domingo, 20 de abril de 2014

96. "PÉROLAS" DOS DETRATORES DO ESPIRITISMO ( 6 )

                         Sub-título: SOBRE OS VERDADEIROS ESPÍRITAS E OS ORTODOXOS


      (...) Seus praticantes (referindo-se aos praticantes do espiritismo kardecista) costumam dizer que são os verdadeiros espíritas, sendo os demais "espiritistas" e "mediunistas".
      O Espiritismo Kardecista brasileiro está dividido em várias correntes. Os ortodoxos ficam apenas com os ensinamentos de Kardec, enquanto que as demais correntes assimilam também ensinamentos de diversos espíritas, como Pastorino, Chico Xavier e outros.  (R. R. Soares - OS PROFETAS DAS GRANDES RELIGIÕES - sem ano de publicação - página 73).

      Há, nessas afirmações, não só um equívoco de interpretação, como também uma invencionice descabida, bem própria de quem não tem o mínimo de conhecimento acerca do objeto de seu julgamento e de sua crítica impertinente.
      Inicialmente, o que nós, espíritas, costumamos dizer, e tão somente em tom explicativo, para esclarecimento dos leigos, diante da grande confusão que se gerou, mormente aqui no Brasil, em torno da doutrina legada à Humanidade pelos Espíritos e codificada por Allan Kardec, é que, uma vez que foi ele, o codificador, quem criou os vocábulos "espiritismo" e "espírita", para diferenciá-la e aos seus seguidores de outras correntes espiritualistas então existentes, literalmente falando, é espírita, de fato, aquele que segue essa doutrina, a saber o Espiritismo, também denominada Doutrina Espírita.
      Ora, todas as religiões que têm por base a crença na existência do espírito (alma humana), assim como o Budismo, o Hinduísmo e o próprio Cristianismo, as diversas religiões orientais e africanas, tanto quanto os segmentos católicos e evangélicos, são, evidentemente, espiritualistas. A Umbanda e o Candomblé, assim como as correntes esotéricas são do mesmo modo espiritualistas. Espírita, dada a origem da própria palavra, só o é o segmento kardecista.
      Isto, porém, não impediu que os nossos irmãos umbandistas e praticantes de outros cultos afro-brasileiros se auto-designassem espíritas, por conta da similaridade existente em alguns aspectos importantes, como a crença e a prática da comunicabilidade com os Espíritos via mediunidade, especialmente a psicofônica.
     Já os termos "espiritistas" e "mediunistas", mencionados na citação acima, não são proferidos pelos espíritas, principalmente o segundo, sendo o primeiro considerado apenas como uma variação do vocábulo "espírita", preferido no lugar daquele. O que se diz, mais uma vez a título de esclarecimento, é que os praticantes da Umbanda e do Candomblé, por exemplo, podem ser, isto sim, médiuns e não espíritas, no sentido correto da palavra.
      Com referência aos ditos ortodoxos, convém salientar-se que a palavra "ortodoxo", segundo os dicionários, diz daquele ou daquilo que está conforme com uma doutrina religiosa específica e bem definida, ou que segue à risca uma regra implantada. Por estas definições, trata-se de um religioso ortodoxo aquele que não se desvia dos preceitos sobre os quais se estabeleceram a doutrina, os ritos e os dogmas de sua religião em particular. Nesse sentido, todo espírita kardecista é ortodoxo, porquanto segue o que está definido nas obras basilares da Doutrina.
      Chico Xavier não foi um reformador do Espiritismo, como dá a entender o autor do livro em pauta, para que tivesse seguidores exclusivos. Antes, pode até ser considerado como um dos espíritas mais ortodoxos de que se teve notícia no curso do século passado, em que atuou brilhantemente com sua mediunidade totalmente a serviço do bem e do próprio Espiritismo. Assim também Pastorino, igualmente citado. Para quem não tem muita afinidade com esta nome, Carlos Juliano Torres Pastorino, autor do livro de cabeceira "Minutos de Sabedoria" (um best-seller do gênero) e de outras quase três dezenas de obras, foi, além de escritor, poeta, jornalista, historiador, músico, filósofo, PHD em Teologia, ex-católico, havendo-se tornado espírita no ano de 1950, aos 40 anos de idade, assim permanecendo até a sua desencarnação em 1980. Foi fundador do Grupo Espírita da Boa Vontade e co-fundador do Lar Fabiano de Cristo, da CAPEMI  e do SEI - Serviço Espírita de Informações.
     Fica assim bem entendido que não há seguidores de Chico Xavier, nem de Pastorino, de Divaldo Franco, de Raul Teixeira, de Bezerra de Menezes, de Léon Denis ou mesmo de Allan Kardec, mas, simplesmente, do Espiritismo. Todos estes nomes pertencem tão somente a grandes divulgadores, disseminadores e expoentes da Doutrina em questão, cada qual buscando salientá-la, acima de qualquer interesse de ordem pessoal.
     Recomenda-se, aqui, uma vez mais, que se estude o assunto com seriedade, antes de se sair por aí dizendo ou escrevendo bobagens. É preciso lembrar-se de que toda informação falsa acaba sendo naturalmente desfeita, repercutindo negativamente para aquele que a transmitiu ou que a espalhou desinformadamente. A despeito de todas as críticas e acusações recebidas, porquanto infundadas, o Espiritismo vem amealhando cada vez mais, não só novos adeptos, como muitos simpatizantes, entre os profitentes sinceros de outros credos, tão somente pela conduta exemplar da maioria de seus seguidores. ///

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