quinta-feira, 7 de novembro de 2013

78. A SALVAÇÃO POR MEIO DE JESUS-CRISTO

      P. Para os cristãos em geral, Jesus é o Senhor e o Salvador dos homens. E para os espíritas, que também se declaram cristãos, mas têm uma doutrina diferenciada dos demais, Quem ou o Que é Jesus? E a nossa salvação, por que meios pode ser alcançada, se não somente pelo Senhor Jesus? O que dizem os espíritas a respeito disso?

      R. Os cristãos de quase todas as marcas, quero dizer: de quase todas as denominações, descendentes do Protestantismo luterano, e, mais distante um pouco, do Catolicismo romano, ambos inclusos, têm em Jesus-Cristo, o Filho de Deus, a figura do Salvador da Humanidade. Entendem que é preciso, para ser salvo, que o homem primeiramente O aceite como único e suficiente salvador pessoal; depois, que seja batizado em seu santo Nome; e, por fim, que siga algumas regras, variáveis de acordo com cada Igreja. Enfatizam que, segundo a Bíblia, "Jesus é o caminho, a verdade e a vida", e, ainda, que ninguém vai ao Pai (Deus), senão por Seu intermédio. Estranhamente, para a grande maioria dessas Igrejas, Jesus é o próprio Deus. As exceções são poucas, entre as quais se acha a organização denominada "Testemunhas de Jeová", que assevera ser Jesus o Filho e não o Pai, a Quem obedeceu fielmente em toda a sua missão na Terra.
      Nós, espíritas, frequentemente somos assediados por parentes, amigos, colegas de trabalho, companheiros de profissão, e até mesmo por pessoas que conhecemos casualmente, principalmente os que são evangélicos, ou testemunhas de Jeová, com raríssimas exceções, todos eles preocupados em arrebatar-nos da condenação eterna e empenhados em convencer-nos da necessária aceitação de Jesus-Cristo para a nossa salvação.
       Ora, porque cremos em coisas que eles não creem, como a reencarnação, ou pluralidade existencial da alma em épocas, locais, situações e corpos diferentes, com vistas ao progresso espiritual de cada indivíduo, criado para a eternidade e objetivando a sua angelitude ou pureza total; a continuidade consciente da vida pós-morte e, consequentemente, a existência incorpórea dos Espíritos e a sua comunicabilidade com o mundo físico, material, ao qual pertencemos momentânea e temporariamente; além de outras peculiaridades de nossa crença, essas pessoas acham que não estamos com Jesus, que não cremos n'Ele, que não somos seus seguidores, que não O aceitamos como nosso Guia, Mestre e Salvador.
      Equivocam-se. Para nós, espíritas, Jesus - o Cristo, é, sim, sem a menor possibilidade de erro ou de dúvida, o Mestre, o Guia, o Modelo, o Caminho, a Verdade e a Vida.
      O que há de diferente no nosso modo de ver e de pensar é que, em vez da simples aceitação do seu Nome como Salvador de nossas almas, entendemos ser absolutamente necessário aceitar e pôr em prática, no nosso dia-a-dia, os Seus ensinamentos. Sem isto, que para nós equivale a cultuá-lo interiormente (ou: a adorar a Deus em espírito e verdade), isto é, na nossa intimidade mental, acreditamos ser totalmente em vão qualquer expressão exterior de exaltação e louvor à sua Personalidade divina.
      Estudamos, cotidianamente, nos Centros Espíritas e através da vastíssima literatura espírita franqueada a todos os interessados, esses ensinamentos maravilhosos, repetidos e explicados, à luz da razão, em mensagens e explanações criteriosas e muito edificantes. As palestras públicas, que antecedem às sessões de fluidoterapia (passes com imposição de mãos), versam sempre sobre algum aspecto do Evangelho de Jesus, objetivando contribuir para a nossa reforma ou solidificação moral, com ênfase à caridade cristã, que se consagra no amor ao próximo e na vivência do conceito áureo do Cristianismo: "Fazei aos homens o que quereis que os homens vos façam", dito também de outra forma: "Não façais aos outros o que não gostaríeis que os outros vos fizessem".
      Jesus é, pois, a figura central das nossas atenções, porquanto consideramos a sua Palavra (não o seu sangue fisiológico - como é ensinado em alguns templos), uma vez efetivamente praticada, como o verdadeiro móvel da nossa salvação; melhor dizendo: do nosso aperfeiçoamento moral, da nossa depuração espiritual, da nossa felicidade vindoura e da nossa paz interior já no presente.
      Nossas preces (orações) são elevadas sempre a Jesus, ainda que seja pedindo-Lhe a permissão para que os Bons Espíritos, Seus colaboradores e benfeitores da Humanidade terrena, que está desde o princípio sob a Sua tutela, nos amparem, fortaleçam e orientem. E é ao mesmo Amigo Jesus que sempre agradecemos por todas as bênçãos e ensinamentos recebidos. 
      Que fique, pois, devidamente esclarecido o porquê de raramente um espírita atender ao convite de um companheiro bem intencionado para que vá à sua Igreja e aceite Jesus perante o altar e os seus irmãos de crença. Digo "raramente", porquanto alguns poucos se dizem espíritas, mas ainda não estão convictos da Doutrina por vezes recentemente abraçada e podem titubear ante os argumentos a eles apresentados. Se já aceitamos Jesus em nosso coração, não há porque fazê-lo de novo publicamente, a não ser pelo exemplo que damos mediante nossas atitudes correspondentes.
      Assim sendo, resta-nos dizer: Que o Mestre Jesus abençoe os leitores deste texto e deste blog. 
     Um abraço fraterno a todos. ///

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