sábado, 17 de agosto de 2013

64. SOBRE A PSICOMETRIA

     P. O que é Psicometria e como os espíritas a praticam?

     R. Antes de dar a resposta explicativa que o leitor espera receber de alguém que estuda a Doutrina Espírita, permito-me trazer para este espaço o comentário feito pelo digníssimo senhor missionário R. R. Soares, fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus, em seu livro ESPIRITISMO - A MAGIA DO ENGANO (Editora Graça - R.Janeiro - 2002):
     "Os espíritas dão este nome à faculdade de fazer contato com pessoas vivas ou mortas por meio de um objeto que pertence ao ausente ou pertenceu à pessoa morta. Para citarem  um caso da Bíblia, utilizam-se da passagem em que Jesus conversou com a mulher samaritana, e disse tudo sobre a vida dela (Jo. 4). Argumentam que, segurando o cântaro, o Mestre entrou em contato com o passado da mulher.
     Está claro, inclusive pela Bíblia, que tal argumento não passa de um equívoco. Primeiramente, porque Jesus não entrou em contato com o cântaro, pois a mulher o abandonou depois de ouvi-lo, e saiu anunciando na cidade que o Messias havia chegado; e, depois, porque Jesus não precisava usar esses artifícios. Trata-se de um tremendo ardil usado por Satanás e pelos demônios para ludibriar o povo. Não é o objeto que transmite as mensagens, mas demônios, enganando e iludindo. Para explicar o fenômeno, até as ciências estão caindo no logro" (p.55).
     No capítulo 26 do livro NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE, psicografado por Chico Xavier, o Espírito André Luiz relata uma experiência nova para ele e seu companheiro Hilário, ao adentrarem um museu acompanhados pelo sempre bondoso e dedicado instrutor Áulus, que lhes oportuniza mais um interessante aprendizado, dessa vez através da observação de alguns objetos ali depositados, fazendo referências à Psicometria. Começa ele esclarecendo que em Psicologia experimental a palavra tem por significação o registro ou a apreciação da atividade intelectual, mas que em trabalhos mediúnicos o mesmo vocábulo designa a faculdade de ler impressões e recordações ao contato com objetos comuns.
     Antes que eu prossiga, peço a atenção do amigo leitor para o fato de que o diálogo a seguir transcrito se passa no âmbito do Plano Espiritual, ou seja, dos desencarnados, mas tendo por ponto de observação um objeto material, isto é, que faz parte do mundo físico, sólido, visível e palpável para nós outros, encarnados.
     "Notando-me a curiosidade, o Instrutor aclarou, benevolente:
     - Todos os objetos que você vê emoldurados por substâncias fluídicas acham-se fortemente lembrados por aqueles que os possuíram.
     Não longe, havia curioso relógio, aureolado de luminosa faixa branquicenta.
     Áulus recomendou-me tocá-lo e, quase instantaneamente, me assomou aos olhos mentais linda reunião familiar, em que venerando casal se entretinha a palestrar com quatro jovens em pleno viço primaveril.
     Com aquele quadro vivo a destacar-se ante a minha visão interior, examinei o recinto agradável e digno. O mobiliário austríaco imprimia sobriedade e nobreza ao conjunto, que jarrões de flores e telas valiosas enfeitavam.
     O relógio lá se encontrava, dominando o ambiente, do cimo de velha parede caprichosamente adornada.
     Registrando-me a surpresa, o Assistente adiantou:
     - Percebo a imagem sem o toque direto. O relógio pertenceu a respeitável família do século passado. Conserva as formas-pensamentos do casal que o adquiriu e que, de quando em quando, visita o museu para a alegria de recordar. O objeto é animado pelas reminiscências de seus antigos possuidores, reminiscências que se avivam, no tempo, através dos laços espirituais que ainda sustentam em torno do círculo afetivo que deixaram".
     Mais para a frente, em seus comentários em torno do assunto, esclarece mais uma vez o Instrutor:
     " - O pensamento espalha nossas próprias emanações por toda parte a que se projeta. Deixamos vestígios espirituais (vibratórios) onde arremessamos os raios da nossa mente..." (FEB, RJ, 1995 p.241, 242).
     Nada comum nos trabalhos triviais com a mediunidade, dada a escassez de sensitivos dessa natureza, a Psicometria, como se vê neste trecho do citado livro, é uma espécie de técnica, ou, poderíamos dizer, uma ferramenta especial, através da qual o médium consegue registrar, ao toque físico sobre um objeto comum, a situação ou os eventos mais marcantes que envolvem a vida e as relações mais próximas da pessoa ou grupo que possui ou possuiu esse objeto.
     Vê-se, no entanto, pela declaração do assistente Áulus, que essa leitura pode também ser feita sem o contato direto, como ele mesmo o fez. Isto justifica o fato de Jesus haver descrito à mulher os acontecimentos de sua vida, sem haver tocado no cântaro. Profundamente impressionada, ela correu a anunciar a presença do tão esperado Messias, porquanto ele lhe dissera coisas que só eram do seu conhecimento íntimo.
     Nós, espíritas, jamais dissemos que Jesus teria sido um médium vulgar, com as limitações que normalmente a maioria dos médiuns possui.
     Só a título de ilustração, os Espíritos afirmam que Jesus reuniu, em sua passagem terrena, todas as faculdades medianímicas possíveis e em graus muitíssimo mais elevados do que os de todos os demais medianeiros que por aqui estiveram ou estão prestando a sua colaboração na obra universal.
      Jesus era capaz de tocar-nos com a sua aura vibrante a distâncias impensáveis.
     Nada, portanto, lhe obstaria a ação, em qualquer das atividades relativas à mediunidade, posto que, enquanto investido da carne, contou com ininterrupta assistência de Espíritos do mais alto escalão da Espiritualidade Superior, do qual Ele mesmo é importante Membro ativo, na condição de Guia da Humanidade terrena. ///

NOTA: Este texto é quase uma reedição do de nº. 36 (PSICOMETRIA E JESUS), escrito com apenas algumas leves alterações textuais. 
   

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