terça-feira, 16 de julho de 2013

55. MÉDIUNS E MÉDIUNS ESPÍRITAS

    P. Poder-se-á afirmar que são médiuns todos os espíritas, ou que são espíritas todos os que se nomeiam médiuns?

     R. Há, em número expressivo, pessoas que adotam o Espiritismo como sua religião por simples convicção filosófica, não possuindo elas o que se convencionou chamar faculdade mediúnica ostensiva.
     Há, por outro lado, uma gama de pessoas dotadas de algum tipo específico de mediunidade, que, nem por isto, jamais ingressaram no Movimento Espírita, ou nele permaneceram após breve e superficial contato.
     Há médiuns que, por influência do meio em que vivem e das crenças que cultivam, sequer admitem ser classificados como tais.
     Há os que se permitem ou fazem questão de se identificar como médiuns, porém adotam outros princípios religiosos e comportamentos bem diversos dos preconizados pelo Espiritismo.
     Embora alguns desses médiuns se auto-nomeiem espíritas, é preciso distingui-los dos que verdadeiramente o são, o que é possível através de uma simples análise dos seus objetivos e meios utilizados ao praticarem a faculdade que lhes é característica.
     A mediunidade, comparativamente, é como qualquer vocação artística; já está inscrita no DNA da pessoa e é descoberta, em dado momento, por ela mesma ou por alguém que a tenha observado atentamente, identificando-a por analogia de efeitos ou por conhecimento de causa.
     Uma vez reconhecida a presença da capacidade medianímica, isto é, de prestar-se ao serviço de intercâmbio entre os mundos físico e espiritual, visível e invisível, dos homens e dos espíritos, para vir a classificar-se como médium espírita e sê-lo, autenticamente, é preciso que o indivíduo primeiro se aliste e passe a frequentar os cursos de educação mediúnica promovidos pelas Casas Espíritas sérias, através dos quais irá disciplinar essa condição inata, preparando-se para um futuro trabalho digno, bem orientado e espiritualmente produtivo, o que ocorrerá ao seu devido tempo.
     Médium espírita, pois, é aquele que se submete aos princípios morais e éticos receitados pela Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec, a qual se embasa absolutamente nos ensinamentos do grande Guia e Modelo da Humanidade, Jesus.
     Durante o seu aprendizado, que demanda tempo, dedicação e esforço, até que esteja realmente preparado para o exercício de sua faculdade específica, para fins exclusivos de caridade, face aos necessitados desse recurso, tanto encarnados quanto desencarnados, o médium será instado a modificar várias de suas disposições mentais e comportamentais, a despojar-se de vícios ou hábitos nocivos, a exercitar virtudes, tais como: paciência, perseverança, compreensão, solidariedade, fraternidade, respeito ao próximo, à natureza e aos animais, entre outras.
     Uma das mais lúcidas distinções possíveis entre médiuns e médiuns espíritas é a de que estes últimos sempre exercerão suas funções mediadoras gratuitamente e sem outro interesse que não o bem do próximo, usando de toda equidade e disciplina, seja qual for a modalidade de serviço em que atue.
     Quanto aos espíritas que não são médiuns, geralmente grandes estudiosos dos postulados da Doutrina e do Evangelho sob as suas luzes, não raramente atuam como fiscalizadores, apontando eventuais desvios de conduta daqueles cujas funções requerem total lisura e inteireza moral, tal qual prescrevem esses mesmos postulados.
     Aos médiuns espíritas, portanto, cabe responsabilidade muito grande, que jamais deverá ser ignorada ou sonegada, sob pena de se manchar o nome de uma das mais sérias Instituições filosófico-religiosas do Planeta, o Espiritismo, que a cada ano conquista muitos novos e sinceros adeptos, apenas pela sua visível superioridade moral. ///

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