segunda-feira, 14 de abril de 2014

93. "PÉROLAS" DOS DETRATORES DO ESPIRITISMO ( 3 )

                          Sub-título:  SOBRE O ESPÍRITA SER OU NÃO SER UM CRISTÃO

    Jesus Cristo não passa de um espírito muito evoluído através das sucessivas reencarnações. Deus enviou o espírito de Jesus à terra não propriamente para que se purificasse, mas para que ensinasse aos homens deste planeta pouco evoluído o caminho do bem e do amor, na qualidade de Divino Missionário. Jesus foi o maior dos enviados de Deus, e somente nesse sentido pode ser dito Deus. Jesus se tornou, assim, 'o governador espiritual deste Planeta'.
     Essa maneira de conceituar Jesus Cristo bem mostra que o espiritismo não pode ser fundido com o cristianismo, pois, para os cristãos, é essencial professar que Jesus é Deus feito homem. A encarnação de Deus Filho nada tem a ver com a reencarnação espírita. (Prof. Felipe Aquino - FALSAS DOUTRINA, SEITAS E RELIGIÕES - 5ª. edição, 2004 - EDITORA CLEÓFAS - Lorena SP. - página 137).

     (...) Uma das grandes preocupações do diabo é tentar provar ao homem que Cristo não é Deus. O espiritismo, sua religião de base, não poderia deixar de adotar esse satânico ensinamento. Não restam dúvidas de que Jesus é Deus. (R. R. Soares - ESPIRITISMO, A MAGIA DO ENGANO - 2002 - GRAÇA EDITORIAL - Rio de Janeiro RJ. - página 86).

     Os espíritas convictos dividem-se em dois grandes grupos, segundo suas opiniões acerca de o que realmente é o Espiritismo. Um grupo defende a classificação do Espiritismo apenas como uma Doutrina de duplo aspecto, científico e filosófico, enquanto o outro justifica que, em havendo uma declarada e notória consequência moral advinda do estudo sistemático e da aplicação prática desse duplo aspecto, o Espiritismo deve também ser considerado como uma religião. Esclarecem, no entanto, tratar-se de uma religião sem dogmas, destituída de rituais, hierarquias sacerdotais, paramentos especiais para realizações de cultos, objetos sagrados e outras coisas do gênero, comuns à maioria dos segmentos religiosos; uma religião, portanto, de cunho eminentemente espiritual.
     Para esse grupo não há a menor sombra de dúvida de que o Espiritismo é uma religião cristã, porquanto os seus ensinamentos morais baseiam-se nos ensinamentos do Cristo, o grande Espírito responsável pelos destinos da Humanidade terrena, enviado ao nosso meio por Deus, a Suprema Inteligência do Universo. E está certo o professor católico acima citado ao dizer que, para os espíritas, "Jesus foi enviado à crosta terrestre para guiar os homens no caminho do bem e do amor".
     Divergências internas à parte, sobre o duplo ou tríplice aspecto da Doutrina Espírita, o certo é que todas as instituições baseadas unicamente na Bíblia, a que chamam "Palavra de Deus" e livro sagrado, a apontam como falsa, pagã, ou satânica. Diz, a seu turno, o missionário evangélico, que "o diabo se preocupa muito em tentar provar aos homens que Jesus não é Deus".
      Diante destas duas "pérolas" aqui expostas, proponho aos meus companheiros de estudos espíritas um novo e grande desafio: abandonar de vez os inúteis esforços no sentido de provar aos possíveis contendores, que volta e meia nos assediam com suas tentativas de nos converterem às suas crenças, que o Espiritismo é, sim, uma Doutrina cristã, porque baseia os seus ensinos nos do Cristo.
     Como diz o escritor, jornalista, radialista, palestrante e conferencista espírita Alamar Régis de Carvalho, "o cristianismo foi uma invenção humana, porquanto sequer foi Jesus quem o fundou e, muito menos, quem o transformou em religião oficial, dogmática, fracionária e preconceituosa, qual o conhecemos hoje".
     Concordo plenamente com ele e também penso que nós, espíritas, deveríamos parar de nos auto-afirmarmos cristãos, pelo menos perante os detratores do Espiritismo, uma vez que isto não muda nem contribui absolutamente em nada. Basta-nos saber que os preceitos morais transmitidos e exemplificados por Jesus, o Guia e Modelo espiritual que procuramos seguir diuturnamente, estão, sim, bem firmados e incorporados ao Espiritismo, Doutrina que esposamos, estudamos e procuramos vivenciar, dentro das nossas próprias possibilidades e limitações, isto é o que nos importa realmente.
     Trata-se, mesmo, como alguém já o disse, de uma expressão redundante, chamar a Doutrina codificada por Allan Kardec de "Espiritismo Cristão". Também o é chamá-la de "Espiritismo Kardecista", uma vez que o termo "espiritismo" foi criado pelo próprio codificador para diferenciar o novo conjunto de ideias de todos os conceitos tradicionais de espiritualismo.
     Este, pois, é o nosso desafio: dizer aos nossos amigos evangélicos e católicos que somos simplesmente "espíritas", sem nos importarmos se eles nos consideram ou não "cristãos". De que valem, afinal, os rótulos, senão para nos discriminarmos, uns perante os outros? Se não querem que sejamos cristãos, então não o sejamos e nada vai mudar para nós mesmos.
     Convém esclarecer que a expressão usada pelo professor Aquino, atribuída aos espíritas: "Jesus Cristo não passa de um espírito evoluído através das sucessivas reencarnações", dá uma falsa impressão de que estes fazem bem pouco caso da luminescência de Jesus, quando, ao contrário, muito maior apreço Lhe dispensam ao entendê-Lo como Guia e Modelo espiritual. Segundo o Espiritismo, Jesus pré-existia à formação e conformação da Terra para abrigar os espíritos que comporiam a Humanidade específica deste planeta. Ele mesmo foi quem dirigiu todos os esforços de uma plêiade de Espíritos incumbida da construção, digamos assim, deste mundo, que logo mais serviria de escola e oficina de trabalho para as almas que aqui fariam sua caminhada evolutiva através dos tempos. O Ser Supremo e Criador do Universo e da vida designou esse Espírito, já suficientemente evoluído através de inúmeras experiências em outros orbes do Espaço infinito, para ser o Governador do planeta Terra e o orientador espiritual de toda a Humanidade terrena. É assim que O vemos de fato. Por isso mesmo, pleiteamos-Lhe o nosso maior respeito.
     Quanto à polêmica levantada pelos críticos do Espiritismo sobre a divindade de Jesus, só podemos afirmar que, em analisando a Bíblia, que tanto eles defendem, Foi o próprio Cristo quem deixou bem claro, em inúmeras passagens, que ele não era Deus, mas Seu enviado, fiel cumpridor da Sua sábia vontade. ///


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