terça-feira, 22 de janeiro de 2013

07. SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS

       P. Como o Espiritismo vê e explica as figuras bíblicas de Satanás, o Diabo, e dos demônios, seus auxiliares, os quais,em inúmeras ocasiões, foram expelidos por Jesus e por seus discípulos, conforme as narrativas dos evangelistas?

       R.Não há efeito sem causa, já nos assevera a Lei da Natureza. Por isto, dizer simplesmente que o Diabo e os demônios não existem seria um tanto presunçoso e precipitado por parte de alguém, ou de uma Instituição, que defenda uma postura ideológica filosófica, se não pudesse sugerir a alternativa viável para as ocorrências que de certa forma justificam tal crença.
      Na tradição comercialista, a data em que a cristandade comemora o Natal de Jesus, o Salvador da Humanidade, também se apresenta como o dia em que se devem distribuir presentes para a garotada, em nome de uma figura lendária, conhecida de todos: o "bom velhinho" - Papai Noel.
     Certa vez, quando menino, indaguei de meu pai: - Por que o Papai Noel não dá a todas as crianças brinquedos de igual valor (ou seja: brinquedos de valor comercial equivalente)? Era visível a nós, meninos cujos pais tinham pouco poder aquisitivo, que, enquanto um garoto da mesma rua ganhava uma bicicleta toda traquejada, outros, como nós mesmos, ganhávamos carrinhos de plástico, ou uma bola de futebol de qualidade duvidosa. E meu pai ficou sem palavras, acabrunhado, dando explicações pouco convincentes.            Algum tempo depois, já próximo de outro natal, um amigo um pouco mais velho me alertou: - "Cai na real, guri; Papai Noel não existe". Após breve susto seguido de discussão, a questão passou a ser: - Se Papai Noel não existe, quem é que nos traz os presentes, então? Aí ele explicou: - "Quem coloca os presentes nos sapatos, debaixo da árvore (que não possuíamos), ou ao lado da cama, é o próprio pai, ou a mãe, tios, padrinhos, etc. Por isto, cada um dá o que pode, de acordo com o seu salário, aposentadoria, etc." Entre a surpresa, a dúvida e o desapontamento, prevaleceu, enfim, a verdade. E esta, sem dúvida, é mais coerente do que a história inventada para embalar os sonhos (de consumo inconsciente) infantis.
       Satanás e os demônios são acusados de causarem mal a muitas pessoas boas, provocando doenças, acidentes, brigas, insucessos, perdas, tristezas, etc. São eles, segundo a crença geral, que induzem as pessoas ao erro, ao roubo, à desonestidade, ao desânimo, à falsidade, à irresponsabilidade, ao crime, à perversidade, etc.
       No entanto, pensando com lógica, tanto o Diabo quanto Deus, cada qual a seu turno, estariam agindo de forma totalmente injusta, sempre que o Primeiro escolhe a esmo suas vítimas e determina o tipo de ação maligna que aplicará a cada uma delas, sendo que a cada ação impõe uma intensidade diferente. Da mesma forma, sempre que o Segundo reage a essas ações, protegendo e defendendo algumas dessas vítimas, em detrimento de outras, relegadas à própria sorte, ou às próprias forças.
       Se os males atribuídos a essas Entidades Espirituais são visíveis, mas elas não existem, como então se explica a incidência desses males?
       Segundo o Espiritismo, Satanás é a personificação do nosso egoismo, configurado na nossa ignorância e em todas as atitudes daí derivadas, que causam mal aos outros e a nós mesmos.
Já os demônios, criaturas invisíveis que costumam assediar de fato as pessoas, provocando-lhes as mais diversas reações e sensações incômodas, dolorosas, sofridas, ou induzindo-as às mais disparatadas condutas, nada mais são que Espíritos desencarnados, com os quais geralmente temos algum grau de comprometimento moral. Eles agem sobre o nosso psiquismo, mediante técnica de transmissão de pensamento (telepatia), motivados por desejos de vingança, ou por afinidade de sentimentos.
       O assunto, dada a sua amplitude e um grande elenco de particularidades a serem exploradas, requer longos e mais aprofundados estudos, ficando este texto apenas como uma breve introdução. Os interessados podem buscar mais esclarecimentos na vasta literatura espírita que trata especificamente sobre o assunto. ///


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