sexta-feira, 5 de abril de 2013

36. PSICOMETRIA E JESUS

     P. O MISSIONÁRIO:  - "Os espíritas dão esse nome (psicometria) à faculdade de fazer contato com pessoas vivas ou mortas por meio de um objeto que pertence ao ausente ou que pertencia à pessoa morta. Para citarem um caso da Bíblia, utilizam-se da passagem em que Jesus conversou com a mulher samaritana e disse tudo sobre a vida dela (João cap.4). Argumentam que, segurando o cântaro, o Mestre entrou em contato com o passado da mulher. Está claro, inclusive pela Bíblia, que tal argumento não passa de um equívoco. Primeiramente, porque Jesus não entrou em contato com o cântaro, pois a mulher o abandonou depois de ouvi-lo, e saiu anunciando na cidade que o Messias havia chegado; e, depois, porque Jesus não precisava usar esses artifícios" (Missionário R. R. Soares; livro "Espiritismo - A Magia do Engano", capítulo 3 "Práticas e Fenômenos Espíritas"; editora Graça - Rio de Janeiro; 2002, p.55).

     R. André Luiz, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, no capítulo 26 do livro "Nos Domínios da Mediunidade", tece interessantes comentários acerca desta faculdade, a psicometria, que vale à pena ler na íntegra, a quem realmente interesse o assunto. Vou aqui apenas pontilhar alguns trechos desses apontamentos, que são todos feitos em forma de narrativa e diálogos:
     "Atravessávamos ruas e praças, quando nos defrontamos com um museu (...) e o nosso orientador (...) convidou-nos a entra, exclamando:  - Numa instituição como esta, é possível realizar interessantíssimos estudos. Decerto já ouviram referências à psicometria. Em boa expressão sinonímica, como é usada na Psicologia experimental, significa 'registro, apreciação da atividade intelectual'; entretanto, nos trabalhos mediúnicos, esta palavra designa a faculdade de ler impressões e recordações ao contato de objetos comuns.
(...) Notando-me a curiosidade, o instrutor aclarou:  - Todos os objetos que você vê emoldurados por substâncias fluídicas acham-se fortemente lembrados ou visitados por aqueles que os possuíram.
(...) Registrando-me mais uma vez a surpresa, o Assistente adiantou:  - Percebo a imagem sem o toque direto. O relógio pertenceu a respeitável família do século passado. Conserva as formas-pensamentos do casal que o adquiriu...
(...) Áulus sorriu e comentou: O pensamento espalha nossas emanações em toda parte a que se projeta. Deixamos vestígios espirituais, onde arremessamos os raios de nossa mente, assim como o animal deixa no próprio rastro o odor que lhe é característico, tornando-se, por esse motivo, facilmente abordável pela sensibilidade olfativa do cão".
     Como aí se pode ver, para aqueles dotados de maior sensibilidade, e Jesus o era mais que todos, certamente, não há a necessidade do toque de mãos sobre o objeto, para que o exame das vibrações nele deixadas seja feito com sucesso.
     O tema requer maiores estudos, sendo o meu objetivo, neste momento, o de aguçar a curiosidade do leitor, a fim de que ele possa chegar à conclusão, por si mesmo, de que o equívoco talvez esteja do lado de lá, daquele que critica e repele qualquer ideia que não caiba nos dogmas acatados sem nenhuma reserva ou estudo mais aprofundado, que considere a existência, minimamente que seja, de outras possibilidades.
     A bem da verdade, a psicometria não é uma prática muito usual nos meios espíritas, como poderá deduzir o leitor mais apressado. É bem possível, no entanto, pelo que sugere André Luiz no capítulo citado, que o seja, sim, no Mundo Invisível, sobejamente. ///

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