quinta-feira, 18 de julho de 2013

57. VANTAGEM DE SER ESPÍRITA NO ALÉM-TÚMULO

     P. Em face de haver acolhido e praticado a Doutrina dos Espíritos, durante a jornada terrena, gozará o espírita de algum tipo de vantagem, junto à Espiritualidade, ao atravessar a fronteira da morte, de retorno à chamada Pátria dos Invisíveis, ou Além-túmulo? Serão os espíritas melhor recebidos pelos benfeitores de plantão, do que os profitentes de outras religiões, que, em geral, nem mesmo creem na existência desse mundo paralelo e da continuidade da vida, nos moldes apresentados pelo Espiritismo?

     R. Diferentemente de alguns segmentos cristãos, cujas doutrinas levam seus seguidores a se considerarem salvos, herdeiros da graça divina, justificados pela fé, pelo batismo e pelo sangue de Jesus derramado no Calvário, o Espiritismo não dá garantias a nenhum de seus adeptos de que já esteja apto a ser encaminhado diretamente a uma das colônias espirituais mais felizes, onde reine a mais perfeita harmonia e habitem os espíritos mais evoluídos do Universo, ou do Planeta.
     Ensina-nos a Doutrina que aqui estamos em tarefa de aprendizado incessante, a maioria de nós em expiação de faltas anteriores, de outras existências corpóreas, ou em provas, a fim de serem aquilatadas nossas reais aquisições morais, sempre no sentido de ganharmos novas experiências e aperfeiçoar-nos para conquistas mais amplas, como espíritos eternos que somos.
     Nenhum privilégio é concedido ao recém-desencarnado pelo fato de haver trilhado a senda do Espiritismo, se não tiver aproveitado essa maravilhosa oportunidade para seguir de fato, na prática, os ensinamentos do Cristo, tanto mais por havê-los conhecido com maior clareza, sem alegorias ou sentidos ocultos. A quem mais é dado, mais será pedido, alertam-nos os Espíritos.
     Uma única vantagem pode ser concebida ao desencarnante espírita: é a de estar de posse de informações importantes sobre a vida do outro lado da vida, que lhe poupará de surpresas inimagináveis a outros grupos de religiosos, a maioria deles convicta de encontrar um céu reluzente, com ruas de ouro, anjos aureolados e harpas magníficas em cânticos celestiais, e, ao final, de ver o Cristo, ou o próprio Deus, face a face.
     O espírita sabe muito bem que não vai virar santo de uma hora para outra, só porque morreu; que continuará na outra dimensão seu aprendizado e que ainda terá muito que trabalhar para subir um degrauzinho a mais na escala evolutiva; que sentirá saudades dos seus amados e que poderá reencontrar antigos afetos, se assim o merecer.
     Afora esta vantagem, deve ele estar bem consciente de sua maior responsabilidade perante as Leis universais, de que teve exuberantes notícias em seus estudos e leituras.
     Que o orgulho e a vaidade não lhe sirvam de empecilho nessa transição, porquanto muitos são os que pecam pelo excesso de confiança em seus próprios talentos, achando que muito fizeram, quando bem pouco produziram, ante os conhecimentos adquiridos através da Doutrina. Nunca esquecendo que o Mestre bem nos alertou, em uma de suas prédicas imortais: "Aquele que a si mesmo se exalta será humilhado, enquanto aquele que se humilha será exaltado".
     Portanto, tenhamos muito cuidado, os que nos consideramos grandes médiuns, exímios palestrantes, conferencistas, escritores, meritórios fundadores e presidentes de Casas Espíritas, de Federações, Uniões e entidades de ação social, etc. Nenhum desses status nos garante o carimbo no passaporte para as estâncias superiores das dimensões extra-físicas, pois, como já dizia o apóstolo, "a nossa fé, sem obras, é morta". E as obras, nesse caso, são as do desinteresse pelas glórias terrenas, em prol da caridade autêntica para com o próximo, como ensinou e exemplificou Jesus. ///

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