quarta-feira, 8 de maio de 2013

48. MÉDIUM E/OU PROFETA (III)

     Moisés, o grande profeta libertador dos hebreus da escravidão egípcia, tornando-se o governador e guia espiritual do povo, agora chamado de Israel, tem uma interessante experiência relacionada com o dom profético, de que ele mesmo era portador, conforme o relato a seguir:
     "E disse o Senhor a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel [...], e os trarás perante a tenda da congregação. Então eu descerei e ali falarei contigo, e tirarei do espírito que está sobre ti e o porei sobre eles; e contigo levarão o cargo do povo, para que sozinho tu não o leves. [...] E saiu Moisés e ajuntou setenta dos anciãos e os pôs em volta da tenda. Então o Senhor desceu na nuvem, e tirando do espírito que estava sobre Moisés o pôs sobre aqueles anciãos; e aconteceu que, quando o espírito repousou sobre eles, profetizaram; mas depois nunca mais.
     Porém no arraial ficaram dois homens, de nomes Eldade e Medade; e repousou sobre eles o espírito, e eles profetizaram no arraial. Então um moço correu e o anunciou a Moisés. E Josué, filho de Num, servidor de Moisés, disse-lhe: Senhor meu! Moisés, proíbe-lho! Porém Moisés lhe disse: Tens tu ciúmes por mim? Oxalá todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor lhes desse o Seu espírito!" (Números 11: 16, 17, 24 - 28).
     Moisés, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Elias, Samuel, Davi, Salomão e tantos outros personagens e escritores dos livros que compreendem o Antigo Testamento das Escrituras, fizeram-se, sem sombra de dúvidas, porta-vozes da Espiritualidade, com a missão de transmitir aos israelitas mensagens de advertências, conselhos, e, às vezes, anúncios de acontecimentos futuros, para que o povo não se desviasse da boa conduta, da adoração ao Deus Único e do cumprimento dos Seus desígnios.
     Gente de alma rudimentar e por vezes truculenta, ainda, mais próxima da condição evolutiva animalesca, do que da do ser humano e extremamente distante da dos seres angelicais, era conduzida por um grupo de Espíritos, provavelmente de luz mediana, que, tomando a identidade divina, induzia-a a sangrentas batalhas contra os povos que adoravam outros deuses e que cultivavam crenças e práticas diferentes, tal como até bem pouco tempo atrás se viu entre os próprios cristãos, herdeiros daquelas tradições e prisioneiros de dogmas absolutos.
     Certamente, os Espíritos mais elevados nunca deixaram de assistir esse povo, preparando-o para o advento do Cristo Consolador, que haveria de mudar por completo os rumos da História, interferindo não só na daquele povo, mas na da Humanidade como um todo, conforme constatamos nos dias atuais.
     Por sua vez, Jesus anunciaria, em suas prédicas, a vinda de um novo Consolador, que daria prosseguimento à sua missão de reeducar o homem, ensinando-lhe a amar o seu próximo, a perdoar e ter paz com todos, fazendo-se a luz necessária sobre vários pontos incompreendidos de Sua Doutrina libertadora.
     Eis que agora já os Espíritos Superiores encontram a terra devidamente arada e propícia para o plantio de uma nova sementeira, da qual prevalecem os frutos do bem, da união e da fraternidade, que incidem no futuro deste planeta, destinado a acolher os verdadeiros escolhidos, aqueles que palmilham com passos firmes o caminho da regeneração.
     Se no passado a Espiritualidade guiou os homens utilizando-se, muita vez, de mãos de ferro, como as de Moisés, Elias e Samuel (os profetas); e de lábios intrépidos, como os de Pedro, Estêvão e Paulo (os apóstolos), hoje os guia através de corações abnegados, como os de Allan Kardec e Chico Xavier (os arautos da Terceira Revelação), ou de Divaldo, Raul e tantos outros (médiuns continuadores desta grande Obra evangelizadora).
     E a nossa evolução prossegue. Muito temos ainda que andar, com certeza, até alcançarmos a perfeição a que Jesus nos conclama, sem cessar e pacientemente. Cabe-nos, uma vez movidos pela fé raciocinada, apressarmos nossos próprios passos nesse sentido. Ora, para isto, caso detenhamos alguma faculdade mediúnica, por sutil que ela seja, pratiquemo-la com Jesus, a serviço, pois, unicamente do bem. ///

Um comentário:

  1. É..."E a nossa evolução continua...". É bonito de ver ao longo dos tempos como vai se construindo esse amparo de Deus e de Jesus para que a humanidade vá evoluindo de acordo com as capacidades de cada momento. Não há dúvidas de que hoje temos mais condições de termos uma fé raciocinada, prova do quanto já evoluímos...mas a caminhada é longa...

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