quarta-feira, 10 de abril de 2013

38. SEM MEDO DE SOCORRER

       P. Pode-se ministrar uma passe a um amigo que esteja doente, impedido de buscar o atendimento em um Centro Espírita, fazendo-o no seu próprio lar, sem contar com o apoio de outros companheiros de atividade, uma vez que esse amigo more muito longe do Centro que o passista frequenta?

     R. Em reunião de estudo, no Centro Espírita, o assunto em discussão era a fluidoterapia, o passe fluídico-magnético. Após as primeiras informações, comentou-se que o médium passista jamais deve efetuar a aplicação de passes fora do ambiente propício, ou seja, fora da Câmara de Passes. Nem mesmo fora do horário específico, em que um grupo se reúne para este fim, ainda que nas dependências internas da Casa Espírita. Trata-se, antes de tudo, de uma norma disciplinar prevista pelo Regimento Interno da Sociedade. É também do entendimento geral que, na hora e no local adequados, a tarefa dos médiuns aplicadores é secundada por uma equipe espiritual (invisível), sem a assistência da qual o trabalhador de boa vontade pode ficar à mercê de forças negativas, também invisíveis, que poderão prejudicá-lo diretamente por intrometer-se em suas atividades espúrias, na sua atuação contra o beneficiário do recurso fluidoterápico. Essa equipe formada por Espíritos mentores da Casa, além de contribuir com suas emanações energéticas, indispensáveis ao sucesso do evento, dão proteção e amparo aos médiuns, para que após realizadas as tarefas não saiam negativados em suas próprias energias, pois que também ocorre aí a doação pessoal de cada tarefeiro.
      Os argumentos elencados na reunião foram bem aceitos pela maioria dos presentes, até que uma companheira declarasse ao grupo a sua predisposição de prestar socorro, através da aplicação do passe com imposição de mãos, a quem eventualmente necessitasse deste recurso, em ambiente familiar e a qualquer hora, a título de exercício da caridade. Objetou-se-lhe dizendo que nessa prática poderia estar correndo riscos, pois os inimigos espirituais do socorrido não lhe perdoariam a providência nada interessante aos seus intentos de prejudicá-lo com sua atuação, podendo então investir contra o médium indefeso.
     Nesse momento, não pude deixar de sair em apoio da colega de estudo, uma vez que também considero um dever cristão socorrer ao necessitado, mesmo sem estar nos domínios do Centro Espírita, pelo menos desde que tenhamos confiança em nós mesmos e na Espiritualidade que não nos negará o apoio imediato, porquanto o nosso Protetor pessoal mobilizará reforços, caso estes se façam prementes.
      A polêmica levantada suscitou argumentações e exemplos contra tais disposições nossas. Foi aí que não pude sopitar mais a ideia que se fazia pulsar em meu cérebro e então falei: - "ora, se não posso confiar 'no meu taco', como se diz na gíria, e nos bons Espíritos que me acompanham, então eu chamarei um pastor ou obreiro evangélico, que imporá as mãos sobre o doente ou obsediado e fará uma oração, cheio de fé, prestando-lhe o socorro de que precisa, sem medo".
     E complemento agora: Ora, meus irmãos espíritas, de onde vem este vosso receio, esta vossa timidez, esta vossa insegurança e falta de fé? Achais, porventura, que Jesus e os seus obreiros da Espiritualidade Maior estão de folga, enquanto não chega a hora de irmos para o trabalho de assistência regular nas dependências e horários previamente estipulados para as atividades pertinentes das Casas Espíritas? Devemos então dizer ao nosso irmão em situação de desespero: -"olhe, controle a sua ansiedade e compareça no dia tal, à tal hora, no Centro Tal, para poder ser convenientemente atendido"?
    Não compartilho desta opinião, a menos que a situação se me apresente sem nenhuma gravidade, sem nenhuma característica emergencial. Não se trata de uma atitude irreverente ou indisciplinada. A preferência continua, logicamente, pela aplicação dos passes no Centro Espírita e no trabalho específico. Mas, em caso de emergência, jamais irei me omitir de socorrer, quando me sinta apto e preparado. O que não me faltará, tenho disto absoluta certeza, é o amparo dos Cooperadores da Seara do Mestre Jesus, que estão sempre a postos para promoverem o bem da Humanidade terrena, desde que haja um instrumento capaz de corresponder-lhes a ação benfazeja, e se ache voluntariamente disponível para tal ação. ///

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