quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

13. A TRINDADE E O ESPÍRITO SANTO

     P. Os espíritas não aceitam a Trindade Divina, ou Santíssima Trindade, isto é, a tríplice personalização de Deus, como Deus-Pai (Jeová), Deus-Filho (Jesus) e Deus-Espírito Santo. Tendo se já uma ideia mais ou menos clara do que diz o Espiritismo sobre Deus e Jesus, resta ainda perguntar: Qual a visão espírita acerca dessa terceira pessoa da Divindade?

     R. As religiões mais antigas do mundo já admitiam a existência de uma trindade divina, que reinava sobre os homens. Se analisarmos as palavras de Jesus, declarando-se o Enviado de Deus e logo mais prometendo enviar outro Consolador em seu lugar, o Espírito da Verdade, temos aí notadamente uma trindade, tomada a palavra no seu sentido literal: um grupo de três pessoas.
     Pouco se teria para discutir se a cristandade não houvera condensado essas três pessoas (distintas entre si) numa só, que, a um só tempo, é a Que envia e as Que são enviadas.Um mágico desdobramento é o que se pretende então aconteça, ao defender-se essa tese. Deus esteve na terra, visível aos olhos humanos, enquanto permanecia no Céu dando ordens para Si mesmo, às quais obedecia sem reclamações. Aliás, segundo as narrativas evangélicas, chegou Ele, sim, uma vez, a pedir para Si Mesmo (Que estava no Céu) para que, se fosse possível, afastasse de Si (Que estava na terra) o cálice amargo que deveria sorver, segundo a missão que Lhe fora dada por Ele mesmo em prol da humanidade. Mas, não deixou de frisar que a Sua Vontade é que deveria prevalecer, não a sua. Difícil assim, não?
     Mas, passemos adiante: Personificado em Jesus, Deus promete outro Consolador, que viria em Seu nome, o Espírito da Verdade, que haveria de relembrar o que Ele mesmo (Jesus) houvera dito e ensinar "todas as coisas" que não pudera dizer porque os seus ouvintes de então não estavam preparados para ouvi-las e entendê-las. Não nos parece que esse "outro" Consolador seria o próprio Cristo ou o próprio Deus, mas, com muito mais lógica, outro Enviado, com a missão de dar continuidade e aperfeiçoamento à Doutrina que Ele, Jesus, pregara.
     Para atender a tradição das outras religiões de então, o Primeiro Concílio de Constantinopla, convocado por Teodósio (um imperador e não um Papa), instituiu no Cristianismo a Trindade Divina. Isso aconteceu no pontificado do Papa Dâmaso, e foi São Jerônimo quem fez algumas alterações nas Escrituras Sagradas: onde antes existia somente a palavra "espírito", foi acrescentada a palavra "santo" e ficou "espírito santo".         Assim é que durante 380 anos o Cristianismo existiu muito bem sem ter trindade (Revista Visão Espírita - ano 3 - número 25 - dezembro/2000). Isto posto, para impor o devido respeito à terceira pessoa dessa "Santíssima Trindade", cometeu-se a gafe de colocar na boca do próprio Cristo as seguintes palavras, incoerentes, por sinal:   "se alguém proferir alguma blasfêmia contra o Filho do homem (Que era Ele mesmo) ser-lhe-á isso perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir" (Mateus 12: 32).
    Veja bem: Deus, enquanto na pessoa de Jesus, aceita compreensivamente, tolerantemente, qualquer ofensa a Ele dirigida pelos homens. Porém, o mesmo Deus, enquanto personificado como Espírito Santo, não releva as ofensas humanas, nem agora e nem nunca, para a eternidade.
     Agora veja o leitor se consegue "entrar no espírito da coisa": No Espiritismo se esclarece que o Espírito da Verdade, ou, o outro Consolador, a que Jesus se refere e promete enviar em Seu nome, se o Pai Lho permitir, está, como sempre esteve, consolidado na palavra e nas ações da plêiade de Espíritos de luz, que logo mais iria começar a se manifestar aos homens, através dos incontáveis profetas (médiuns), dos quais os apóstolos foram simplesmente os primeiros.
     O Espírito, ou seja, esse Corpo de Espíritos instrutores e verdadeiramente consoladores ficaria, como de fato está, para sempre conosco, ensinando-nos, gradativamente, acerca de tudo o que nos é necessário saber para a nossa evolução e conforme a nossa evolução.
Quer saber mais? Leia, pergunte, pesquise. Os livros espíritas estão aí, à disposição de quem os quiser abrir. E não faltarão espíritas dedicados para responderem aos questionamentos dos que os procurem para de fato se esclarecerem. ///

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