quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

02. UMA RELIGIÃO SEM IGREJAS

       P. Sendo o Espiritismo considerado por seus adeptos uma religião, ou uma filosofia cristã com aspecto religioso, por qual motivo não se erguem igrejas espíritas, no lugar dessas casas chamadas centros espíritas, que em nada se parecem com os templos, mesmo os mais modestos, que a maioria dos segmentos do Cristianismo constroem e exibem com orgulho?

       R. Centro espírita é o nome popular atribuído ao espaço físico onde funciona uma Sociedade Espírita, grupo formado por pessoas afins com o objetivo de estudar e praticar os postulados da Doutrina Espírita.
Sendo esta uma doutrina eminentemente cristã, procuram os seus seguidores guardar o máximo de semelhança com os grupos primitivos de estudiosos das recomendações deixadas pelo Cristo, os quais se reuniam em recintos singelos, desprovidos de quaisquer paramentos ou ritualismos, centrados unicamente no envolvimento total e na prática real do bem, assim como nas comunicações com a Espiritualidade superior, como se depreende dos livros ou cartas dos apóstolos que integram o Novo Testamento bíblico, embora muitos contestem tais constatações.
    O "igrejismo", adotado pelos cristãos do terceiro século pós advento da Boa Nova, deveu-se a intervenção da cúpula templária romana, que, depois de aceitar a figura de Jesus como sendo a do Messias prometido aos judeus, adequou deste os ensinamentos aos seus cultos ritualísticos e suas hierarquias sacerdotais em vigência.
      O Movimento Espírita, desde os seus primórdios, em meado do século dezenove, tem buscado resgatar e preservar a simplicidade do Movimento Cristão daquelas primeiras e difíceis horas de sua consolidação, quando o Mestre deixara ao encargo dos seus discípulos a árdua tarefa de transpor todos os obstáculos impostos pela religiosidade tradicional dominante, que ostentava a sua suntuosidade em templos magníficos como forma de demonstração e glorificação do poder divino, inversamente ao que Jesus viera pregar na Terra.
     Nos Centros Espíritas não se promovem ritos, mas se produzem reuniões de estudos, de divulgação doutrinária e de atendimento fraterno aos que necessitam de consolação e esclarecimento, tudo dentro dos princípios fundamentais da caridade pura, exaustivamente recomendados pelos Espíritos. Assim ocorre desde a codificação de Allan Kardec até os dias atuais, em que os Espíritos de luz se manifestam incessantemente, através das obras complementares de Chico Xavier, Divaldo Franco, Raul Teixeira e tantos outros médiuns de escol.
      Para tais práticas nada mais se necessita do que um ambiente apropriado, sóbrio, harmonioso, sereno e sem luxo, conquanto confortável. Qualquer pessoa que entre em um Centro Espírita por primeira vez constatará isto, desde o primeiro olhar até a última passada de vista. Caso assim não o seja, desconfie.

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