sábado, 6 de abril de 2013

37. MAU OLHADO

       P. DE UM AMIGO:  - Penso estar sendo vítima de um mau olhado, isto é, de um olho gordo; poderia dar-me  a receita espírita para combatê-lo?

       R.  - Um exemplo: Você compra um carro novo e o seu vizinho mal consegue disfarçar o mal estar que dele se apodera, pela inveja. Ele queria ver você feliz, mas não com um carro novo melhor do que o dele. Poucos dias depois, você vê chegar na casa do outro vizinho uma tevê de 55 polegadas, um fogão de seis bocas, uma lavadora de roupas e um refrigerador, todos de última geração, desses que você não pode nem pensar em comprar tão cedo, ainda mais agora que assumiu esta dívida com a aquisição do carro novo, que já lhe está tirando o sossego.
       Você não percebe, mas é você quem está agora com certa dose de inveja, palavra esta que significa exatamente "não gostar de ver", "não querer ver", que eu "não veja", que o outro conquistou algo que eu gostaria de possuir igual ou melhor, mas não posso.
       Entre as receitas mais popularizadas de combate ao chamado olho gordo, olho grande ou mau olhado, de que nos sentimos alvos, posto que possa esta vibração ruim nos atingir, causando-nos prejuízos ou, no mínimo, atrapalhando-nos a vida, está a do uso de sal grosso em banhos de descarga e/ou nos cantinhos da casa, inclusive da garagem e do pátio, se os temos. Há também a que manda colocarmos um recipiente com água atrás das portas, à noite, jogando fora o líquido pela manhã seguinte, porquanto a água é uma catalizadora natural de energias, tanto boas quanto más; e nesse caso mentalizamos para que ela capte as energias negativas que nos chegam "dos vizinhos".
       Não discutindo os méritos destes artifícios, que bem podem ser reais, dadas as propriedades desses dois minerais, secularmente difundidas nas mais variadas culturas, e que pelo menos podem incidir no auto-sugestionamento, aumentando-nos o positivo ou diminuindo-nos o negativo, o Espiritismo nos recomenda o passe fluido-magnético e a prece, além da mudança do nosso pensar. Pensar só no bem e olhar os outros com benevolência, sem vê-los como adversários, inimigos, sem mesmo imaginá-los maldosos, invejosos, isto já é um bom caminho para neutralizarmos qualquer vibração nociva que porventura nos seja endereçada. Mas, o que mais o Espiritismo nos recomenda é que combatamos em nós mesmos essa ansiedade que algumas vezes nos acomete, ao presenciarmos o sucesso de algum companheiro de convivência.
       O fato provável de sermos alvos da inveja alheia acarreta-nos menos prejuízo do que direcionarmos a outrem a nossa própria inveja.
       Assim como sucede com os sentimentos de ódio, rancor, raiva, mágoa ou ressentimento, a inveja, que também tem sua nascente no campo mental do indivíduo, produzindo toxinas corrosivas, que aniquilam quantidades expressivas de células vitais, comprometendo importantes funções orgânicas do próprio agente propulsor dessas energias destruidoras. Em boa palavra, ao pensarmos mal do outro e endereçarmos-lhe esse pensamento, derrama-se antes sobre nós mesmos essa espécie de onda magnética destrutiva. Por isso, o Espiritismo nos adverte: os nosso sentimentos são as maiores causas da nossa boa sorte ou desdita, felicidade ou infelicidade, saúde ou doença, equilíbrio ou sofrimento, no curso desta existência e no porvir, porquanto o céu e o inferno acham-se latentes em nossas próprias criações mentais. 
      Assim, devem emanar de nós apenas pensamentos de amor, de perdão, de compreensão e de paz; pois, ainda que alguém nos deseje algum mal, quem tem amor, tem fé; quem tem fé, não tem medo; e quem não tem medo, não se vulnerabiliza. ///

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