segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

19. PERIGOS DA MEDIUNIDADE NÃO EDUCADA

       P. Pode acontecer algo de mal a uma pessoa que tenha mediunidade e se negue a desenvolvê-la ou exercê-la, como, por exemplo, sofrer algum tipo de perseguição espiritual, ser castigada ou não se ver livre, até que se decida em contrário, de seus obsessores ou de seus problemas particulares?

     R. Este é um equívoco que, aos poucos, por força de uma instrução cada vez mais apurada, os orientadores de algumas Casas espíritas deixam de cometer, como era bem comum há algumas décadas atrás. Embora seja corretíssimo dizer-se que a mediunidade é uma ferramenta de trabalho que nos foi emprestada pela Providência e Misericórdia divinas para que com ela pudéssemos resgatar mais rapidamente as nossas dívidas pretéritas, ninguém deve usá-la sob pressão ou coação, debaixo de ameaças e argumentações tão contundentes, quanto falsas e inoportunas, porquanto o medo não é o melhor conselheiro de ninguém.
     - "Olhe, se você não desenvolver a sua mediunidade, sofrerá assédios cada vez mais frequentes e tenebrosos dos irmãozinhos infelizes, ou entidades perversas, das trevas". Você já escutou algo assim de algum "entendido" em Espiritismo? Não muito recentemente, quero crer.
       Muitas pessoas se veem de braços com situações complicadas, de uma hora para outra, que em geral tendem a fugir ao seu poder de controle, de decisão e de entendimento. Buscam explicações aqui e acolá, nem sempre as obtendo de forma expressiva e convincente.
       Nunca faltará, porém, alguém que lhes diga tratar-se de um sintoma claro de mediunidade, indicando-lhes a busca por uma orientação mais segura em uma Casa Espírita. Essas pessoas podem, com efeito, estar sofrendo assédios de antigos desafetos ou de espíritos perturbadores, por vezes doentios, que lhes buscam a companhia, do Invisível, em troca de socorro ou mesmo por vingança. Essas entidades espirituais certamente encontraram uma porta aberta de comunicação com o chamado mundo dos vivos, do qual muitas julgam-se ainda integrantes, embora se vejam num estado confuso, de desatino, ou simplesmente de vantagem sobre a agora sua vítima, outrora seu algoz.
      Iniciado um tratamento de desobsessão, acompanhado de uma séria de sessões de fluidoterapia (passes magnéticos) e evangelização, a tendência é uma melhora progressiva e o retorno a uma vida normal, dado o afastamento da influenciação espiritual, desde que novas brechas não se abram, mediante determinadas condutas morais, facilitadoras de novas investidas e novos processos obsessivos.
      Se, embora arrefecidos, esses sintomas persistam, sem as razões acima mencionadas, há, então, indícios mais evidentes de que a mediunidade seja de tarefa, mesmo. Isto significa a existência de uma grande probabilidade de que essa pessoa haja realmente assumido um compromisso, antes de reencarnar, com a atividade pertinente, em prol de seus semelhantes e em favor do seu próprio aperfeiçoamento.
      Como uma espécie de chamamento, que continuará a ser sentido enquanto não lhe dê a devida atenção, a sensibilidade aflorada é um sinal de que chegada é a hora de prestar os serviços a que veio, sob pena de não se aquietar, enquanto assim não o faça.
      Mais recentemente, o termo "desenvolvimento mediúnico" foi substituído pela expressão "educação da mediunidade", um tanto mais justa e correta.
      A mediunidade deseducada pode, sim, representar certos riscos ao seu portador, dada a falta de conhecimento e habilidade necessários à sua articulação consciente e ao controle da situação. Isto porque essa falta provoca desajustes, por não se saber lidar com os seus efeitos naturais. Educá-la, portanto, é a melhor escolha, senão a única opção.
       Uma vez se tenha submetido a esse processo, o médium terá preservado o seu livre arbítrio, podendo decidir se quer ou não trabalhar pelo bem do próximo utilizando a sua faculdade mediúnica. O não desejar praticá-la, porém, não fará dela alguém com uma espada apontada contra si mesma. Absolutamente.
     Um médium inativo, assim considerado aquele que não atue diretamente na área correspondente à modalidade que mais se ajuste ao que lhe haja sido prescrito, pode, sim, levar uma vida tranquila, harmônica, sem qualquer transtorno à vista, desde que se conduza moralmente de maneira positiva, irrepreensível, praticando o bem de outras maneiras possíveis, de modo a não atrair para junto de si esses companheiros invisíveis menos esclarecidos, que o possam influenciar negativa e extravagantemente.
      É disso que todos nós, médiuns que somos em potencial, em maior ou menor grau de sensibilidade, temos que nos preocuparmos, porquanto somos todos também potencialmente receptores de todo tipo de energia, que nos alcançam pela lei das afinidades. ///


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