sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

14. REFLEXÕES SOBRE MORTES COLETIVAS

     P. Observando os recentes eventos de fogo numa boate de Santa Maria-RS, queda e explosão de um avião da TAM em São Paulo-SP, deslisamentos de morro em São Paulo e no Rio de Janeiro, entre outros, além dos terremotos e tsunames em outros países do mundo, em que se contaram dezenas, centenas e até milhares de mortos em cada um deles, a pergunta aos espíritas é a seguinte:
Qual a visão espírita sobre a ocorrência de uma catástrofe natural ou desastre em que tantas vidas são ceifadas de uma só vez ou numa sucessão de eventos fatídicos? O que isto representa, em relação à justiça divina e aos destinos dessas almas?

     R. Para os crentes de muitas religiões, dessas que desenham a morte como um castigo promulgado por Deus para a raça humana, por conta do crime de desobediência cometido no longínquo Éden por Eva e Adão, nossos pais carnais, as grandes tragédias que se abatem sobre comunidades e grupos fazendo números assombrosos de vítimas fatais e deixando rastros de destruição e sofrimento, só podem ser, de duas hipóteses, uma: ou é obra do terrível Inimigo de Deus, o Diabo; ou é desígnio do próprio Deus, demonstrando sua ira pelos nossos pecados coletivos.
     Há também os que atribuem esses fatos calamitosos a um chamamento de atenção enviado por Deus, a fim de que vejamos que Ele não está para brincadeiras, e que urge nos voltemos a Ele, com vistas à nossa salvação, uma vez que na atual conjuntura o mundo está visivelmente perdido.
   O mais intrigante é que nesses episódios avassaladores, incluindo-se os desastres provocados pela negligência, imperícia, imprudência ou simples falha humana, de uma única pessoa ou pequeno grupo, muitos inocentes acabam pagando com a vida ou com ferimentos de profunda gravidade, quer se tratem de pessoas descrentes ou crentes, de mau ou bom caráter, entre adultos, jovens, velhos e criancinhas, não obstante, igualmente, suas condições sócio-econômicas e os motivos pelos quais estavam no local e na hora do acontecimento.
     Analise-se friamente cada caso, entre as vítimas fatais e as sobreviventes, e destas últimas a gravidade ou leveza dos ferimentos sofridos, como até mesmo a ausência completa de qualquer lesão física, e constatar-se-ão injustificáveis paradoxos, porquanto alguns que menos mereciam estão entre os mais atingidos e vice-versa..
     Para os espíritas, conquanto não deixem de ficar abalados e se comover com os sofrimentos próprios, de seus familiares mais próximos, amigos ou apenas seus semelhantes, mesmo desconhecidos, a explicação desses fatos é bem simples e calcada na lógica da Justiça e do Amor divinos.
    Em nossas diversas andanças pela terra (reencarnações), muitos atos cometemos dignos de serem reparados oportunamente, seja pela própria experimentação da dor, seja pela consternação de vermos nossos amados em situação de graves sofrimentos, seja, ainda, pela brusca separação daqueles que mais nos são caros.
    Nada acontece por acaso. Quando soa a hora dos nossos ajustes de conta com a Lei Maior, somos atraídos para o lugar em que deveremos estar, a fim de passarmos pela prova que realmente temos que passar.
    Isto, deixemos bem claro, não exime de culpa os responsáveis pela má gestão da segurança alheia, mormente quando se trate de uma negligência movida pela ganância, ainda mais quando tal procedimento redunde em ocorrência de proporções devastadoras, tendo por consequência a desolação de uma comunidade inteira.
     O que consola, na visão do Espiritismo, é que muitas almas passam apenas por um momentâneo e breve estado de desespero, ante a iminência do fato, sendo, no segundo imediato ao desfalecimento de seus corpos físicos, amparadas e recolhidas pelos Espíritos protetores, que as conduzem em seus braços amorosos para longe do triste espetáculo, ainda adormecidas e inconscientes. Levadas para hospitais existentes no Plano Espiritual, na outra dimensão do nosso mundo, são elas tratadas, em relação aos seus perispíritos (corpos espirituais, ou corpos sutis, astrais) eventualmente danificados, como também em relação ao seu emocional, se efetivamente atingido. Mais tarde receberão os esclarecimentos necessários, quanto às razões da experiência por que tiveram de passar, assim como da nova situação em que se encontram como espíritos eternos, fora do habitat físico e do mundo material.
    Certamente, cada pessoa (Espírito) responderá de uma forma diferenciada, conformando-se ou não, despertando do período natural de inconsciência imediata ou mediatamente, entendendo de pronto ou retardando-se na incompreensão dos últimos acontecimentos de sua vida na matéria, brusca e inesperadamente interrompida.
     Esses eventos coletivos servem também para que as sociedades humanas progridam, tanto nos campos científico e tecnológico, como realmente costuma acontecer, quanto no campo dos sentimentos, convocando-as ao exercício da solidariedade, da compaixão e da fraternidade.
     Tudo, portanto, tem uma razão de ser, embora, às vezes, seja o livre-arbítrio do próprio homem, usado de forma indevida, o causador de situações dramáticas a envolverem o seu próximo, por cujo infortúnio terá certamente que responder. ///

Um comentário:

  1. Sempre é bom colocar a fonte para dar credibilidade ao autor e também podermos fazer referência à origem, sempre colocando äpud"e, no caso, o seu blog, para indicar que foi daqui que tiramos.

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