sábado, 9 de novembro de 2013

79. CREIAM TODOS: EU - O DIABO - NÃO EXISTO (!!!)

      P. Se não é o Diabo que desencaminha as pessoas e que as submete aos sofrimentos, à dor, às derrotas, à desarmonia no lar, aos vícios e a toda sorte de perturbações, então a quem os espíritas doutrinam nas sessões de desobsessão?

      R. Esta pergunta me foi feita outro dia por uma pessoa muito querida, de minhas relações familiares, certamente ironizando sobre as colocações que fiz em meu comentário, numa rede social, dizendo que o Diabo, na verdade, é apenas uma figura alegórica, criada para representar a nossa própria ignorância espiritual, nossa imperfeição moral, desencadeadora de todos os nossos vícios e desmandos, durante a nossa jornada evolutiva.
      Não foi de uma pessoa somente que já ouvi ou li a seguinte afirmação: "Uma das maiores estratégias usadas pelo diabo e seus anjos é a de procurar fazer com que os homens não acreditem que eles existam".
      Fico imaginando esta prática do Diabo, através dos seus anjos (no caso, os demônios), colocando na mente das pessoas, por intuição, por sugestão mental, e até por palavras ditas ou escritas, mediunicamente, a certeza de que eles não existem. Ora, dá até para pensar que isto seja mesmo possível. Segundo um conceituado escritor e pregador evangélico, esta é uma estratégia usada pelo Diabo para facilitar as influência demoníaca sobre os incautos, pois não acreditando na existência dele, Satanás, tudo o que lhe seja dito por este, ou pelo demônio travestido de anjo de luz que o esteja representando, será tomado à conta de orientação dada por um bom espírito, e, assim, ele pode manipular essas pessoas induzindo-as ao erro e subjugando-as pela vida afora.
      No entanto, analisando segundo a minha própria experiência e os estudos de que participo há mais de meio século de vivência espírita: é muito pouco inteligente esse tal Diabo, ou o demônio que fala em seu nome, quando diz que ele, o Diabo, não existe de verdade, mas que é o símbolo personificador do nosso egoísmo, do nosso orgulho, da nossa soberba, da nossa inveja, da nossa ambição, da nossa vaidade, do nosso ciúme, do nosso desejo de vingança, da nossa maledicência, enfim, dos nossos vícios e mazelas morais. E quando nos recomenda dar combate a tais sentimentos inferiores e vícios, incessante e perseveradamente.
       Nada inteligente é o Diabo, quando nos orienta a pedir a Jesus, a quem afirma ser o Espírito mais puro dentre todos os que Deus, o nosso Criador, enviou à Terra para instruir os homens, que nos ajude a vencer as nossas fraquezas e sobrepujar das nossas más tendências. Aliás, o Diabo tem-se ocupado demais em recomendar-nos agir somente no bem e a orar constantemente para Jesus, a quem chama de Mestre, de Guia, de Modelo para o homem e de Médico das almas. Exorta-nos a orar em favor dos que sofrem, dos aflitos, dos que passam por provações, fazendo-o com fé e confiança, especialmente na Justiça e no Amor de Deus, que, diz ele, a todos ama e a nenhum de seus filhos desampara.
      Interessante que, não bastasse a burrice do demônio em induzir-nos à prática do bem, do amor ao próximo, e ao combate das nossas próprias imperfeições morais, o que já é um tremendo contra-senso, um tiro dado no próprio pé, um serviço contra os próprios interesses, ele ainda nos alerta sobre a presença e o assédio de Espíritos inferiores, de índole má e vingativa, ou, simplesmente sofredores, que, quando não cultivamos pensamentos e sentimentos saudáveis, positivos, fraternos, por afinidade, dado o teor das nossas vibrações mentais e das nossas ações, se unem a nós e nos envolvem, tornando-nos ainda mais perturbados ou exacerbando os nossos maus pendores.
      Ora, quanto a isso, diz o demônio, não se trata de nenhum anjo do diabo, mas de um Espírito perturbado, preso a sentimentos rasteiros, a mágoas do passado, pois aqui viveram como nós mesmos, e que se aproxima daquela pessoa desatenta por encontrar nela uma ressonância vibratória, causando-lhe então prejuízo de variada ordem, conforme o grau de correspondência desta com as suas sugestões infelizes.
      Para manter-se imune a uma tal influência nociva, diz o demônio, é preciso que a criatura mantenha-se conectada com Deus, através da prece, dos bons pensamentos, de atitudes dignas, de uma conduta moral elevada, do serviço útil e, sobretudo, da prática contínua da caridade conforme o Cristo nos ensinou no seu Evangelho de luz e de amor.
      É esta, então, a estratégia do Diabo e dos seus anjos para enganar os homens?
     Se é (pois que é assim que os Espíritos nos ensinam), que me desculpem os amigos evangélicos, aqueles que creem nessa fábula diabolística, do mesmo modo que as criancinhas, até uma certa idade, creem que os bichos também falam, quando lhes contam historinhas infantis que dão vozes a eles, mas é a estratégia mais burra e ineficaz que se pode conceber de um ser que se diz astuto e voraz. Ao tomá-la por verdadeira, há que se convir que o Diabo trabalha contra ele mesmo e, assim sendo, o seu reino não pode subsistir, como asseverou Jesus em certa passagem da sua história.
     Por favor, pensem nisto, antes de ficarem dizendo e repetindo coisa tão desconexa e despropositada quanto esta, a de que o Diabo usa tal estratégia para melhor poder enganar e seduzir o homem. ///

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