quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

21. DESARMONIA NOS CENTROS ESPÍRITAS

     P. É comum ocorrer dentro de um Centro Espírita alguma manifestação de rivalidade, preconceito, inveja, ciúme, prepotência, hostilidade, ou outro qualquer sentimento negativo ou atitude inconveniente, como já se tem ouvido dizer em conversas informais entre membros de algumas casas?

      R. Isso jamais deveria acontecer, mas infelizmente acontece, sim. O simples frequentador da casa muitas vezes nem nota. Mas, nos bastidores, pode estar havendo intrigas e dissenções, justamente por parte de quem deveria ser o primeiro a seguir à risca os preceitos doutrinários.
     Há presidente de Centro Espírita, por exemplo, que se considera dono da Casa e da verdade. Diretores de departamentos que se hostilizam e se veem como rivais, numa disputa insana, por conta de ciúmes ou despeito.
     Quem está ou já esteve fazendo parte na formação de uma diretoria ou grupo de trabalho, é possível já tenha enfrentado alguma situação desagradável em relação a algum companheiro, cuja prepotência, presunção, ou atitude preconceituosa lhe causou constrangimento, aborrecimento, ou, no mínimo, tristeza, ao ponto de retirar-se do mesmo, para evitar confrontos mais violentos, ou de ali só permanecer por amor à Causa Espírita, que não deve ser afetada pelas fraquezas humanas.
    Um ou outro palestrante ou instrutor talvez faça discursos emocionantes, porém suas ações sejam contrárias à sua pregação. Talvez o orgulho e a vaidade ainda sejam predominantes em sua personalidade. Nota-se, por vezes, uma mal disfarçada indiferença de algum dirigente para com determinados trabalhadores de sua equipe, enquanto são capazes de bajular escandalosamente a outros, seus superiores em hierarquia de função, o que é contrário ao que preceitua a própria Doutrina, pois no Espiritismo ninguém é superior a ninguém, a não ser moralmente falando, o que não é coisa de se investigar ou por em evidência.
Há também os casos em que parceiros invejosos, feridos em seu amor próprio, por se verem contrariados em seus gostos e conceitos pessoais, cridos mediunicamente inspirados, retiram-se de uma Sociedade Espírita para fundarem seus próprios centros, aos quais, não muito raramente, pretendem presidir e controlar vitaliciamente.
      Contudo, a Doutrina Espírita, por ser enfática em seus ensinamentos e por sua insistência em que seus adeptos pratiquem, ou se esforcem, com sinceridade, por praticar os preceitos cristãos, tem conseguido promover grandiosas mudanças na conduta de muitas pessoas que passaram a integrar-lhe as diversas frentes de trabalho. Assim sendo, muitas dessas arestas se aparam ao longo do tempo por força das próprias recomendações doutrinárias. Em alguns casos ocorre o que se chama "uma seleção natural", aquela em que o indivíduo que não se afina com o grupo, dada a verdadeira superioridade moral da maioria de seus componentes, retira-se por livre e espontânea vontade, embora critique e credite ao outro a culpa por seus melindres e sua decisão drástica.
     Para cada Centro Espírita que se ergue, uma equipe de abnegados Espíritos das hostes do bem, participantes da seara bendita do Mestre Jesus, é designada para administrar os seus destinos e acompanhar seus dirigentes nos esforços que deverão dispender para o sucesso da obra. Sabe-se, entretanto, que, paralelamente, há uma mobilização por parte de organizações das trevas, instaladas no Plano Espiritual inferior, que tudo farão, o tempo todo, para infiltrar-se no meio, através de médiuns incautos, a fim de desestabilizar os esforços dos benfeitores e das pessoas de boa-vontade, que realmente concorrem para que a pureza doutrinária do Espiritismo não sofra nenhum dano dentro do seu Movimento organizado.
     Saibamos operar e cooperar no bem, usando de toda compreensão para com as falhas alheias, não dando espaços para a maledicência, filha da inveja e do ciúme, não compactuando, enfim, com hostilizações, atitudes preconceituosas, rivalidades e outras condutas menos dignas, de quem e para quem quer que seja.
      Não sejamos nós, os espíritas, os verdadeiros inimigos do Espiritismo. Já bastam as ações e insinuações dos seus detratores, em geral líderes de outras instituições religiosas, que, na verdade, não comprometem em nada a Doutrina e o Movimento Espíritas, que seguem avante, sem eles, com eles e apesar deles. Estes, ao contrário do que eles mesmos pensam, atuam como divulgadores do Espiritismo, pois que chamam a atenção de pessoas que nunca se interessaram pelo assunto para que, a partir das críticas ouvidas ou lidas, o venham a conhecer. ///

Um comentário:

  1. Pode me informar a fonte? Nome do livro, artigo, onde foi publicado, autor, ano. Obrigada.

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