sábado, 9 de março de 2013

25. O ESPÍRITA NO TRÂNSITO

       P. E se um espírita sofrer um acidente grave de trânsito, dar-se-há lhe haja faltado a proteção de seus guias ou protetores, ou seria este o seu carma? E se houver ingerido bebida alcoólica antes de dirigir, é possível que seu anjo de guarda o tenha relegado à sua própria sorte, ou desdita? E quando um espírita pratica uma imperícia ao volante, ou, sabe lá, comete uma "imprudenciazinha" momentânea, porém, fatal, como se há de justificar perante a família, o grupo espírita a que pertence e, "lá em cima", aos seus amigos espirituais? Poderá se dar ter sido ele vítima da ação vingativa de algum inimigo invisível, já que costuma lidar com espíritos de todas as categorias?

      R. Para início de assunto, é bom que se diga que em Espiritismo não existe aquele "negócio", típico de outras cultura, do "corpo fechado", do "comigo ninguém pode", do "santo forte", ou coisas semelhantes. O Espiritismo é a Doutrina que ressalta, acima de tudo, a necessidade de reforma íntima, individual, que consiste, por sua vez, na elevação dos nossos padrões morais e éticos. O primeiro resultado disto é o esforço que cada cidadão espírita se propõe e passa a fazer no sentido de melhorar-se a cada dia e momento, revendo suas atitudes perante a sociedade, pessoas e grupos, com quem divide as atividades triviais, as coisas em comum, dentre elas o Trânsito. Por este último entende-se o direito de ir e vir, de estar e permanecer, juntamente com o dever de respeitar os limites impostos pelas leis civis e morais, inclua-se a do bom senso, as quais visam atribuir e garantir os direitos dos outros.
     Quando se fala em trânsito, há que se reportar tanto ao de veículos motorizados e seus ocupantes, quanto ao de pedestres e, por extensão, o de ciclistas. Em alguns casos também o de ocupantes de veículos de tração animal (carroças, charretes, etc). Todos dividem os espaços, às vezes os mesmos, senão específicos e exclusivos, o que deve ser feito de maneira organizada e, nas mais das vezes, solidária e fraterna. Aliás, o trânsito é o lugar perfeito para se exercitar a gentileza.
      Ora, se somos praticantes de uma Doutrina que enfatiza a caridade como principal norma de conduta, sendo que esta não subsiste senão acompanhada do respeito ao próximo, assim como da solidariedade, da fraternidade e da gentileza para com todos, não temos como fugir ao compromisso de nos conduzirmos convenientemente e com responsabilidade redobrada no trânsito, ainda mais quando estejamos em vantagem sobre outros, ao volante de um carro.
      No que se refere a bebidas alcoólicas, beber com moderação e fora de qualquer atividade que exija raciocínio claro, reflexo ágil e atitude firme, ou seja, sobriedade total, já é o mínimo que se espera de um espírita, como de qualquer bom cidadão. Ora,sabendo-se que álcool e direção veicular não combinam, com ou sem "lei seca" à vista, é dever absoluto abster-se dele sempre que se vá assumir o comando de um veículo para transitar na via pública. Do contrário, assume-se o risco de provocar acidente, o que deveria ser entendido como prática de dolo pela nossa Legislação.
      Nós, espíritas, também sabemos que somos constantemente influenciados pelos seres invisíveis que nos dão de ombros em dimensão diferente, os quais se acercam de nós por afinidades vibratórias, já que nossos pensamentos e sentimentos provocam ondas energéticas, vibrações, que emanam do nosso campo mental e são captados por eles. Assim, se pensamos e agimos positivamente, entramos em sintonia com Espíritos bons, que poderão nos auxiliar enviando-nos mensagens subliminares, telepáticas, positivas, prevenindo-nos de situações de perigo, ou ajudando-nos a transcendê-las. Mas, se os nossos pensamentos e atitudes revelam egoísmo e prepotência, descaso com o próximo, insubordinação às leis que regem e organizam a sociedade e as relações humanas, com que tipo de entidades espirituais iremos sintonizar-nos, senão com aquelas que se afinizam com essas coisas? Pois é aí onde mora o perigo.
      Não se trata de sermos ou não abandonados pelos nossos protetores pessoais. Trata-se, isto sim, de rompermos com eles a sintonia e assumirmos o risco de sofrermos a influência dos companheiros ocultos menos dignos, para os quais pouco importa a nossa integridade física, assim como a dos outros, nem a nossa paz e a nossa felicidade, que por vezes até os incomodam.
       Só o fato de praticarmos o bem, estarmos atentos ao de que os outros necessitam, a fim de ajudá-los, já pode ser um bom motivo para termos alguns inimigos espirituais, que talvez queiram tirar-nos do seu caminho, para poderem prejudicar àqueles a quem eles odeiam e que tentamos auxiliar ou proteger. Orar e vigiar, para não darmos abertura a este tipo de influenciação, consiste em cultivarmos pensamentos positivos e boas ações o tempo todo. Assim não cometeremos imprudências nem deslizes que possam gerar acidentes ou incidentes, pelo menos de  maior gravidade.
      No entanto, dada a nossa condição de seres humanos, podemos, sim, errar, praticar um ato de imperícia. A falha humana acontece em qualquer lugar ou ocasião, por ser normal, inerente à nossa natureza.
Assim também, poderemos ser vítimas de acidente provocado por terceiros. Sim, não somos melhores do que ninguém e temos um passado, que pode estar a exigir de nós, chegado o momento oportuno, a correção de erros cometidos, a passagem por experiência marcante, como a morte física em condições especiais, brusca e violenta, por que não?
       Mas, vejamos, se a morte do corpo é certa para todos, a sua modalidade é o de menos importante, desde que não a tenhamos procurado através da nossa irreverência, irresponsabilidade, falta de amor próprio e ao próximo, ou de respeito pela vida. Será que nós, espíritas, já nos demos conta disto? ///

Um comentário:

  1. Muito bom! Realmente o trânsito é um local excelente para exercitarmos nossa paciência e gentileza!

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