domingo, 17 de março de 2013

30. APOMETRIA NOS CENTROS ESPÍRITAS

       P. a) O que é Apometria; como e quando surgiu no cenário espírita?  -  b) Por que os centros filiados às Federações Espíritas Estaduais e Brasileira não podem exercer essa técnica?  -  c) Justificar-se-á a discriminação, por parte de algumas Diretorias conservadoras, para com trabalhadores de suas Casas que se demonstrem adeptos da Apometria e admitam praticá-la noutros Centros?  -  d) Justifica-se, por sua vez, a atitude preconceituosa adotada por alguns Centros Espíritas tradicionais em relação aos Centros apométricos, que seguem afirmando-se espíritas, embora não filiados a nenhuma Federação?

    R. À primeira parte da pergunta (identificada pela letra "a"), responderei com os trechos a seguir transcritos do livro "APOMETRIA - A Nova Ciência da Alma" de J. S. Godinho - Heck Publicações - Lages SC - edição 1997:

# [...] Um desses instrumentos terapêuticos foi trazido até nós em 1965, quando, em Porto Alegre (RS), no Hospital Espírita, um médico natural de Porto Rico, Dr. Luiz Rodrigues, começa a aplicar em seus pacientes  uma técnica que ele denominava Hipnometria, que consistia em desdobrar o paciente através de contagem lenta e levá-lo até os médicos desencarnados no Plano Espiritual. Embora ele mesmo não fosse espírita, sua técnica funcionava, e muito bem. Por essa época, chefiava a equipe de pesquisas científicas do Hospital Espírita de Porto Alegre o Dr. José Lacerda de Azevedo, que, na sua incansável busca de soluções para os intrincados problemas da mente humana, acabou por encontrar o Dr. Luiz Rodrigues. Convidado, foi conferir o trabalho deste.
Após assistir a duas sessões demonstrativas, teve olhos de ver que estava diante de extraordinária oportunidade de absorver uma técnica de socorro da maior eficiência e importância.
[...] As técnicas de hipnose produzem ou induzem o paciente a uma espécie de sono, e o Dr. Lacerda, observando que a técnica do Dr. Rodrigues nada tinha de sono, entendeu que o termo Hipnometria não se adequava à mesma.
[...] Era óbvio que estava diante de uma nova descoberta. [...] Assim criou o termo Apometria, que é um composto das palavras gregas "apo", que significa "além de", e "metron", significando "medida".
[...] Em 1988, após vinte anos de pesquisas e milhares de doentes e espíritos curados, o Dr. Lacerda lançou o seu primeiro livro, intitulado "ESPÍRITO E MATÉRIA - Novos Horizontes Para a Medicina", contendo suas pesquisas e descobertas (p. 88 e 89). #

       Neste trabalho, José S. Godinho apresenta as treze "Leis da Apometria" e seus efeitos, conforme estão no livro do Dr. Lacerda, adicionando comentários e alterações sob o enfoque, o ponto de vista e as experiências pessoais, a partir da página 93, até a página 128.
     À questão da letra "b" não me sinto com autoridade para responder, simplesmente por falta de elementos. Só sei que, como outras técnicas, tipo cromoterapia e tratamento de harmonização com pedras, reiki e outras, não são bem vindas no meio espírita tradicional, que guarda o passe e a fluidificação de água como únicas técnicas terapêuticas encampadas ao Espiritismo. Nenhuma das duas nasceram diretamente no Espiritismo, mas foram assimiladas.
      Quanto às questões "c" e "d", fico com as recomendações do próprio Codificador, quando em "O Livro dos Médiuns", no seu capítulo XXIX, item 348, sob o título "Das Reuniões e das Sociedades Espíritas, e subtítulo "Rivalidades Entre as Sociedades", prevendo desarmonias vindouras, no tocante às práticas, assim se expressa:

# Os grupos que se ocupam exclusivamente com as manifestações inteligentes e os que se entregam ao estudo das manifestações físicas têm cada um a sua missão. Nem uns, nem outros se achariam possuídos do verdadeiro espírito do Espiritismo, desde que não se olhassem com bons olhos; e aquele que atirasse pedras em outro provaria, por esse simples fato, a má influência que o domina. Todos devem concorrer, ainda que por vias diferentes, para o objetivo comum, que é a pesquisa e a propaganda da verdade. Os antagonismos, que não são mais do que efeito do orgulho superexcitado, só poderão prejudicar a causa, que uns e outros pretendem defender" (p.432 da 44ª edição - FEB - Rio de Janeiro, 1981). #

     As mesmas recomendações aplicam-se no presente, com relação aos Centros que praticam a Apometria e os que não a praticam. Quem faz não desfaça de quem não faz, e este não critique aquele por avançar para além dos seus próprios limites de ação.
     Tal como pedimos que os nossos irmãos católicos e evangélicos nos respeitem, dado o nosso avanço sobre assuntos que eles não ousam sequer cogitar, em suas crenças presas à letra das antigas Escrituras, temos também de respeitar os irmãos de ideal espírita que abarcam algumas técnicas mais recentemente desenvolvidas fora do Espiritismo, mas que acharam por bem introduzi-las em sua Casas, com o intuito de enriquecer seus trabalhos terapêuticos, às quais muitos de nós não desejamos sequer conhecer, menos ainda por em prática em nossas respectivas Sociedades. Sejamos no mínimo compreensivos uns para com os outros, em prol da preservação da harmonia em todo o Movimento Espírita, que tem por meta final a apresentação da Doutrina reveladora e libertadora aos que ainda não a conhecem. ///

Nota: Leia o texto de nº. 80: ESPIRITISMO X APOMETRIA.

Um comentário: