sábado, 29 de junho de 2013

54. UMA CONFUSÃO QUE AINDA PERSISTE

     Quando falamos para alguém que somos espíritas, a primeira dúvida que a maioria das pessoas expressa, algumas de imediato e sem rodeios, outras de maneira mais discreta, medindo as palavras, é se somos kardecistas, umbandistas ou de alguma outra "linha", ou "mesa", das que muitos creem estar divido o espiritismo no Brasil, como se fossem braços e pernas de um mesmo corpo.
     Outro dia ocorreu-nos um fato mero, porém curioso, neste sentido: Uma senhora, nossa amiga de muitos anos, frequentadora assídua do nosso convívio familiar, trouxe à nossa casa, pela primeira vez, seu esposo. Já nos conhecíamos de algum tempo, mas não tínhamos nenhuma intimidade. O casal frequenta a Congregação Cristã, em localidade próxima a Curitiba. Ele sabia que éramos espíritas, mas não fazia ideia de como seria a nossa casa em vista deste nosso posicionamento religioso. Ficou surpreso por não encontrar nela nenhum quadro ou imagem de santo nas paredes ou sobre algum móvel, muito menos em um altar que supunha tivéssemos erguido em algum cômodo da residência. Nada que lhe lembrasse o "espiritismo" que ele dizia "conhecer" de passagem.
     Muitas vezes o profitente da Doutrina Espírita se sente constrangido ao ter que explicar o que de fato é Espiritismo e considera que dizer-se "espírita-kardecista" é incorrer em erro gramatical de redundância.
     No entanto, nossos irmãos seguidores de outras correntes filosóficas, culturais e religiosas espiritualistas, com ênfase aos reencarnacionistas e praticantes de mediunidade, costumam identificar-se também como espíritas, daí a confusão que se estabelece e que carece do devido esclarecimento.
     Nós, espíritas (os kardecistas), precisamos ter muito cuidado ao buscarmos diluir esta dúvida perante o leigo, para não cometermos a imprudência de falarmos coisas indevidas, incorretas ou imprecisas, a respeito de práticas completamente alheias ao nosso movimento doutrinário e das quais não detemos suficiente conhecimento.
     Se a redundância se faz necessária, que a utilizemos sem qualquer embaraço e com toda a naturalidade possível.
      Se, ao contragosto de alguns, nós, espíritas, nos identificamos como cristãos, por que nos importarmos quando alguém se diga espírita, sendo um adepto da Umbanda, do Candomblé, da Rosa-Cruz ou de qualquer outra Sociedade esotérica ou Cultura africana?
     A tolerância, a compreensão, o respeito, a fraternidade, sobretudo o amor ao próximo, são os principais requisitos para se ser um verdadeiro espírita e um cristão de verdade. ///
   

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