segunda-feira, 13 de maio de 2013

51. A INCOMUNICABILIDADE DOS BONS ESPÍRITOS

     Na maciça maioria dos segmentos cristãos tradicionais, de variadíssimas denominações, professa-se a crença de que qualquer Espírito que se manifeste por meio de um médium, ou por uma visão, isto é, uma aparição espontânea, mesmo que detenha a aparência de alguém conhecido, que possa ser identificado como um parente ou amigo morto de quem o tenha visto, não é senão um demônio enganador, cujo único objetivo é ganhar as almas dos homens para o Diabo, seu maioral, que se compraz em arregimentá-las para engrossar a legião dos que com ele habitará o Inferno de sofrimentos eternos, depois do Grande Julgamento divino.
     A respeito dessa incomunicabilidade dos bons Espíritos e da possibilidade de só os maus se comunicarem com os homens, já transcrevi, no texto de número 47 deste blog, sob o título "MÉDIUM E/OU PROFETA (II)", algumas considerações de Allan Kardec, de "O Livro dos Médiuns", capítulo IV, item 46. Ali se encontram as três primeiras de uma série de nove perguntas dirigidas pelo Codificador aos que pensam desse modo.
     Por achá-las oportuníssimas, uma vez que ainda estamos tratando desta pauta, passo a transcrever as seis perguntas restantes, para que com elas possamos refletir um pouco mais, na busca pela maior clareza possível quanto aos princípios aqui defendidos, de que os bons Espíritos nunca cessaram de se comunicar conosco:
     "4ª - Que provas podeis apresentar da impossibilidade em que se acham os bons Espíritos de se comunicarem?
     5ª - Quando se vos opõe a sabedoria que emana de certas comunicações, dizeis que o demônio usa de todas as máscaras para melhor seduzir o incauto. Sabemos, com efeito, haver Espíritos hipócritas, que dão à sua linguagem um verniz de sabedoria; mas, admitis que a ignorância pode falsificar o verdadeiro saber e uma natureza má imitar a verdadeira virtude o tempo todo e sem deixar nenhum vestígio que denuncie a fraude?
     6ª - Se só o demônio se comunica, sendo ele o inimigo de Deus e dos homens, por que, então, recomenda ele que se ore a Deus (com fé), que nos submetamos à Vontade de Deus, que suportemos sem queixas as tribulações da vida, que não ambicionemos as honras e nem as riquezas deste mundo, que pratiquemos a caridade e todas as virtudes recomendadas pelo Cristo em suas máximas; numa palavra: que façamos tudo o que é preciso para destruir-lhe o império, dele, o demônio, ou Satanás? Se tais conselhos o demônio é quem os dá, forçoso é convir que, por muito manhoso e astuto seja ele, bastante inábil é, fornecendo armas contra si mesmo.
     7ª - Pois que os Espíritos se comunicam, é que Deus o permite. Em presença das boas e das más comunicações, não será mais lógico admitir-se que umas Deus permite para nos aconselhar ao bem e outras para nos experimentar?
     8ª - Que diríeis de um pai que deixasse o filho à mercê dos exemplos e dos conselhos perniciosos, e que o afastasse de si; que o privasse do contato com as pessoas que o pudessem desviar do mal? Ser-nos-á lícito supor que Deus procede da maneira que um bom pai não procederia, e que, sendo Ele a bondade por excelência, faça menos por seus filhos do que faria um homem?
     9ª - A Igreja (de Roma) reconhece como autênticas certas manifestações da Virgem e de outros santos, em aparições, visões, comunicações orais, etc. Essa crença não está em contradição com a doutrina da comunicação exclusiva dos demônios?"
     Com estas perguntas do Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, no livro citado, fica lançado o desafio, para que os que se posicionam contrários à comunicabilidade dos bons Espíritos, mas favoráveis à dos maus, personificados nos demônios, os quais assediam livremente os homens, sem nenhuma contraposição possível, expliquem este paradoxo e esta arbitrariedade, incompatível, ao nosso ver, com a Divindade, desde que se Lhe reconheçam certos atributos indispensáveis e irrefutáveis, como: bondade, misericórdia e, sobretudo, amor.
     Demais, negar as comunicações dos bons Espíritos é negar a própria Bíblia, que, como já vimos, as expõe em grande escala.
     É este, aliás, o recado que a Bíblia mesma deixa para estes tais crentes-incrédulos, nas palavras do profeta Joel, bem relembradas pelo apóstolo Pedro:
     "E acontecerá, nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão; vossos jovens terão visões e vossos velhos sonharão..." (Ato dos Apóstolos 2: 16,17). ///

4 comentários:

  1. Fiquei pensando na linguagem utilizada, especialmente nesta última frase: "E acontecerá, nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda carne;..." (...) não entendi o que esta profecia quis dizer!!!!!! Mas certamente alude "ao fim dos tempos"!!!!! E início de outro...!

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  2. Isto refere-se a um sinal de que os tempos são chegados, da grande mudança que haverá no mundo, quando uma multidão de pessoas (toda carne, toda gente) será dotada das faculdades mediúnicas, isto é, das condições necessárias para o intercâmbio com os Espíritos (O Espírito de Deus é o exército de Espíritos mensageiros desta Terceira Revelação Divina para a Humanidade). >>>

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  3. Quantas crianças já apresentam, atitudes diferentes, a gente nem sabe de onde elas tiram certos comentários. É só prestar atenção!

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