade da Doutrina Espírita.
     Tal dogma, para nós, espíritas, é desprovido de lógica e torna ambas as sentenciações acima, tanto das Testemunhas de Jeová, quanto do missionário Soares, duas "pérolas" dignas da nossa admiração, ou seja, da nossa exclamação!!!  ///

     

   

segunda-feira, 14 de abril de 2014

93. "PÉROLAS" DOS DETRATORES DO ESPIRITISMO ( 3 )

                          Sub-título:  SOBRE O ESPÍRITA SER OU NÃO SER UM CRISTÃO

    Jesus Cristo não passa de um espírito muito evoluído através das sucessivas reencarnações. Deus enviou o espírito de Jesus à terra não propriamente para que se purificasse, mas para que ensinasse aos homens deste planeta pouco evoluído o caminho do bem e do amor, na qualidade de Divino Missionário. Jesus foi o maior dos enviados de Deus, e somente nesse sentido pode ser dito Deus. Jesus se tornou, assim, 'o governador espiritual deste Planeta'.
     Essa maneira de conceituar Jesus Cristo bem mostra que o espiritismo não pode ser fundido com o cristianismo, pois, para os cristãos, é essencial professar que Jesus é Deus feito homem. A encarnação de Deus Filho nada tem a ver com a reencarnação espírita. (Prof. Felipe Aquino - FALSAS DOUTRINA, SEITAS E RELIGIÕES - 5ª. edição, 2004 - EDITORA CLEÓFAS - Lorena SP. - página 137).

     (...) Uma das grandes preocupações do diabo é tentar provar ao homem que Cristo não é Deus. O espiritismo, sua religião de base, não poderia deixar de adotar esse satânico ensinamento. Não restam dúvidas de que Jesus é Deus. (R. R. Soares - ESPIRITISMO, A MAGIA DO ENGANO - 2002 - GRAÇA EDITORIAL - Rio de Janeiro RJ. - página 86).

     Os espíritas convictos dividem-se em dois grandes grupos, segundo suas opiniões acerca de o que realmente é o Espiritismo. Um grupo defende a classificação do Espiritismo apenas como uma Doutrina de duplo aspecto, científico e filosófico, enquanto o outro justifica que, em havendo uma declarada e notória consequência moral advinda do estudo sistemático e da aplicação prática desse duplo aspecto, o Espiritismo deve também ser considerado como uma religião. Esclarecem, no entanto, tratar-se de uma religião sem dogmas, destituída de rituais, hierarquias sacerdotais, paramentos especiais para realizações de cultos, objetos sagrados e outras coisas do gênero, comuns à maioria dos segmentos religiosos; uma religião, portanto, de cunho eminentemente espiritual.
     Para esse grupo não há a menor sombra de dúvida de que o Espiritismo é uma religião cristã, porquanto os seus ensinamentos morais baseiam-se nos ensinamentos do Cristo, o grande Espírito responsável pelos destinos da Humanidade terrena, enviado ao nosso meio por Deus, a Suprema Inteligência do Universo. E está certo o professor católico acima citado ao dizer que, para os espíritas, "Jesus foi enviado à crosta terrestre para guiar os homens no caminho do bem e do amor".
     Divergências internas à parte, sobre o duplo ou tríplice aspecto da Doutrina Espírita, o certo é que todas as instituições baseadas unicamente na Bíblia, a que chamam "Palavra de Deus" e livro sagrado, a apontam como falsa, pagã, ou satânica. Diz, a seu turno, o missionário evangélico, que "o diabo se preocupa muito em tentar provar aos homens que Jesus não é Deus".
      Diante destas duas "pérolas" aqui expostas, proponho aos meus companheiros de estudos espíritas um novo e grande desafio: abandonar de vez os inúteis esforços no sentido de provar aos possíveis contendores, que volta e meia nos assediam com suas tentativas de nos converterem às suas crenças, que o Espiritismo é, sim, uma Doutrina cristã, porque baseia os seus ensinos nos do Cristo.
     Como diz o escritor, jornalista, radialista, palestrante e conferencista espírita Alamar Régis de Carvalho, "o cristianismo foi uma invenção humana, porquanto sequer foi Jesus quem o fundou e, muito menos, quem o transformou em religião oficial, dogmática, fracionária e preconceituosa, qual o conhecemos hoje".
     Concordo plenamente com ele e também penso que nós, espíritas, deveríamos parar de nos auto-afirmarmos cristãos, pelo menos perante os detratores do Espiritismo, uma vez que isto não muda nem contribui absolutamente em nada. Basta-nos saber que os preceitos morais transmitidos e exemplificados por Jesus, o Guia e Modelo espiritual que procuramos seguir diuturnamente, estão, sim, bem firmados e incorporados ao Espiritismo, Doutrina que esposamos, estudamos e procuramos vivenciar, dentro das nossas próprias possibilidades e limitações, isto é o que nos importa realmente.
     Trata-se, mesmo, como alguém já o disse, de uma expressão redundante, chamar a Doutrina codificada por Allan Kardec de "Espiritismo Cristão". Também o é chamá-la de "Espiritismo Kardecista", uma vez que o termo "espiritismo" foi criado pelo próprio codificador para diferenciar o novo conjunto de ideias de todos os conceitos tradicionais de espiritualismo.
     Este, pois, é o nosso desafio: dizer aos nossos amigos evangélicos e católicos que somos simplesmente "espíritas", sem nos importarmos se eles nos consideram ou não "cristãos". De que valem, afinal, os rótulos, senão para nos discriminarmos, uns perante os outros? Se não querem que sejamos cristãos, então não o sejamos e nada vai mudar para nós mesmos.
     Convém esclarecer que a expressão usada pelo professor Aquino, atribuída aos espíritas: "Jesus Cristo não passa de um espírito evoluído através das sucessivas reencarnações", dá uma falsa impressão de que estes fazem bem pouco caso da luminescência de Jesus, quando, ao contrário, muito maior apreço Lhe dispensam ao entendê-Lo como Guia e Modelo espiritual. Segundo o Espiritismo, Jesus pré-existia à formação e conformação da Terra para abrigar os espíritos que comporiam a Humanidade específica deste planeta. Ele mesmo foi quem dirigiu todos os esforços de uma plêiade de Espíritos incumbida da construção, digamos assim, deste mundo, que logo mais serviria de escola e oficina de trabalho para as almas que aqui fariam sua caminhada evolutiva através dos tempos. O Ser Supremo e Criador do Universo e da vida designou esse Espírito, já suficientemente evoluído através de inúmeras experiências em outros orbes do Espaço infinito, para ser o Governador do planeta Terra e o orientador espiritual de toda a Humanidade terrena. É assim que O vemos de fato. Por isso mesmo, pleiteamos-Lhe o nosso maior respeito.
     Quanto à polêmica levantada pelos críticos do Espiritismo sobre a divindade de Jesus, só podemos afirmar que, em analisando a Bíblia, que tanto eles defendem, Foi o próprio Cristo quem deixou bem claro, em inúmeras passagens, que ele não era Deus, mas Seu enviado, fiel cumpridor da Sua sábia vontade. ///


sábado, 12 de abril de 2014

92. "PÉROLAS" DOS DETRATORES DO ESPIRITISMO ( 2 )

                Sub-título:  SOBRE O FUTURO DE QUEM ESTIVER CERTO E DE QUEM ESTIVER ENGANADO

     E se os evangélicos estiverem enganados e os espíritas corretos?
     SE OS EVANGÉLICOS ESTIVEREM CERTOS, os espíritas estarão encrencados. Segundo a Bíblia Sagrada, existe uma condenação para aqueles que recusarem ao Senhor Jesus como Salvador e Senhor. 
     (Vide citação do autor: Apocalipse 20: 11-15).
     Porém, SE OS ESPÍRITAS ESTIVEREM CERTOS, ainda assim os evangélicos não estarão encrencados; afinal, de acordo com a doutrina segundo o espiritismo, na pior das hipóteses, após a morte, os evangélicos voltariam à vida por meio da doutrina da reencarnação e continuariam o ciclo da vida em busca da perfeição.
     Ao que parece, para quem não deseja CORRER RISCOS, a melhor opção seria acreditar na BÍBLIA; afinal, se ela estiver certa, segundo as Sagradas Escrituras só Jesus pode salvar a vida de uma pessoa da condenação eterna. Ele mesmo disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (João 14: 16). Sempre lembrando que SEM SALVADOR NÃO HÁ SALVAÇÃO.
     E você, vai correr o risco de estar enganado e ser condenado?  (BISPO ANDRÉ SANTOS - www.bispoandresantos.com - 04/fevereiro/2011).

     De fato, se os evangélicos (de qualquer um dos milhares de segmentos e denominações diferentes em que está fracionado o Cristianismo) estiverem enganados e os espíritas estiverem certos, nada de mais grave lhes acontecerá ao deixarem o corpo físico, com relação à salvação tão esperada, ou à condenação tão temida.
     Segundo os Espíritos romancistas e os testemunhos dados pelos próprios Espíritos desencarnados, depois de algum tempo, mais ou menos longo, via mediúnica, alguns deles se deram conta do seu engano quanto ao céu que esperavam encontrar, quase que imediatamente; outros, porém, levaram muito tempo, entre a incerteza e estupefação, até que percebessem a nova situação em que se encontravam, em total desacordo com o que imaginavam encontrar para além da morte do corpo denso. Mas, depois de entenderem o que realmente se passara e em que situação realmente se achavam no plano invisível aos olhos humanos, retomaram as suas marchas evolutivas, aprendendo e desenvolvendo os novos conhecimentos, para mais tarde voltarem ao cadinho terreno em busca de novas experiências regeneradoras.
     Assim sendo, os nossos irmãos que acreditam na unicidade da vida e no juízo fatal após a morte, caso estejam enganados, não têm mesmo com que se preocupar, pois acabarão descobrindo "a vida depois da vida" e a ela se integrarão, sem maiores problemas. A menos que tenham honrado a Deus somente com os lábios, enquanto mantinham os seus corações cheios de iniquidade, conforme alertou Jesus em certa ocasião, segundo a mesma Bíblia em que eles acreditam como sendo a Palavra de Deus inviolável e jamais inviolada.
     Eu, particularmente, já pensei muitas vezes e penso sempre sobre esta hipótese: e se nós, espíritas, estivermos enganados e os evangélicos (combatentes ferrenhos do Espiritismo) estiverem certos? Como, então, ficarão as nossas almas? Como nós, espíritos-espíritas, seremos tratados pela Divindade, uma vez desencarnados neste equívoco? Perderemos a nossa consciência e só seremos despertados no Dia do Juízo Final, como pregam alguns, para recebermos a sentença condenatória, sem chances de apelação, à pena eterna no lago de fogo que foi preparado para o diabo e seus anjos juntamente com todos os seus seguidores? Seremos lançados nesse lugar denominado Inferno imediatamente após a nossa morte, sem chances de sair dele jamais e sem o benefício de uma "morte" verdadeira? Iremos para um lugarzinho chamado Purgatório, dito existente pela Igreja Católica, a fim de nos regenerarmos pela dor, pelo fato de termos sido filhos desobedientes na verdadeira crença, para depois termos a chance de ascendermos ao Céu, dada a não gravidade da nossa culpa?
     Aí, penso e repenso, chegando às seguintes conclusões: nós, espíritas, não temos o menor receio disto, porque sabemos, e não apenas cremos, que o Criador do Universo e da vida (das nossas vidas, afinal) É TODO AMOR, e nós já lemos na Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios que "o amor é paciente, é benigno, não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se exaspera, não se ressente do mal, não se alegra com a injustiça, (...) e jamais se acaba" (cap. 13, v.4-8).
     Portanto, não podemos crer que Deus puna, ainda mais com uma penalidade eterna e em caráter irrevogável, àqueles que praticaram o bem pelo bem aqui na Terra. Mais ainda, que, mesmo equivocados quanto à forma de Céu que os espera, praticaram a caridade, o amor ao próximo, em nome de Jesus, a quem tiveram por modelo de perfeição e procuraram seguir durante a curta existência que lhes foi dada, esta sim, pela graça e pela misericórdia divinas.
     Por mais que me esforce, não consigo visualizar Deus, o nosso Criador, sob a ótica dos profetas das Antigas Escrituras Sagradas, cheio de inimigos nos céus e na terra, que exige de suas criaturas ser adorado com cultos exteriores de louvor e sacrifício, sob pena de condenação sumária; um rei que teme ser preterido; um Deus que detesta e abomina perder espaço para "outros deuses" em seus caprichos, vaidade e orgulho típicos dos humanos, e que criou uma certa criatura luminosa e quase tão perfeita quanto Ele mesmo, já sabendo que ela um dia quereria igualar-se a Ele e a única medida cabível seria expulsá-la da morada celeste e criar um lugar, entre o céu e a terra, a que chamaria de inferno, para enviá-la para lá, mas só depois que ela arregimentasse outras muitas criaturas espirituais menos luminescentes e lhe arrebatasse a maior parte dos seres carnais que ainda estavam nos Seus planos de criação.
     Nós, espíritas, pelos critérios da racionalidade, da lógica e do bom senso, utilizados em tudo o que nos é dado para crermos ou descrermos, não podemos sequer imaginar um "Deus" destituído de suprema Sabedoria, Bondade e Misericórdia infinitas, Justiça e Equanimidade sem mesclas, Poder absoluto e Amor verdadeiro, puro e eterno.
     Assim sendo, com tais atributos, indiscutíveis, se nos torna irremediável a certeza de que somos realmente seres evolutivos, em eterno aprendizado e constante aprimoramento intelecto-moral, profundamente amados pelo nosso Criador, que entende as nossas limitações e supre as nossas carências, até que consigamos superar as nossas imperfeições e compreendê-Lo com maior clareza, quando, aí, sim, nos encontraremos "salvos" da nossa própria e atávica ignorância.
     Eis, então, o porquê de não temermos a Deus: porque se O temêssemos não O conseguiríamos respeitar e amar, como recomenda o primeiro item do decálogo "psicografado" por Moisés e confirmado por Jesus. E eis porque, afinal, não tememos a vida que nos aguarda ao término desta vida, embora a vislumbremos ainda de forma muito incompleta e vaga: é porque nela identificamos a incondicionalidade e imparcialidade do Amor de Deus por todos nós, seus filhos amados. ///

     

     

quinta-feira, 10 de abril de 2014

91. "PÉROLAS" DOS DETRATORES DO ESPIRITISMO ( 1 )

                   Sub-título:  SOBRE OS ESPÍRITAS NADA CONTRIBUÍREM EM PROL DA SOCIEDADE

     O Espiritismo kardecista e todas as formas de espiritualismo que conhecemos, bem como todas as correntes do baixo espiritismo, nada apresentam de prático que possa provar suas teorias. Pelo contrário, as pessoas que se envolvem com o baixo espiritismo, principalmente, mas não somente, são pessoas, na sua maioria, de vida desregrada, infelicitadas, viciadas e problemáticas. Os praticantes do chamado Espiritismo Científico ou do Espiritualismo ou ainda do Espiritismo Kardecista nada têm dado como contribuição à sociedade. Afirmam conversar com espíritos superiores e até com espíritos habitantes de outros planetas, mas o que fazem esses espíritos por eles? Nada! Nunca apresentaram a cura para as enfermidades dos homens; não contribuem em nada para o aperfeiçoamento moral ou espiritual da humanidade e não têm nenhuma ação digna de nota em toda a história humana.  (R. R. SOARES - "OS PROFETAS DAS GRANDES RELIGIÕES" - 2ª. edição - sem ano de publicação - GRAÇA EDITORIAL - Rio de Janeiro RJ. - página 72).

     Sem me ater ao mérito desta questão em particular, os termos "Espiritismo Kardecista", "Espiritismo Científico" e "Baixo Espiritismo" foram criados por pessoas que não entendem absolutamente nada de Espiritismo.
     Para rebater as declarações do senhor missionário Soares, de que "(...) são pessoas, na sua maioria, de vida desregrada, infelicitadas, viciadas e problemáticas", digo apenas que esta não é a constatação feita por milhares de pessoas, de diferentes confissões religiosas, que conhecem de perto pelo menos um espírita, senão uma família inteira. Que o têm como vizinho, amigo, colega de trabalho, ou, de quem são clientes, pacientes, fornecedores ou o têm como tal. Com muita certeza, posso afirmar, esses milhares de pessoas, se lerem as declarações acima, dirão que o autor está redondamente equivocado, porque não é nada disso o que veem nos espíritas de suas relações e convivência cotidiana.
     Outra afirmativa completamente destituída de fundamento é a de que "os praticantes do Espiritismo (...) nada têm dado de contribuição à sociedade". E some-se a esta, a de que "(os espíritos superiores) não contribuem em nada para o aperfeiçoamento moral ou espiritual da humanidade..." 
     Novamente, equivoca-se o ilustre escritor, pois diversos órgãos e representantes do Governo, sejam eles de âmbito municipal, estadual ou federal, através de atos solenes e comendas, têm prestado pleitos de gratidão e louvores, tanto a personalidades, quanto a instituições espíritas (casas, associações, federações, etc.), por suas inestimáveis contribuições nos diversos campos, desde a Ação Social até a promoção e manutenção da paz e da ordem, a que se presta a sua doutrina, segura e sistematicamente pregada em palestras, conferências, programas de rádio e televisão, livros, jornais e revistas, de cunho filosófico, científico e/ou religioso.
     Diz, ainda, o companheiro evangélico, que os espíritas "afirmam conversar com espíritos superiores e até com espíritos habitantes de outros planetas".
     Mais uma vez, o tom pejorativo e zombeteiro da informação remete à falta de conhecimento ou a má fé do autor. As coisas não são bem assim. Para começar, os Espíritos superiores comunicam-se, de modo geral, por meio da psicografia, isto é, da faculdade mediúnica escrevente, sendo bastante restrito o número de médiuns realmente capacitados a lhes servir de intermediários fiéis. E o conteúdo de suas obras é que os identifica como Espíritos superiores, muito mais do que seus nomes, porquanto geralmente utilizam-se de pseudônimos bem comuns, raramente identificados com nomes de vultos famosos da história da humanidade.
     Quanto a conversar com espíritos de outros planetas, embora convictos de que há, sim, muitos planetas habitados por seres inteligentes, mais e menos evoluídos do que o orbe que habitamos, neste infindo Universo da Divina criação, nós, espíritas, não temos esta pretensão de nos comunicarmos diuturnamente com esses seres, seja de corpo presente ou mesmo em espírito. Esta é mais uma das grandes bobagens articuladas pelo nobre escritor e crítico contumaz do Espiritismo, com o objetivo de ridicularizar os espíritas e de desacreditar a Doutrina perante o público leigo que o lê.
     Quanto à afirmação de que "nunca apresentaram a cura para as enfermidades dos homens", não entendo o senhor, missionário. Uma vez, diz que as curas feitas pelos espíritas é charlatanismo, é uma forma de o diabo enganar as pessoas; que primeiro implanta nas pessoas as enfermidades e depois lhas tira, com o intuito de cativá-las através da cura. Isto está em seu livro "Espiritismo - A Magia do Engano". Nele, o senhor declara que o Espiritismo imita o Espírito Santo e até faz as mesmas obras e prodígios para melhor enganar os incautos. Sendo assim, os Espíritos, na sua visão, curam, sim, as enfermidades dos homens. Apenas essas curas não são aceitas pelo senhor como legítimas, dada a sua crença de que é o diabo que as promove.
     Para finalizar, quando o senhor diz que eles, os Espíritos superiores, "não têm nenhuma ação digna de nota em toda a história humana", esquece-se do reconhecimento dado pela imprensa nacional e internacional aos feitos mediúnicos do grande arauto do Espiritismo e, por conseguinte, porta-voz dos Espíritos superiores no Brasil, Chico Xavier. Mas não é só isto. A Bíblia, livro no qual se baseiam as suas teorias, está recheada de ações notáveis dos Espíritos superiores, e que o senhor mesmo, como missionário pregador do Evangelho, repete para os seus ouvintes com frequência, apenas usando terminologia diferenciada para designá-los, como, "o Espírito de Deus", "o anjo do Senhor" e "o Espírito Santo". Mas, talvez o que o senhor não saiba, é que aqueles mesmos Espíritos, ou Espíritos da mesma magnitude daqueles, nunca deixaram de estar ao lado dos homens, manifestando-se sempre e de diversas formas, como a própria Igreja Católica disso dá incontáveis testemunhos.
     O problema está em que o senhor e muitos outros detratores do Espiritismo só acreditam nas manifestações da Espiritualidade Superior que se acham grafadas nos livros que compõem a Bíblia, e com as expressões próprias das traduções usadas pelas suas próprias organizações.
     Nós, espíritas, não lhes recusamos os novos ensinamentos, que têm contribuído, sim, grandemente, para o nosso aperfeiçoamento moral e espiritual. ///