domingo, 10 de novembro de 2013

80. ESPIRITISMO X APOMETRIA

      P. Por que os centros espíritas filiados às Federações brasileira e estaduais não adotam a técnica da apometria nos tratamentos de desobsessão?

      R. No texto de número 30, publicado em março de 2013, sob o título APOMETRIA NOS CENTROS ESPÍRITAS, fiz um breve comentário sobre este tema. O livro citado nesse texto, "Apometria - A Nova Ciência da Alma" de J. S. Godinho, que guardo em minhas mãos, transmitiu-me uma ideia bastante positiva sobre essa técnica, especialmente no que tange ao modo de praticá-la, a maneira como se devem conduzir, muito disciplinadamente, os médiuns chamados a esse trabalho.
      Além da leitura desse livro, recebi informações por parte de um companheiro que participou durante algum tempo das atividades apométricas, dando conta da existência de grupos que agem de maneiras diferentes. Aí é que está o perigo, como se diz. Uns praticam a técnica sem se desviarem do princípio doutrinário da caridade, tratando os Espíritos obsessores com o mesmo respeito, cuidado, compreensão, mansuetude e amor observado nos centros espíritas (kardecistas). Inclusive fazem estudos das obras básicas, a fim de não se desviarem dos propósitos da Doutrina. Apenas o método usado na desobsessão inclui esta nova técnica. Outros, porém, utilizam-se de métodos mais rígidos, menos suaves, sem aquela tolerância recomendada aos doutrinadores para com os irmãos infelizes da espiritualidade, que devem ser orientados e não massacrados, entre outras coisas relativas à prática libertadora.
      Eu mesmo não entendia porque os Centros Espíritas, em sua maioria, além de não adotarem a nova técnica, guardam certo distanciamento em relação aos que a praticam.
      Recentemente chegou-me às mãos uma edição da revista "O Espírita" (ano XXXIV - nº. 139 - set./dezembro 2012), onde, às páginas 16 e 17, "DIVALDO AFIRMA: APOMETRIA NÃO É ESPIRITISMO, artigo transcrito do programa Presença Espírita da rádio Boa Nova, Guarulhos-SP, de agosto/2001", do qual passo a transcrever alguns trechos, para a apreciação dos leitores deste blog:

     "Não irei entrar no mérito nem no estudo da apometria, porque não sou apômetra, eu sou espírita, e o que posso dizer é que a apometria, segundo os apômetras, não é Espiritismo. Porquanto as suas práticas estão em total desacordo com as recomendações de "O Livro dos Médiuns".
     (...) Conforme os livros que têm sido publicados, a apometria, segundo a presunção de alguns, é um passo avançado do Movimento Espírita, no qual Allan Kardec estaria ultrapassado [Creio não ser este o caso do livro acima citado]. Tese com a qual, na condição de espírita, eu não concordo em absoluto.
      Na prática e nos métodos de libertação dos obsessores, a violência que ditos métodos apresenta, a mim, pessoalmente, parecem tão chocantes que fazem recordar-me de Talião, que Moisés suavizou com o código legal e que Jesus sublimou através do amor.
      Quando as entidades são rebeldes, os doutrinadores, depois de realizarem uma contagem cabalística ou de fazerem o gestual muito específico, expulsam pela violência esse espírito para o magma da Terra, a substância ainda em ebulição do nosso Planeta. Colocam-no em cápsulas espaciais e disparam para o mundo da erraticidade.
      (...) A Doutrina Espírita centraliza-se no amor e todas essas práticas novas, das mentalizações, das correntes mento-magnéticas, psicotelérgicas, para nós espíritas merecem todo o respeito, mas não têm nada a ver com o Espiritismo.
      (...) Então, se alguém prefere a apometria, divorcie-se do Espiritismo. É um direito! Mas não misture para não confundir. A nossa tarefa é de iluminar, não de eliminar. O Espírito mau, perverso, cruel, é nosso irmão ainda na ignorância.
     (...) E da minha condição de espírita, exercendo a mediunidade há mais de 54 anos, os resultados têm sido todos colhidos da árvore do amor e da caridade. Assim, não entrarei no mérito dos métodos, que são bastante chocantes para a nossa mentalidade espírita, que não admite ritual, gestual, gritaria, nem determinados comportamentos, porque a única força é aquela que vem de dentro. Para esta classe de espíritos são necessários jejum e oração".

      Fica aqui, pois, embora resumidamente, o ponto de vista de um dos maiores expoentes do Espiritismo no Brasil, atualmente, Divaldo Pereira Franco, que invoca em apoio à sua opinião o não menos prestigiado e conhecido médium Chico Xavier (com toda a sua obra de mais de 400 títulos), além das notáveis Ivone do Amaral Pereira e Zilda Gama, respeitabilíssimas no meio espírita, em seu artigo, para a nossa reflexão e estudo. ///
     

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