segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

18. O EVANGELHO DE ALLAN KARDEC

     P. "A Palavra de Deus diz que a ninguém competiria, em qualquer tempo, escrever ou pregar outro evangelho que não fosse aquele pregado por Jesus-Cristo, o Filho de Deus, inspiradamente traduzido e descrito pelos apóstolos Marcos, Mateus, Lucas e João. Como podem os espíritas aceitar de bom grado esse novo evangelho criado e escrito por Allan Kardec, aos 1860 anos depois da vinda de Cristo, aproximadamente, e que nada tem a ver com o daqueles escritores inspirados, que fazem parte da Bíblia, o Livro dos livros"?

     R. A falta de uma observação mais criteriosa tem levado algumas pessoas a cometerem este tipo de equívoco em relação à obra intitulada "O Evangelho Segundo o Espiritismo", um dos pilares da codificação da Doutrina Espírita, idealizada e realizada por Kardec e uma esquipe de Espíritos instrutores, que o secundaram nesse grande empreendimento.
     É preciso esclarecer que Allan Kardec não escreveu, muito menos criou, nenhum novo evangelho. O que ele e os Espíritos fizeram foi um minucioso estudo das principais máximas evangélicas de Jesus, assim como de alguns episódios importantes de Sua passagem na Terra, dividindo esse estudo em 28 capítulos, com títulos e subtítulos sugestivos, em que se transcrevem essas citações bíblicas e sobre elas se lançam comentários, a partir da experiência pessoal do autor, com base na nova Ciência do Espírito, muitos deles seguidos de mensagens elucidativas e reflexões dos co-autores espirituais, ou seja, assinadas por Espíritos diversos.
    O Evangelho Segundo o Espiritismo, isto é, o Evangelho de Jesus segundo a Doutrina dos Espíritos e não segundo a visão pessoal de Kardec, é um livro que deveria ser lido sempre com um exemplar da Bíblia ao seu lado, a fim de o leitor consultar-lhe as referências, uma vez que se trata de uma obra destinada especificamente ao estudo das mesmas.
    Na medida em que se vai adentrando em sua leitura, o que não deve ser feito ininterruptamente, como quando se lê um romance, vai-se adquirindo uma visão bem raciocinada e lógica dos ensinamentos de Jesus e das suas aplicações às mais diversas situações protagonizadas por nós mesmos e nossos pares no cotidiano de nossas vidas.
    Por questões óbvias, o livro em destaque tem servido de base, na quase totalidade das Casas Espíritas espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, para as palestras evangélico-doutrinárias realizadas nas chamadas Reuniões Públicas, que ocorrem em determinados dias da semana e horários pré-estabelecidos.
    Fica assim desmistificada a ideia falsa que muitos fazem de que Allan Kardec seria o autor de um pseudo-evangelho, digno de anátema, já que muitos crentes não admitem nada além do que está escrito na "Palavra de Deus", a saber os livros que compõem a Bíblia Sagrada. Desses, dizem, não se pode extrair ou modificar um til, uma letra. Isto, afora as muitas alterações e adulterações já feitas por tradutores e intérpretes, ao longo de muitos séculos passados, acomodando-as aos interesses de suas corporações religiosas.
    Ler e estudar O Evangelho Segundo o Espiritismo é, pois, simplesmente lançar o olhar sobre o Evangelho do Cristo, agora sob novos prismas, abrindo novos horizontes para o entendimento exato das Suas palavras imortais, que precisam ser, sim, correta e urgentemente reestudadas e postas em prática. ///

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