terça-feira, 20 de agosto de 2013

66. O DISCÍPULO DE PESTALOZZI

     P. (Ver texto anterior nº.65).

     R. Muitos críticos do Espiritismo citam o nome de Allan Kardec com desdém, sem se dar o trabalho de cogitar sobre suas lutas, seus méritos pessoais, seu trabalho profícuo em prol da sociedade francesa e europeia, e sua experiência individual no campo da Ciência, da Medicina e da Filosofia, bem antes de adotar esse nome que, afinal, o imortalizou, ainda como Hippolyte Léon Denizard Rivail, um cidadão emérito, nascido na pequena cidade de Lyon.
     A maioria dos antagonistas não se preocupa em entender de fato, muito menos aprofundar seu conhecimento acerca do que quer que se faça alvo de sua difamação, optando por ajuizar, como da superfície turva de um rio o que supostamente deva existir em seu leito, cuja profundeza sequer consegue avaliar, dado o restrito campo visual de que dispõe. É preciso antes instrumentalizar-se e pesquisar seriamente tudo o que possivelmente lhe fuja à primeira vista. Ao tratar-se de uma instituição de qualquer ramo de atividade, prioritariamente em se tratando de uma organização cultural ou religiosa, imprescindível se faz conhecê-la interiormente, saber de seu funcionamento, de suas realizações, das consequências efetivas de sua influência sobre a sociedade ou a comunidade diretamente a ela ligada, para que só então se emitam opiniões ou pareceres, sem que se corra o risco de cair em ridículo, ante a transparente desinformação.
     Este blog foi criado com a intenção de disponibilizar a seus eventuais leitores não espíritas todos os subsídios possíveis para que conheçam, senão profundamente, ao menos fundamentalmente, a Doutrina que se tornou alvo das críticas mais severas de muitos que se intitulam cristãos, e que não a aceitam como uma das ramificações do Cristianismo, embora pregue o mesmo Evangelho e sirva ao mesmo Mestre Jesus, a quem tem por Guia e Modelo Supremo.
     Para tanto, fui colher em fonte segura um pouco da história do seu codificador, transcrevendo, assim, a partir deste e nos textos subsequentes, parte de sua biografia, assinada por Henri Sausse e que está inserida em nada menos de 45 páginas do livro O QUE É O ESPIRITISMO, edição de 2006 da Federação Espírita Brasileira (FEB) - Rio de Janeiro.
     Por ser deveras extensa e rica em detalhes, tomo a liberdade de suprimir alguns trechos, sem prejuízo da essência, porquanto a finalidade principal é a de esclarecer simplesmente.
     Seguem-se, pois, as primeiras descrições do biógrafo a respeito do jovem Denizard Rivail:

     "O futuro fundador do Espiritismo recebeu desde o berço um nome querido e respeitado, e todo um passado de virtudes, de honra, de caráter. Grande número de seus antepassados se haviam distinguido na advocacia e na magistratura por seu talento, saber e escrupulosa probidade. Parecia que o jovem Rivail devia sonhar, também ele, com os louros e as glórias de sua família. Assim não o foi, porém, porque ele sentiu, desde cedo, grande atração para as ciências e a filosofia.
     Denizard Rivail fez em Lyon (França) os seus primeiros estudos, completando a sua bagagem escolar em Yverdum (Suíça), com o célebre professor Pestalozzi, de quem cedo se tornou um dos mais eminentes discípulos, colaborador inteligente e dedicado. Aplicou-se, de coração aberto, à propaganda do sistema de educação que exerceu tão grande influência sobre a reforma do ensino na França e na Alemanha. Muitíssimas vezes, quando Pestalozzi era chamado pelos governos, de todos os lados, para fundar institutos semelhantes ao de Yverdum, confiava a ele, Denizard, o encargo de o substituir na direção da sua escola.. Demonstrou sempre, na condição de mestre, a capacidade requerida para dar boa conta da tarefa que lhe era confiada. Era bacharel em Letras e em Ciências e doutor em Medicina, tendo defendido brilhantemente sua tese. Linguista insigne, conhecia a fundo e falava corretamente o inglês, o italiano, o espanhol e o alemão; conhecia também o holandês, exprimindo-se com facilidade neste idioma".
      Faço aqui uma breve pausa, de vez que a descrição biográfica prossegue alongadamente, para dar continuidade à mesma no texto seguinte. ///

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